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Ana

Gente o que é isso aqui...? Meu deus do céu. Ave Maria não tenho nem roupa pra esse evento... — falo impressionada com o casarão em minha frente.

— É aqui?

— É sim. Os pais do Arthur estão numa viagem pelo leste europeu, vão demorar umas duas semaninhas pra voltar... Então, ele aproveitou a oportunidade e... Tcharam! Vocês não estão vendo nem a metade.
Simbora gatas! Que hoje o negócio vai ficar sério. — responde Bruno empolgado.

Entramos na casa e levo uns segundinhos para analisar o ambiente.
Muitas pessoas já estão ali.
É engraçado como Arthur conhece tanta gente.
A casa é enorme e já esta praticamente lotada.
Todos parecem estar bem felizes e animados com a festa.
Inclusive...
Não, pera.
De longe avisto uma menina loira, virada de costas, com a mesma exposta, por conta de estar vestindo alguma coisa similar a um "body".
Aparentemente troca cochichos em meio a risadas com uma menina ao seu lado. O que soa como um tipo de "particularidade" entre as duas.
Por um instante ela prende minha atenção.
Parece-me familiar.

De repente, ao virar-se de lado reconheço exatamente sua singularidade.
Cecília.
Cecília?!?

— Eiii...! Ana...? Cê ta aí? Ana! — ouço Bruno tentando chamar a minha atenção, quando volto dos meus pensamentos. — Tudo bem...?

— Onde ficam as bebidas? — pergunto.

— Acho que no balcão lá embaixo, quer que eu vá com voc...

— Ótimo. — corto-o e saio sem explicações, deixando Vitória e Bruno pra trás.

Cecília

Não estava muito afim de sair de casa hoje, mas como é a festa do Arthur, é claro que não teria outra escolha.

Chego acompanhada da Maju.

Nos conhecemos á uns três meses atras no Royal Bar (um barzinho na Tijuca que costumo frequentar com os meus amigos).
Foi engraçado.
A gente trocou olhares a noite inteira. Eu de um lado do bar, e ela do outro.
Mas não sei dizer exatamente que tipo de olhares. Porque eu sou péssima com essas coisas.
Definitivamente, não sei flertar.
Quer dizer, ela realmente era/é muito bonita e tinha chamado a minha atenção desde que a vi pela primeira vez.
Provavelmente em um dia qualquer, ela seria só mais uma mulher muito bonita que me chamou a atenção.
No fim, eu esqueceria e iria pra casa.
Mas o que um pouco de álcool não faz, né?

Eu tava bêbada.
E consequentemente muito mais atrevida e sem vergonha na cara.
Então eu a fitei. E a peguei me fitando também. Nós rimos.
E foi assim a noite inteira.
No fim, ela foi embora e nunca mais nos vimos.
Bom exceto até o dia seguinte.

Nos reencontramos na Blest e descobri que na verdade temos amigos em comum.
Nos divertimos naquela noite, e a partir daí viramos amigas. 
Na verdade eu queria beijar a Maria Júlia naquele bar aquele dia.
E beijar muito.
Eu casaria com ela, até.
Ela é realmente uma boa pessoa e me faz muito bem.
Ela me conhece. Sabe quem sou, de uma forma que ninguém jamais soube. Ou quase ninguém.
Nós nos entendemos e nos damos super bem.

Mas enfim, nada de casamentos ou coisas do tipo.
Nem de beijos e...
Na verdade nós já nos beijamos, algumas vezes.
Mas preferimos deixar isso como uma casualidade.

Eu gosto dela e eu sei que ela gosta muito de mim.
Também sei que se quiséssemos, até teríamos um relacionamento, que talvez desse certo e aí casaríamos e seríamos felizes para sempre.
(Um pouco de exagero).
Mas não é isso que eu quero, não agora. Ainda não.
E não é pela Maju, pelo contrário, ela é uma pessoa incrível.
Mas ela tem a vida dela e eu tenho a minha.
E pra evitar qualquer tipo de mágoa que possa vir a existir no futuro, optamos talvez indiretamente, que continuaremos assim, apenas "amigas".
Mesmo que haja um sentimento acobertado, lá no fundo.

As pessoas vivem falando, em especial os nossos amigos, que somos um casal e essas coisas todas do tipo.
A gente já tá até acostumada com a ideia, mas deixa bem claro que não é bem assim.
Pelo menos não agora.
Ainda não é o momento.

— Ceci! Menina, vocês demoraram, viu? — grita Arthur do outro lado da sala ao nos ver entrando.

— Arthurrrr! Oii meu lindo.

— Majuu, que bom que você veio!

— E você acha que eu iria perder isso aqui?

— Fico feliz por estarem aqui!
Sintam-se em casa. — diz Arthur se retirando para cumprimentar o restante.

— Vamos pegar alguma coisa pra beber? — pergunta Maju.

— Opa, falou com a pessoa certa. — respondo.

...

— Cê tem long neck aí?

— Aqui temos de tudo gata, o que você quiser. Só pedir, ao teu dispor. Inclusive eu. — responde o Bar Man numa possível tentativa de flerte comigo, dando uma piscadinha torta. — Ei linda, pesquisei tesão no dicionário e encontrei o teu nome.

No mesmo instante, olho pra Maju e percebo que ela está encarando o Bar Man com os olhos cerrados.

— Idiota. Me vê uma cerveja logo.  O que você vai querer amor? — pergunto pra Maju, alfinetando o Bar Man quando percebo imediatamente seu cenho envergonhado.

— Me vê uma cerveja também. — ela responde ríspida.

Pegamos as cervejas e Maju me surpreende com um beijo demorado.

— Da próxima vez certifique-se de que a mulher que você está dando em cima não esteja comprometida. Ou melhor faça um favor e não dê em cima de ninguém, você é péssimo nisso, e nojento. Babaca. — diz Maju com uma expressão nada convidativa.

E saímos abraçadas em direção a sacada.

— Você viu a cara dele?

— É um idiota. — responde revirando os olhos. — "Pesquisei tesão no dicionário e encontrei teu nome" ah vai se foder.

— Calma Maria Júlia. Esquece isso. — digo dando um risinho e apertando seu nariz, percebendo seu nada discreto ciúme.

— Tô tranquila. Mas não ia deixar ele falar aquelas merdas pra você né.

— Hummm... Então aquele beijo foi só uma encenação pro Bar Man... Tipo você não queria me beijar mesmo, né? — pergunto risonha e provocante.

— Ué... Aí eu já não sei te dizer...— diz ela na gargalhada. — Aquele cara é um babaca. Mas não vou negar, a parte do dicionário é verdade. — diz ela aproximando-se do meu ouvido.

— Você diz é? — pergunto aproximando-me também.

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GENTE TÁ AI O 4º CAPÍTULO!
me perdoem a demora, sério mesmo.
espero que gostem.
tentarei escrever e postar mais rápido pra vocês!
(e me desculpem se houver erro de português também)
um beijo!
oq será que vai rolar quando elas se encontrarem pela primeira vez?

Dói Sem TantoOnde histórias criam vida. Descubra agora