Capítulo 11 - Não é um encontro!

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Ruin The Friendship - Demi Lovato.

Acordo um pouco depois das nove da manhã, que foi o horário que o despertador tocou. Levanto com dificuldade e sigo para o banheiro, tomo um banho demorado e visto um calção de futebol, aí lembro que faz um bom tempo que eu e os caras não jogamos, seria bom marcar algo, talvez convencesse Kimberly a me deixar levar Caleb, mas quase gargalho de mim mesmo por esse pensamento. Ela nunca deixaria ele ir comigo.

Meus amigos sabem da minha história com Kimberly, sabem que tenho um filho. Eu sempre fui um cara muito reservado, não saio contando toda minha história de vida para as pessoas que conheço, mas eu não teria problema nenhum em falar abertamente sobre o meu filho se a Kimberly me deixasse ter uma relação com ele. É complicado explicar para as pessoas que meu filho nem sabe que sou o pai dele, que a mãe dele é uma egoísta, minha história com ela e todo o resto. Para falar sobre Caleb, eventualmente preciso falar sobre Kimberly e não gosto de falar dela porque não tem tanta coisa boa para falar.

Respiro fundo e espanto os pensamentos. Pego bananas, corto-as em rodelas e despejo os pedaços no liquidificar junto com leite e cubos de gelo. Enquanto o eletrodoméstico transforma a banana e o leite em uma vitamina, eu pego ovos na geladeira e dou início ao preparo de uma omelete.

Depois de comer e lavar a louça, vou me vestir, certifico-me de que estou bem perfumado, dou uma olhada no espelho e gosto, me sinto confiante. Estava me preparando como se fosse um encontro, me pergunto se Ana faz o mesmo. Pego o celular, as chaves e a carteira.

Em quinze minutos estou em sua porta, bato na madeira e quem abre é Cris. Inacreditável, quando eu estava procurando pela minha irmã quem abria era Ana e quando estou procurando por ela quem abre é a Cris. Será que elas combinam?

-Oi, Bast. – Ela me abraça e dá passagem para eu entrar. Está usando um blusão enorme e seu cabelo comprido e liso está amarrado em um bolinho bagunçado no alto da cabeça, o que indica que não faz tempo que acordou.

Vê-la dessa maneira é nostálgico, lembro do tempo em que ainda morávamos juntos, ela andava com o cabelo bagunçado pela casa com frequência, usava minhas blusas, as blusas do nosso pai, inclusive a que está usando agora é um blusão meu da época da faculdade. Correspondo ao abraço de minha irmã porque me sinto estranhamente feliz em vê-la daquele jeito, saudoso, mas feliz. Adentro a casa e encontro Hércules sentado no sofá confortavelmente como quem tinha acabado de acordar também, mas estava devidamente vestido.

-Cara, já ouvi boatos que você tem uma casa. É verdade? – Pergunto implicando com ele.

-Sebastian! Dá pra ser legal com o seu cunhado? – Pede Cris.

-Não se preocupa, linda. Isso é o Sebastian sendo legal. – Explica Hércules.

-Se um implica com o outro a gente sabe que estamos bem. – Completo.

-Homens são estranhos. – Cris diz mais para si mesma que para nós. – Já tomou café, Bast?

-Já sim. – Sento ao lado de Hércules. – Cadê Ana?

-Está se arrumando, eu acho. – Diz ele.

-Ana! – Cris grita.

-Já vou! – Responde Ana de algum lugar dentro da casa.

-Vai levar ela onde? – Hércules pergunta.

-Vamos almoçar no Centro e passear um pouco por lá. É bonito. – Esclareci.

-Isso parece um encontro. – Cris diz enfiando a cabeça no espaço entre nós dois.

-É um encontro. – Confirmo.

AnaOnde histórias criam vida. Descubra agora