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Bittersweet : manhãs de domingo
Seul, maio de 2025.
Café esfriando sobre a mesinha de centro, um pedaço de bolo, plantinha no parapeito, sol e vento entrando pela janela. Pernas cruzadas sobre o sofá que "herdei" para nossa casa, encostada nas almofadas que eu escolhi. E se eu olhar bem pra sala, não há quase nada dele na decoração, exceto pelo tênis largado ao lado da sapateira, bem ao lado. Ainda assim, essa casa não é casa sem ele.
Todos os cantinhos sabem.
A caneca sozinha no escorredor, o manjericão que fica na janelinha da cozinha, a toalha pendurada no box, a escova de dentes encostada, o barbeador, as pantufas, aqueles livros bagunçados na escrivaninha que eu nem ouso mexer, os discos que já me voluntariei para organizar e nunca fiz, as camisas pretas em parte dobradas, o resto amassadas mesmo (afinal, ele já é bem crescidinho pra que eu dobre as suas camisas). Eu reclamo, mas até a minha organização sentiu sua falta da sua bagunça, até o meu bom humor doce matinal, sentiu falta do seu mood amargo quando vê a luz do dia entrando pela fresta da janela.
Estava tentando superar mais uma página daquele livro difícil, enquanto via as horas passarem. Eu estava sinceramente tentando, quase concentrada quando ouvi um ruído, passos no assoalho de madeira, seus. Não fiz menção de olhar para trás, fingi estar ainda mais concentrada e não tirei os meus olhos do livro, nem quando você ocupou o espaço do sofá ao meu lado.
— Bom dia... — sua voz ainda rouca e sonolenta cortou o silêncio da manhã, me obrigando a encará-lo. Eu queria sorrir com aquela imagem à minha frente, as pernas cruzadas, aquela calça larga xadrez, seu tronco magro e alvo exposto, me lembrando que detestava mesmo sol e praia. Eu não ia dizer, mas sua presença preencheu de doce o domingo, até então, amargo. Mas não, eu não iria sorrir ou dizer nada, eu ainda estava chateada e a culpa do amargo era, de certa forma, dele.
Por alguns instantes tirei os olhos do livro, mas eu estava muito concentrada, até cheguei a marcar uma frase com a lapiseira, parecia ser algo que faria sentido quando eu lesse pela segunda vez, com certeza. Consegui ver que ele pegou minha xícara na mesinha e só estava esperando pelo que viria:
— Por que você não adoça esse café? — tirei novamente os olhos do livro para ver a sua careta depois de levar a xícara azul aos lábios, me dando vontade de sorrir, mas talvez agora fosse mais um sorriso de "bem-feito". Agora eu tinha a minha deixa. De todas as palavras que eu queria dizer, a sua frase era perfeita para que eu engatasse.
— Café sem açúcar, deus que me livre... Mas uísque. — deixei no ar e, pela forma que ele arqueou as sobrancelhas, ele havia pegado.
— Eu sei que bebi um pouco mais do que... — eu já conhecia o pedido de desculpas que sairia dali.
— Yoongi, eu não sou nenhuma puritana... — ele quase sorriu debochado com o meu "linguajar", quase. — Eu só não gosto de ser tratada com grosseria... Você faz ou deixa de fazer o que quiser. — peguei a xícara que ele acabara de desprezar e levei aos lábios, sentindo o amargo que eu gostava e que, agora, ele estava provando indiretamente.
Fechei o livro, deixando a página marcada com a lapiseira, e fiquei encarando-o na esperança de uma resposta. Ele entreabriu os lábios algumas vezes, lábios que eu preferia estar beijando, mas eu estava com muita raiva pra isso, muita. Mas, talvez, por garantia, fosse melhor que ele não chegasse muito mais perto.
— Eu estava dormindo ainda, eu não quis... — ele finalmente conseguiu formular algo, mas eu estava totalmente sem paciência e com a língua afiada demais para esperar.
— Estava dormindo, mas se lembra do que disse... –— rebati e fiz menção de voltar a ler quando ele colocou sua mão sobre minha, fazendo pesar sobre o livro seu toque doce.
— Eu estou há quase dois meses fora e... — ele suspirou fundo e fez pesar mais ainda seu toque sobre minha mão, fazendo um carinho bom com o seu polegar, me lembrando da amargura da sua ausência. Da saudade.
— E você vai beber com os seus amigos até às 3 da manhã e ainda é grosso comigo quando eu te chamo pra passear... — olhei em seus olhos, mas ele desviou para o estofado cinza, era sua forma de dizer que sabia que estava errado.
— Você me chamou pra ir à praia... — mas jamais admitiria, me fazendo revirar os olhos, escapar minha mão das suas e me concentrar no meu pedaço de bolo, pois tentar ler naquele momento seria muita ousadia. — Eu odeio aquela água gelada, a areia... Olha só a minha cor, eu não posso com sol! Mas... Eu iria com você se não estivesse com tanta ressaca.
— Eu sei que você não iria, você só acorda antes das 11h da manhã pra trabalhar...
— Você fala como se... — larguei o pratinho sobre a mesa de centro que, em seguida, ele pegou.
— Você só se importasse com o trabalho. Uhum. E eu preciso me concentrar no meu... — aproveitei que suas mãos estavam ocupadas segurando o prato e garfinho e sua boca mastigando o bolo, de forma que ele não conseguiria me impedir de abrir o livro.
— Vamos discutir todos os domingos em que eu estiver em casa? — e mesmo que fosse pra discutir, eu gostaria que ele estivesse mais domingos em casa. Seu tom de voz também era doce e seu olhar incrivelmente profundo, me obrigando a fitá-lo, eu não sabia recusar o seu olhar. Era sempre como estar só no mundo, até os sons paravam, o resto todo ficava sem cor.
— Se depender de você e do seu mau humor matinal, acho que sim. — era muito divertido ser debochada com ele, o rei do sarcasmo, que diante de mim, perdia sua coroa.
— Então, vamos discutir todos os domingos! — ele fingiu empolgação e deixou um beijo estalado em minha bochecha, me fazendo segurar o sorriso que só abri quando ele se levantou do sofá com a minha xícara. — Vou adoçar isso, você está precisando, Miyoung...
— Ne-ga-ti-vo... Pega outro pra você. E aproveita pra esquentar o meu, sua presença gelou o café...
Esse garoto me tirava mesmo do sério.
E pronto, eu já estava sorrindo.
☕️
helloo lovers!
O que estão achando? Essa é outra ideia meio sem nexo que eu tive enquanto tomava café em uma manhã de domingo... E quis trazer esse casal pra vocês.
Bem, vocês já devem ter visto notas minhas por aí dizendo que pensei em não postar/apagar determinado capítulo/história etc... Decidi tentar deixar isso pra trás e mostrar as minhas coisas aqui, confiar mais em mim e em vocês. E encorajo a todas a fazerem o mesmo. Não tenham medo de mostrar e publicar as coisas que vocês escrevem. Vamos juntas vencer nossas inseguranças e trazer obras melhores aqui para o Wattpad!
amo vocês que nem Café com Suga ☕️
Aguardo os votos e comentários, eles são essenciais para incentivar a autora!
beijos da Maria <3
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Café com Suga • Min Yoongi
FanficMau humor matinal, café com briga e beijo sem açúcar. Por trás da agenda cheia, ensaios, performances e turnês, existe um lugar seguro onde Suga pode ser só Min Yoongi e descansar. Ao lado de Park Miyoung. BTS| Min Yoongi| Romance | Canon Concluí...