[ 02 ] нell on earтн ✨

5.8K 793 316
                                    

oioi, xuxus.

capítulo novo pra vocês <3

espero que gostem!

[...]


Alguns dizem que o inferno está bem abaixo de nós, quem sabe num plano inferior, dizem que o mesmo esta repleto de chamas e que as mesmas nos queimarão e farão pagar por nossos pecados em nossa vida hedionda.

Outros não acreditam em sua existência, preferindo dizer que a alma vaga por aí, sem rumo, distanciando-se daqueles que ama ou quem sabe, perseguindo-os.

Com todas suas hipóteses a humanidade criou uma representação do que seria o mal e que, principalmente, ninguém deverá almeja-lo.

Criamos o inferno imaginário com o diabo em seu trono magnífico, o rosto amedrontador e os chifres afiados. O rei do inferno, punidor de todos pecados, o príncipe das trevas, Belzebu, símbolo da culpa e maldição.

Bem, infelizmente venho aqui dizei-vos que suas teorias são completamente precipitadas.

O tão chamado Lúcifer possui nome e sobrenome, um corpo escultural e cabelos acinzentados, olhos negros que podiam iluminar a mais completa escuridão e os lábios avermelhados extremamente cativantes.

Park Jimin, era seu nome.

Para mim, ao menos, ele é a definição mais perfeita de diabo. Parece que foi estrategicamente moldado para fazer de minha vida completo inferno. Tentando conduzir-me a suas regras estúpidas e fazendo-me rebaixar a sua soberania.

Tolo, tão tolo.

Todos que conhecem ao menos um pouco de mim sabem que eu nunca me renderei á suas regras, muito menos aos seus charmes que todos dizem ser inúmeros.

O fato de meu pai tê-lo colocado como meu tutor certamente não me ajuda. O tão chamado instrutor agora vive no meu pé, atormentando-me o dia inteiro. Eu sinceramente não sei como ele ainda tem paciência.

— Bom dia, Jeon. - Meu dia estava ótimo, ele realmente tinha que aparecer?

— Meu dia estava bom, mas acho que acabou de piorar. - Eu resmunguei, tentando ignorar a presença inoportuna do ser á minha frente.

— Você é tão dramático. - Jimin dizia enquanto revirava os olhos, realizei o mesmo, cansado de sua presença. — Não entende que isso é para o seu bem?

— Não. Não entendo. Agora com licença, eu vou me encontrar com Taehyung. - Levantei de meu lugar ajeitando a mochila nas costas, já preparado para deixa-lo para trás.

— Espere! - Ele chamou ao que me viu se afastar de seu corpo.

— O que você quer? - Perguntei com um tom certamente rude.

— Sua blusa, - Ele se aproximou de meu corpo, puxando-me pelas alças onde se põe o cinto. Meu corpo colidiu ao seu graças a força imposta pelo outro. Sua respiração pesada batia contra o meu pescoço e eu pude perceber alguns pelos de meu corpo se arrepiarem, ele rodeou minha cintura, como se estivesse encantado pelo formato da mesma, meu coração estranhamente disparou e minhas pupilas dilataram ao que sua risada gostosa bateu contra a curvatura de meu pescoço. — não está colocada corretamente. - A voz era baixa, quase como num sussurro, fazendo com que os mais diversos calafrios percorressem meu corpo.

Ele ajeitou a blusa branca, colocando-a corretamente dentro da calça e desfazendo alguns amarrotados que haviam espalhados pela mesma.

Quando seu corpo separou-se do meu, eu ainda podia sentir leves espasmos, meus lábios entreabiram-se em puro choque pela proximidade repentina de nossas epidermes, ele deixou que um sorriso vitorioso preenchesse seu rosto, e eu, certamente, odiei o mesmo.

Deixando um leve tapa reconfortante em meu ombro ele se foi, não sem antes irritar-me pela última vez:

— Prepare-se para ser disciplinado, JungKook.

Grunhi em ira ao que seu corpo desapareceu pelo longo corredor, Park Jimin estava testando minha paciência. Deixei que minha mão passeasse pelos fios morenos de meu cabelo, puxando-os com certa força, a fim de tentar amenizar a dor repentina que se instalou em minha cabeça. 

Fechei os olhos com força, tentando dizer a mim mesmo que a súbita aproximação de meu corpo ao do mais velho não havia afetado-me tanto assim. 

Suspirei, deixando todo o ar que havia parado de circular, esvair de meu corpo. Logo a voz de Taehyung invadiu meu canal auditivo.

— Tudo bem, JungKook? - Ele perguntava, meio preocupado.

— Sim eu... estou bem.

— Você parece meio desnorteado. Está passando mal? - Taehyung se pôs ao meu lado, segurando-me pelos ombros, claramente preocupado com meu estado.

— Obrigado por perguntar, Tae. Mas eu estou bem, é sério. Foi só o Jimin me irritando como de praxe. - Eu dizia com a voz suave, totalmente diferente daqueles que diziam conhecer-me.

— Tudo bem, vou confiar em você. - Ele me soltou, oferecendo-me uma garrafa d'água.
— JungKook. - Ele chamou.

— Sim? - Apreciei a forma que o líquido gelado desceu por minha garganta, chegando á meu estômago.

— Não acha que... - Ele engoliu em seco, meio assustado de qual seria minha reação a suas próximas palavras. — Não acha que talvez ter Jimin em sua vida não seja tão mau assim?

— Sabe muito bem que eu repudio esse homem, Taehyung. - Me desfiz de seus olhos preocupados. — E também sabe que eu não serei disciplinado tão facilmente.

— Eu só pensei que...

— Chega! - Elevei minha voz, arrependendo-me logo em seguida, já que a feição de Taehyung tornou-se puro espanto. — Desculpa... Não gosto de brigar com você, então vamos deixar isso de lado, ok?

— Ok, mas pense no que eu disse. - O Kim seguiu caminho para sua sala, e eu, para minha. Suspirei levemente frustrado, realmente odiava elevar minha voz com Taehyung, afinal, ele é um dos únicos com quem eu posso contar.

Na realidade todos pensam conhecer-me, me definem como o filho malcriado do general, sempre desobediente e nunca capaz de seguir as regras de forma correta. Todos veem uma aberração, veem sempre meu lado mais feio, coberto de falhas e defeitos.

Contudo, eu, Jeon JungKook, não sou totalmente assim.

É verdade que uma boa parcela de minha personalidade resume-se em atos impensados e decisões precipitadas, assim como palavras rudes e raiva alastrada. Em ações levemente narcisistas e feições irritadas. Todavia, eu sempre fui mais que isso. Ao menos, sempre pensei ser mais que isso.

Muito poucos conhecem o meu lado gentil, poucos sabem meu amor incondicional por literatura e por palavras dos mais diversos tipos, não sabem que eu amo girassóis e que chá de jasmim é, sem dúvidas, meu favorito. Poucos sabem que amo músicas lentas, e que, principalmente, amo canta-las. Não sabem que eu tenho medo do escuro e que quando pequeno eu insistia em dormir com o abajur ligado.

Não me conhecem pois eu não quero que o façam.

Não quero que tenham conhecimento de minhas fraquezas, pois as acho estúpidas, não os deixo adentrar em minha vida pois eu tenho medo de aproveitarem-se de minhas falhas.

Taehyung foi o único que conseguiu tal feitio, com certamente, uma grande dose de esforço e algumas ligações despreocupadas.

As vezes pergunto-me quando me fechei tanto aos outros, afinal, não relembro-me de muita coisa.

Balbuciei palavras sem sentido para mim mesmo, vendo que o sinal indicando a entrada para salas logo tocaria, decidi apressar-me, já que, mesmo ignorando certas regras, outras eu era obrigado a seguir.

Adentrei a sala e deparei-me com Jimin sentado na cadeira do professor, revirei os olhos antes de sentar-me em meu lugar de costume. Céus, ele parecia estar me perseguindo. Nossos olhares se encontraram e eu observei seu corpo se mover ao que uma risada nasal escapava de seus lábios cheios.

Realmente, o inferno na terra.

military | jikook¡ [ hiatus ]Onde histórias criam vida. Descubra agora