Lee Kikwang (B2ST)

Parte 3.2

Na manhã seguinte você acordou cedo, tão cedo que não tinha qualquer sinal do sol no quarto que algum tempo atrás era chamado de seu. Por alguns segundos não se lembrava o que tinha acontecido, não sabia se era um sonho ou a realidade, porém Kikwang, ainda em sono profundo, se mexeu ao seu lado, e foi como um balde de água fria.

Não só as lembranças da briga voltaram a tona, mas tudo o que tinha acontecido na última noite, a sua recaída. Você queria manter a postura firme e demonstrar que estava decidida a viver sem ele, mas o você estava muito mais frágil do que conseguia perceber e se deixou de levar.

Assustada e muito arrependida você levantou da cama, não tinha tempo para ficar pensando enquanto seu ex namorado dormia a poucos centímetros. Uma por uma, você foi achando e colocando suas roupas até que estivesse completamente vestida.

E antes que saísse do apartamento deu uma olhada rápida no moreno, por mais que ele tivesse te machucado seu coração ainda acelerava ao lado dele, todos aqueles sentimentos do primeiro dia de namoro de alguma forma ainda conseguiam estar vivos dentro de você. Sem sequer ligar para as coisas que eram o motivo de tudo isso ter acontecido, cabisbaixa você saiu do apartamento.

Por mais que soubesse ninguém fosse aparecer tal hora do dia você sentia a necessidade de esconder o rosto, na realidade de se esconder por completo, como se tivesse cometido um crime contra o estado e precisasse fugir. E foi o que fez ao entrar no carro do seu pai, deu a partida e dirigiu sem rumo, a cada quilômetro se afastando mais da realidade.

Você só foi parar quando já estava na autoestrada e a paisagem não passava de montanhas e vegetação, o sol encoberto por nuvens deixando o dia acinzentado. O estacionamento do ponto de parada que você escolheu estava vazio por não ser em um lugar muito movimentado, mas você nem percebeu isso, afinal quanto mais vazio melhor.

Assim que saiu do carro um vento gelado soprou em sua direção, bagunçando seus cabelos, mas nem mesmo isso era capaz de tirar do transe que havia entrado. Você caminhou por entre os estabelecimentos que tinha por ali, o cheiro de comida emanando por todos os lados, para qualquer pessoa seria como uma tentação, porém você simplesmente seguiu em frente, indo até os fundos da parada, onde algumas mesas de madeira estavam dispostas para os visitantes.

Foi ali mesmo que você se sentou e parou para refletir no que tinha acontecido na última noite. Mas seu coração apertado e mente extremamente bagunçada e perdida não conseguiam se estabilizar e muito menos achar o sentido naquela coisa toda, ao menos uma explicação de te convencesse. Em meio a toda essa confusão interna a raiva era o sentimento que se sobressaia.

Sentia mais raiva de si mesma do que de Kikwang, não se conformava com o fato de ter se entregando para ele com tanta rapidez. Imaginava como ele estaria reagindo a isso tudo, provavelmente ficaria com o ego nas alturas e feliz com mais um conquista de cunho machista, iria contar para os amigos rindo as suas custa, do jeito que ele sonhava afinal.

-________ como você pode ser tão idiota? - se questionou, pensando em voz alta, sem ligar para as pessoas ao redor, afinal não tinha qualquer outro sinal de vida por ali.

As lágrimas de arrependimento misturadas com a dor da saudade, escondida a sete chaves no fundo do seu coração, surgiram imediatamente; um nó se formava em sua garganta e ardia tanto que era difícil até mesmo respirar, seu coração parecia não caber dentro do peito, era como se uma parte dele tivesse sido retirado dali.

E após longos minutos extravasando por meio das lágrimas as suas dores, você estava sem forças para se mexer, o típico sono depois de uma choradeira fez com que seus olhos facilmente se fechassem e, com a cabeça apoiada em seus braços em cima da mesa, pegar no sono. Não um sono comum, como se estivesse cansada, mas era como uma forma de se desconectar do mundo e evitar encarar toda a realidade.