Depois daquela conversa com os meus pais sobre a Califórnia, decidi fazer como a doutora Claudia pediu, e voltei ao consultório depois de algumas semanas.
— Oi Dra Claudia, eu gostaria de saber sobre a minha viajem para a Califórnia.
— Ah sim, já falei com os médicos e eles já me deram uma resposta. Eu fiz o que pude Anne.
Quando ela disse isso, eu achei que a resposta seria não.
— E o que eles disseram?
— Que você poderá ir a Califórnia, porém, somente acompanhada, a base de remédio, e por no máximo uma semana.
— Dra Claudia, muito obrigada, a senhora é demais! Vou repassar para os meus pais.Cheguei em casa naquela tarde me sentindo super feliz, a mamãe até estranhou um pouco, porque eu raramente me sentia assim.
— Porque você está assim, tão sorridente?
— Tenho uma boa notícia para vocês. A Dra Claudia me disse hoje que eu posso viajar para a Califórnia!
— Mas, sozinha?
— Não. Acompanhada, e somente por uma semana. O que pra mim já é o suficiente. Finalmente eu irei conhecer o sr Wilson.
— E você já sabe com quem você irá?
— Ainda não pensei nisso, mas darei um jeito.
— Tudo bem, mas trate de se preparar bem antes de ir.
— Pode deixar mãe, eu sei me virar.Naquele momento, uma das minhas grandes preocupação era como eu iria entrar em contato com a assessoria do Sr Wilson, e a outra é com quem eu iria. Eu pensei na mamãe, mas já dava para imaginar ela na minha cola, não me deixando nem se quer respirar. Por isso, decidi contar a notícia para o Ramon. Vesti a minha calça jeans, e a minha blusa azul, que me fazia parecer com uma senhora de 70 anos. Cheguei na casa do Ramon as 14:00 hrs. E a dona Laura atendeu a porta.
— Oi Anne, que bom te ver aqui.
— Obrigada. O Ramon está?
— Ele está no porão.
— Obrigada.
Assim que entrei no porão, o Ramon estava sem camisa, e com os olhos super vermelhos, o que até então eu achei estranho, mas me preocupei em contar a notícia pra ele.
— Ramon?
— Anne? Que milagre, aconteceu algo?
— Pode parar, eu venho aqui sempre.
— Não vem não.
— Venho sim. Na verdade, eu vim te dar uma notícia.
— O Élton morreu?
— Não! Não diga uma coisa dessas.
— Ah, pare. Vai dizer que você não acha que o Élton está à beira da morte? Além disso, ele é só um velho que gosta de transar com garotas mais novas.
— É, isso é verdade. Mas não é isso, o Wilson Gley esta dando oportunidade de visitas para os jovens.
— Anne, você está falando sério?
— Sim, já falei com os meus pais.
— E o que eles disseram?
— Eles ainda estão preocupados, mas a Dra Claudia disse que eu poderia ir, mas somente por uma semana e acompanhada.
— Não precisa se preocupar com a parte da companhia.
— Você está se oferecendo?
— Não, só lhe fiz uma proposta. A qual eu duvido que você recuse.
— Não flete comigo.
— Não estou flertando, nem sei como se faz isso.
— Até parece. Tudo bem, eu aceito.
— Ta bom, irei avisar aos meus pais. Eu te ligo depois.
— Tudo bem.Confesso que não achei uma má ideia o Ramon ir comigo, mas fiquei pensando no que poderia acontecer lá. Quando cheguei em casa, fui conversar melhor com os meus pais pra ver se a preocupação deles diminuía. Então, o Ramon me ligou.
— Anne?
— Oi.
— Já avisei aos meus pais, eles acharam uma boa ideia.
— Comigo não aconteceu o mesmo. O papai insiste em dizer que algo pode dar errado.
— Posso falar com ele?
— Pode.— Oi Ramon.
— Sr Carlos, eu sei que está preocupado com a ida da Anne para a Califórnia, mas posso lhe garantir que cuidarei muito bem dela, tenho o meu compromisso com o senhor.
— Está bem, mas vocês têm que me prometer que estarão de volta em uma semana.
— Claro, pode deixar.
— Então tudo bem.
— Obrigada Sr Carlos.
Eu não estava acreditando naquilo, o papai e o Ramon conversando, parecia algo inusitado.
— Ramon você é incrível, obrigada.
— Eu sei disso. Posso garantir que a Sra Anne Clinton estará em boas mãos.
— Não se ache. Quando iremos resolver as passagens?
— Amanhã quando eu voltar do treino eu compro, pode ficar tranquila.
— Ramon eu...
— Não precisa agradecer, assim que estiver com as passagens em mãos eu te ligo, tudo bem?
— Sim. Muito obrigada.Eu desliguei sem querer desligar. Às vezes, eu sentia vontade de ligar pra ele só pra ouvir essa voz. Fique a noite inteira pensando sobre o que ele tinha feito. Ele era uma pessoa muito generosa, o que me fazia admira-lo cada vez mais.
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Como se fosse ontem
RomanceAnne Clinton é uma jovem com uma doença terminal que sonha em se formar em medicina. A vida de Anne muda de uma hora pra outra quando ela encontra o amor da sua vida.