Capítulo 7 - Porque não eu?

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Assim que chegamos à fazenda a festa começou, as meninas mal estacionaram que caixas e mais caixas de cerveja foram tiradas do carro da Joyce, não sei onde sete pessoas iriam enfiar tanta cerveja. Quando eu finalmente saí do carro a Jenny me prensou entre ela e a porta do carro.

-Falou sério quanto disse que ia transar comigo ou foi só algum tipo de vingança porque terminamos? Sua respiração batia contra meu rosto estávamos muito próximas e eu podia sentir o desespero na sua voz.

-Claro que era verdade, porque eu me vingaria de algo que eu mesma fiz? Eu terminei com você, não se esqueça disso! Falei provocando-a.

Jenny riu e se afastou de mim, mas não antes de me roubar um beijo. Rimos cúmplices e quando nos afastamos a Manu nos observava com uma expressão intrigada.

A divisão dos quartos foi simples, a casa era grande e contava com quatro quartos, Nise e Joyce em um quarto, Lalis e Vivi em outro, Jenny no quarto principal e por fim eu e a Manu no outro, sinceramente não sei se essa foi uma boa idéia, mas a Manu ficou bem estranha, não entendi até porque já havíamos dormido tantas vezes juntas, inclusive na mesma cama que ao menos pra mim não seria problema nenhum.

Depois de tomar um banho e tentar arrumar minhas coisas na mala o máximo possível pra não fazer bagunça desci as escadas já ouvindo a batida alta da música que soava do lado de fora próximo a área da piscina, era um salão enorme com churrasqueira, mesas de madeira rústica pregadas ao chão, um palco de madeira no fundo e de lá tínhamos uma linda da vista dos campos. No caminho esbarrei na Manu.

-Podemos conversar?

Me perguntou e eu assenti, então ela me puxou pela mão até um canto mais afastado perto da entrada da casa e nos sentamos em um banco de pedra que havia perto dos portões quase escondido pela vegetação.

-É verdade o que a Jenny me disse?

A olhei com a expressão interrogativa virando a cabeça pra um lado e ela riu.

-Que vocês terminaram?

Perguntou claramente.

-Sim.

-É você está bem com isso?

Me perguntou preocupada.

-Sim, na verdade foi eu quem terminou com ela...

-Porque? Me perguntou curiosa.

-Digamos que sejamos melhores amigas, ela gosta de outra pessoa e eu também. Sorri.

Mas meu olhar deve ter entregado algo ou a Manu já saiba tanto dos sentimentos da Jenny que já saiba de quem eu esteja falando.

-Ela te contou não foi?

Eu sorri e afirmei com um gesto da cabeça.

-Ela é apaixonada por você... Porque você não dá uma chance pra ela?

-Você acha que eu deveria dar uma chance pra Jenny?

Me perguntou séria.

"Não"

Foi a resposta que minha cabeça gritou,mas eu jamais diria isso, era a felicidade da Jenny, se fosse alguém perguntando isso a Nanda eu gostaria que a pessoa respondesse...

-Sim.

Respondi.

Manu ficou me olhando com uma expressão indecifrável.

-Eu gosto de outra garota.

Falou depois de uns momentos de silêncio.

-Por isso você não quer ficar com a Jenny?

Questionei curiosa.

-Não, não quero ficar com a Jenny porque eu sou objeto de desejo dela, isso que ela diz ser amor é na verdade uma obsessão, eu fui a única garota na vida dela com quem ela não conseguiu nada além de amizade, eu estive sempre ao lado dela, mas como amigas e isso fere o orgulho dela, mas ela não percebe que é isso e jura me amar pra quem quiser ouvir.

Fiquei boquiaberta com a revelação dela.

Manu ficou me olhando com aqueles olhos que parecem que perfuram a gente e eu apenas a encarei de volta esperando alguma reação de sua parte.

-Você ainda acha que eu seria feliz com Jenny, sabendo de tudo isso? Ela é sim uma pessoa maravilhosa como eu já te disse antes, mas entre nós duas só existe amizade, e mesmo que eu não fosse loucamente apaixonada por outra garota, ainda não rolaria.

"Não, acho que seria feliz comigo!"

Pensei, mas que merda é essa?

-Eu acho que você me esconde muitos detalhes que se ditos antes poderiam evitar muitos estragos, agora eu me sinto como se ela só estivesse ficado comigo pra te atingir.

Falei e sorri sem mostrar os dentes.

-Eu não disse nada porque achei que se eu dissesse alguma coisa poderia mudar no seu julgamento e eu não queria isso, eu quero sua felicidade, quero que VOCÊ seja feliz.

Suas palavras me atingiram como bala, e eu estremecia, a forma que ela me olhou foi muito intensa e eu quase achei que o coração dela era meu, mas que tolice imaginar isso... Primeiro nos éramos irmãs, não de sangue, mas irmãs, segundo ela jamais se interessaria por mim, apesar de ter me beijado.

Tudo isso estava muito confuso na minha cabeça, meu hormônios estava a flor da pele e eu não conseguia organizar meus pensamentos.

-Então você deve dar seu coração a pessoa que você ama, ficar com Jenny seria um erro, veja o que aconteceu comigo.

Manu riu e tirou uma mecha de cabelo do meu rosto.

-Você é uma garota incrível Ana, e não precisa se prender em relacionamentos assim, deve existir por aí alguma garota tão apaixonada por você que faria qualquer coisa pelo seu bem, e talvez essa garota te ame tanto que prefira ser qualquer coisa sua só pra ficar do seu lado.

Então a Manu sorriu, um sorriso lindo que me deixou encantada.

-Quando encontrar essa garota, da meu endereço a ela que eu vou está esperando por ela de lingerie vermelha na minha cama e de quatro.

Manu arregalou os olhos antes de engolir em seco e depois dar uma gargalhada, alta quase descontrolada que chamou a atenção da Nise e da Joyce que passavam perto de nós, não o suficiente pra ouvir nossa conversa, mas o bastante pra ouvir a risada da Manu.

Ela ficou vermelha de tanto que riu.

-Quando eu encontrar essa garota vou mata-la e tomar o lugar dela.

Disse com um sorriso maroto nos lábios.

Uma corrente elétrica percorreu meu corpo com aquele olhar que ela me lançou, estremeci levemente e mordi meu lábio inferior inconscientemente.

-Você não precisa matar ninguém Manu é a pessoa que mais tem acesso as minhas lingeries.

Eu disse piscando um dos olhos, acho que meu cérebro deu um tilti, eu estava flertando com a minha irmã.

O sorriso da Manu aumentou e borboletas fizeram festa no meu estômago.

-Então usa essa lingerie e me espera assim.

Ela disse e se levantou e saiu caminhando em direção á casa me deixando com cara de idiota.

Porra! O que foi isso? Minhas mãos estavam suadas, meu coração acelerado, eu não acreditava, mas preferi levar tudo na esportiva, é caro que a Manu estava brincando comigo... Ou não?

Como Não Amar Essa Garota? [Romance Lésbico]Onde histórias criam vida. Descubra agora