- EU NÃO MATEI ELE, POR FAVOR VOCÊS PRECISAM ACREDITAR EM MIM!
Os berros instauraram-se pela delegacia e Oldman fora surpreendido, sendo obrigado a sair de sua sala.
- Mas que porra é essa? - Ele indagou.
- É o Rafael. Ele tá surtando de novo. - Diana respondeu seca. - Por que raios nós temos que levar esse imbecil?
- Porque quem dá as ordens aqui sou eu. O que foi que aconteceu?
A cena estava resumida há: Quatro policiais diferentes segurando Rafael, Diana abrindo uma sala rapidamente para colocá-lo lá e Oldman surpreso em ver seu sucessor daquela forma.
- Eu e Roger fomos investigar um som pelas redondezas. Houve um roubo de um corpo no cemitério e achamos que o suspeito ainda estava nas redondezas. O que aconteceu foi que tivemos de voltar as pressas porque ouvimos o som de um disparo. Quando chegamos, o Rafael estava chorando ao lado do corpo do velho, se culpando pela morte dele. Quando nós o abordamos, ele enlouqueceu e tentou fugir. Basicamente, tivemos que colocá-lo atrás do carro, porque ele ficou agressivo demais.
Oldman suspirava. Ouvia em decepção, perguntando-se se tinha feito a escolha certa ao escolhê-lo como substituto. A sensação de trabalhar com Rafael era como trabalhar com uma bomba-relógio prestes a explodir. Qualquer um tinha seus dias ruins, mas aquilo já estava passando do ponto. Ele iria repensar sua posição de aposentadoria, era o melhor a ser feito.
- O que está acontecendo? - Uma voz veio de relance. Era Santos, apreensiva com os barulhos.
- Sua foda está dando a louca, é isso. - Russo respondeu, agarrando firme o parceiro.
Com muito esforço, finalmente, trancaram-no na sala. Rafael estava possesso de medo e terror e raiva de si mesmo. Não sabia o que fazer, muito menos quanto tempo ficaria retido, isso se não fosse parar em um hospital psiquiátrico.
- Ele acha que matou alguém. - Diana resmungou.
- E ele matou? - Ela pareceu indignada.
- O imbecil mal consegue ficar em pé. Alguém matou o velho e botaram a culpa nele. Quem quer que fosse, foi esperto.
- E vocês? Onde estavam?
- Tá insinuando alguma coisa, perua? - Diana esbravejou.
- Silêncio, as duas! Não vou admitir insinuações a um de meus subordinados. Confio em cada um de vocês. - Oldman disse.
- Que tocante. Enfim, cuidem dele agora, não é problema meu.
Diana se afastava, sem nenhuma mísera pitada de benevolência no sangue. Sua paciência havia se esgotado há muito tempo e agora precisava descansar. Como Rafael conseguia ser daquele jeito sempre? Por que não procurou alguém decente para ajudá-lo? Talvez se o fizesse, ainda estariam juntos.
O que acontece é que ambos foram parceiros por um bom tempo antes de Santos chegar lá. As transas noturnas, as chupadas de agrado e qualquer conotação sexual antes realizada eram feitas pelos dois, mas Diana tinha o sangue mais quente que Santos. Ela simplesmente não esperou para gritar em um momento de fraqueza de Rafael e envergonhá-lo na frente de toda a delegacia. Ela realmente o queria ver bem, vê-lo feliz ao seu lado. Entretanto, a falta de motivação era um passageiro corriqueiro em sua vida. Rafael não se via mais com motivos para viver e após uma tentativa de suicídio, Diana o deixou. Não podia mais aguentar conviver com tanto sofrimento e agonia. Deixou o homem sofrer consigo mesmo e aguentou cada instante sem se dar conta que sentia falta do abraço quente do ex-namorado.
Parecia uma tradição, mas não havia nenhum relacionamento daquele homem que parecia dar certo. As amizades eram passageiras, namoros tornavam-se abusivos e até mesmo com os pais a vida fora difícil.
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Tem alguma coisa no Escuro?
Mystery / ThrillerDono de uma mente nociva e repleta de questionamentos, Rafael se levanta mais um dia para continuar em seu estágio no departamento de polícia. Sua roupa desgrenhada e sem muito brilho revelam que sua personalidade é de alguém descuidado e a beira da...