Adeus, enfim.

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POV Fernando Haddad - 30/10/2018

" Ômi... não pergunte a mim. Nunca sei onde Kaiser está. Nem tenho o contato dela. Também, pudera. Aquela cabrita anda no fio da navalha. Iria sair distribuindo os telefones pra Deus e o mundo? Se você soubesse o tanto de bosta onde a sujeita está enfiada até o pescoço, daria graças aos deuses por ter lhe deixado em paz !"

Ciro só retornara minha ligação à noite, após chegar na França e relaxar bastante numa boa casa de massagens. Se eu bem conhecia o safado, estivera fazendo um tour por todas as casas de tolerância de Paris.

" Fiz mesmo... O amigo sabe que eu adoro chupar escargot ! Uma boa ostrinha humm..."

Eu tive que rir. Apesar de ser um político sério e competente, Ciro Gomes era na vida pessoal um homem engraçadíssimo. Um tanto quanto cara de pau, mas amável.

O resultado das eleições fora exatamente o que eu esperava. Meu adversário venceu. Por uma diferença mínima, mas levou a melhor.

O que me consolava é que fora uma vitória limpa e justa - Graças à Carmem.

"  Preferi ficar neutro, sim, e tu sabe meus motivos. Sou um nome mais forte e conhecido. Se houvesse sido o candidato de Lula, te faria meu vice e teríamos uma chapa muito mais forte ! " - Gomes se justificou.

Foda-se, eu discordava, mas isso era irrelevante agora.

Minha luta não acabara ainda. Precisava manter uma oposição forte.

"  Então o Doutor vá articular sua oposição e enterre essa história ! " - Gomes opinou, veementemente.

" Farei isso. Eu vou dizer adeus em definitivo. Mas não sem antes me despedir decentemente. Eu a deixei dormindo... Não tive oportunidade de lhe dizer tudo o que queria e preciso dizer..."

Ciro se impacientou.

" Caralho ! Mas eu não tou falando? Ômi, seu cabra... Estou te dizendo que ô homem que gosta de procurar sarna pra se coçar... " - Alertava e eu não lhe dava a mínima.

" Tá bom. Presta atenção." - Gomes baixou a voz -" Tudo o que fazemos a filha de uma égua monitora. Se ela quiser te ver, ela dará um jeito. Táokei?"

Ele tinha razão. Encerrei a conversa e fui procurar um livro para ler.

" Com um bom vinho, não há melhor companhia." - Eu disse em voz alta.

Nesse instante algo na cozinha caiu.

"Ah, caralho, só me falta essa porra ter ratos... pagando uma fortuna de aluguel por essa merda!" - Espraguejei, mas parei no meio do caminho.

Havia alguém lá, e quando vi de quem se tratava, parecia que alguém havia me arrancado o coração pela boca.

" Que boca, suja, Professor. Que seus alunos não o ouçam !"

" Carmem ! " - Foi tudo o que consegui dizer, antes de a agarrar e cobrir de beijos.

Eu nem havia me mancado de que a comprimira entre eu e a parede, em minha ânsia de a segurar nos braços, a garota estava sem ar.

" Peraí..." - Eu me afastei um pouco, a mirando, confuso - " Eu mal acabei de falar com o Gomes e você já chegou aqui ?"

Kaiser revirou os olhos.

" Eu sei que sou a pica das galáxias nesses paranauê de espionagem e outras tretas, mas nem tanto, eu já estava aqui quando vcs se falavam, né? "

Entrou enquanto eu tomava um cafezinho na padaria. Eu questionaria a segurança do apart hotel, mas achei prudente não levantar mais suspeitas - Além do que Kaiser me poupara de uma grande injustiça.

Olhei bem para ela, querendo guardar cada detalhe do seu rosto, cujos contornos eu percorria com a ponta dos dedos.

" Então... Se quer mesmo se despedir de mim, acredito que esse seja um bom momento."

Não deixei que dissesse mais palavra, a peguei no colo e a joguei na cama.

Atrapalhadamente arrancamos as próprias roupas, eu sem paciência alguma para os mil fechos do corpete de Carmem, saí arrebentando os ganchos e fitinhas, a apalpando, mordendo e beliscando toda - Deixaria muitas marcas para que ela se lembrasse de mim quando fosse tomar banho.

" Eu não vou deixar você ir, nunca mais." - Minhas palavras saiam entremeadas com soluços enquanto eu a penetrava, nossos quadris se chocando ruidosamente.

Ela gozou cravando as unhas nas minhas costas, afogou meu gemido sugando minha língua.

Fiquei tonto alguns segundos, o
Com as pernas bambas , o orgasmo fora mais forte do que o normal.

" Dorme aqui comigo." - Pedi, afagando-lhe os cabelos da testa, úmida de suor.

" Mas e sua mulher...?"

" Ela me deixou em definitivo." - Deitei em seu peito." - Fica aqui."

Aquela noite finalmente conseguimos nos despedir como se devia, com juras e promessas de amor de minha parte. Ela não respondia, apenas me ouvia, em silêncio.

Slave of love - Haddad + Ciro + Personagem OriginalOnde histórias criam vida. Descubra agora