Capítulo 20 - Segue o Baile...

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P.O.V ANA

Eu não sei o que deu na Manuela, mas tudo que eu posso dizer é que ela me machucou demais e mesmo sentindo todo esse amor por ela não sei se eu a perdoaria, cheguei em casa com a maior cara de quem veio de um funeral e de fato foi um funeral, o do meu coração.

Fernanda me fez o favor de não falar comigo durante o caminho pra casa, e quando eu cheguei simplesmente me tranquei no quarto e chorei, por horas botando pra fora tudo que eu estava sentindo, pensei em pegar aquela velha gilete que ficava escondida no fundo da minha gaveta de calcinhas e acabar com aquela dor filha da puta, mas desisti, porque não tive forças de me levantar da cama, eu estava com raiva da Manuela por ser covarde, com raiva dos meus pais por fazerem isso com nós duas de mim por gostar dela, por não lutar, por está chorando feito criança por causa dela.

Em algum momento eu parei chorar apenas soluçava e tremia, a minha mente gritava: " ELA NÃO TE MERECE!", Meu coração implorava:" EU PRECISO DELA!", Então meu orgulho, amor próprio e um pouco da razão me olharam de esgrelha decepcionados com a minha atitude, eu que sempre me achei tão foda então independente sofrendo assim? Isso não combinava com o tipo de mulher que eu desejava ser então me levantei com uma música motivacional tocando no meu inconsciente fui pro banheiro, mas primeiro passei na minha gaveta de calcinhas peguei o pacotinho com a gilete dentro entrei no banheiro e sem abri a embalagem e joguei tudo no lixo, liguei o chuveiro e tomei um banho, o banho do adeus, me prometi nunca mais chorar por ninguém a água gelada foi endurecendo meu coração e ao terminar o banho minha alma tava lavada magoada, ainda triste, sofrendo, mas ninguém nunca ia saber.

Deitei na cama ainda nua e molhada e assim adormeci, ao amanhecer seria diferente eu seria uma Ana diferente.

Na manhã seguinte as coisas não estavam tão melhores,mas eu me sentia bem, enchi minha cara de maquiagem pra disfarçar a noite de choro e pra tentar me desintoxicar de Manuela vesti aquelas velhas roupas de patricinha, mesmo me sentindo um pouco estranha era como se eu voltasse no tempo, quando sai meu pai me esperava já dentro do carro e no banco de trás estava a Fernanda ela me olhou estranho como se eu fosse um fantasma ao me ver vestida como antes.

-Bom dia querida... Meu pai começou a falar fingindo que eu não tava puta da vida com ele. - Você está bem? Ele questionou me olhando de lado.

Como de costume eu ignorei sua pergunta como de costume nós últimos tempos, o caminho para o colégio foi feito em silêncio eu realmente não estava afim de papo.

Meu coração deu o primeiro solavanco do dia quando avistei Manuela próxima ao portão do meu colégio ela conversava com a Júlia e a Samantha e quando viu eu e  Fernanda descendo do carro do meu pai seu sorriso sumiu, já eu sorri e abracei a Fernanda pelo pescoço fingindo que ela havia me dito algo divertido e interessante atravessando os portões antigos de ferro, passando direto pelas três paradas na calçada.

-Mas que porra foi essa?

Fernanda me perguntou assim que eu a soltei perto do pátio interno.

-Por acaso você não viu a Manuela?

-Vi. Só não entendo ela ter vindo até aqui sabendo que teu pai vinha te trazer... Parou pra pensar. - Será que ela vai enfrentar o velho pra ficar com você e realmente se arrependeu de ontem?

Eu a olhei fria.

-Ela não se arrependeu e eu não a perdoaria se isso acontecesse, então nem adianta pensar besteira, agora me deixa em paz.

-Não fui eu que te agarrei na entrada do colégio, então é bom você não me tratar mal, ainda estou grávida do seu sobrinho e a gravidez deixa as mulheres sensíveis e os bebês sentem sabia?

Como Não Amar Essa Garota? [Romance Lésbico]Onde histórias criam vida. Descubra agora