Um De Sete {BTS}

Encenação

O sol escaldante, descendo pouco a pouco pelo céu manchado pelas nuvens, emite seus raios que adentram as portas abertas, carregando junto a si o vento que chacoalha as árvores do lado de fora.

Numa das salas de dentro da casa, que mantém-se virada para o campo aberto, Annye e Seokjin analisam um mapa que ilustra a área das propriedades do Kim de forma básica, com traços e desenhos que remetem algo como um bosque, um pequeno lago, a casa e estradas e caminhos alternativos ao redor.

- Amanhã pela tarde, o escudo que Carina projetou ao redor desta casa, cairá. A partir do momento que os anjos tiverem nossa localização, virão atrás de você, e também de mim. Já que você está totalmente consciente de que precisa morrer, vamos tomar isso como uma oportunidade de treinamento para encerrar a semana. - Com a voz serena como sempre e o belo rosto dos olhos completamente enegrecidos movendo-se sutilmente a cada palavra, o mais velho permanece brincando com o lápis sobre a mesa.

- O que exatamente eu preciso fazer? E por que este mapa? - Com os olhos presos pelas linhas riscadas pelo papel ilustrado, Annye aguarda pela resposta do Kim.

- O mapa servirá a partir do instante em que eu irei te perseguir. Vamos pelo bosque, ou você pode escolher algum desses caminhos e me surpreender. - Com um sorriso de canto, Jin se ajeita na cadeira.- Hoje irei te mostrar na prática o que o mapa demonstra, depois deixarei que você se aventure sozinha para conhecer um pouco o terreno. - Enquanto fala, o mais velho gesticula com as mãos sobre o mapa. - Você precisa aparentar estar assustada e confusa. Terão algumas armas não tão letais espalhadas por cada lugar, tanto aqui dentro quanto lá fora.

- E seu eu te machucar? - Mordendo o lábio inferior perante a pausa do rapaz, Annye avalia a expressão do mesmo, mas ele permanece despreocupado.

- Desde que meu corpo termine inteiro e eu esteja ao menos acordado, estará tudo certo. Cuidado com o rosto, é difícil recrear a beleza. Quando eu lhe encontrar, faça de tudo para fugir, mas tudo aquilo que sabe que não seria útil.

- Mas eles não iriam perceber que...

- Eles não sabem que estamos te treinando. Pelo menos não um treinamento tão bom. Ninguém do lado de fora das barreiras tem visão do que acontece dentro. Então, faça tudo aquilo que não faria para escapar. Grite, puxe meu cabelo, me bata sem usar toda a sua força em regiões que no máximo fazem cócegas ou algo do tipo. Não deixe transparecer que você tem o nível de treinamento que tem. Isso precisa ser mantido em segredo por enquanto. O que eles podem saber, com certeza não tê certeza.

Assentindo com a cabeça, Annye inspira fundo, sentindo de forma repentina, todo seu corpo esquentar.

- E quanto à minha magia?

- Use-a da forma mais discreta possível. Se eles perceberem que está tão habilidosa... bem, é algo arriscado. Depois de alguns encontros não muito amistosos entre Carina e os anjos, eles demonstraram grande conhecimento de táticas para neutralizar a magia dela. Não são permanentes, nem letais, mas é algo que preferimos evitar ao máximo.

- Entendo... - Movendo o olhar pelas sombras no mapa, Annye se levanta da cadeira. - Como você iria me matar? Aquela pergunta de ontem me deixou curiosa.

- Envenenamento não é algo tão emocionante assim, além de que não se enquadra nos nossos atuais planos. Eu poderia envenenar as armas e as munições, mas preciso de algo mais instantâneo no caso de eles se apressarem.

- Hm, okay então. - Com um brilho doentio tomando conta de seu olhar, a menina se vira para o mais velho com um sorriso maníaco. - O que acha de me esfaquear múltiplas vezes? Deve ser emocionante.

- Garanto que não. Além do mais, imagino que não esteja tão disposta assim a sentir tanta dor.

Parada de frente para o rapaz, Annye apenas permanece em silêncio, a sanidade lhe inundando outra vez e lhe remetendo pensamentos não muito agradáveis.