Capítulo 11: Café

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- EU NÃO MATEI ELE, POR FAVOR VOCÊS PRECISAM ACREDITAR EM MIM!

Os berros instauraram-se pela delegacia e Oldman fora surpreendido, sendo obrigado a sair de sua sala.

- Mas que porra é essa? - Ele indagou.

- É o Rafael. Ele tá surtando de novo. - Diana respondeu seca. - Por que raios nós temos que levar esse imbecil?

- Porque quem dá as ordens aqui sou eu. O que foi que aconteceu?

A cena estava resumida há: Quatro policiais diferentes segurando Rafael, Diana abrindo uma sala rapidamente para colocá-lo lá e Oldman surpreso em ver seu sucessor daquela forma.

- Eu e Roger fomos investigar um som pelas redondezas. Houve um roubo de um corpo no cemitério e achamos que o suspeito ainda estava nas redondezas. O que aconteceu foi que tivemos de voltar as pressas porque ouvimos o som de um disparo. Quando chegamos, o Rafael estava chorando ao lado do corpo do velho, se culpando pela morte dele. Quando nós o abordamos, ele enlouqueceu e tentou fugir. Basicamente, tivemos que colocá-lo atrás do carro, porque ele ficou agressivo demais.

Oldman suspirava. Ouvia em decepção, perguntando-se se tinha feito a escolha certa ao escolhê-lo como substituto. A sensação de trabalhar com Rafael era como trabalhar com uma bomba-relógio prestes a explodir. Qualquer um tinha seus dias ruins, mas aquilo já estava passando do ponto. Ele iria repensar sua posição de aposentadoria, era o melhor a ser feito.

- O que está acontecendo? - Uma voz veio de relance. Era Santos, apreensiva com os barulhos.

- Sua foda está dando a louca, é isso. - Russo respondeu, agarrando firme o parceiro.

Com muito esforço, finalmente, trancaram-no na sala. Rafael estava possesso de medo e terror e raiva de si mesmo. Não sabia o que fazer, muito menos quanto tempo ficaria retido, isso se não fosse parar em um hospital psiquiátrico.

- Ele acha que matou alguém. - Diana resmungou.

- E ele matou? - Ela pareceu indignada.

- O imbecil mal consegue ficar em pé. Alguém matou o velho e botaram a culpa nele. Quem quer que fosse, foi esperto.

- E vocês? Onde estavam?

- Tá insinuando alguma coisa, perua? - Diana esbravejou.

- Silêncio, as duas! Não vou admitir insinuações a um de meus subordinados. Confio em cada um de vocês. - Oldman disse.

- Que tocante. Enfim, cuidem dele agora, não é problema meu.

Diana se afastava, sem nenhuma mísera pitada de benevolência no sangue. Sua paciência havia se esgotado há muito tempo e agora precisava descansar. Como Rafael conseguia ser daquele jeito sempre? Por que não procurou alguém decente para ajudá-lo? Talvez se o fizesse, ainda estariam juntos.

O que acontece é que ambos foram parceiros por um bom tempo antes de Santos chegar lá. As transas noturnas, as chupadas de agrado e qualquer conotação sexual antes realizada eram feitas pelos dois, mas Diana tinha o sangue mais quente que Santos. Ela simplesmente não esperou para gritar em um momento de fraqueza de Rafael e envergonhá-lo na frente de toda a delegacia. Ela realmente o queria ver bem, vê-lo feliz ao seu lado. Entretanto, a falta de motivação era um passageiro corriqueiro em sua vida. Rafael não se via mais com motivos para viver e após uma tentativa de suicídio, Diana o deixou. Não podia mais aguentar conviver com tanto sofrimento e agonia. Deixou o homem sofrer consigo mesmo e aguentou cada instante sem se dar conta que sentia falta do abraço quente do ex-namorado.

Parecia uma tradição, mas não havia nenhum relacionamento daquele homem que parecia dar certo. As amizades eram passageiras, namoros tornavam-se abusivos e até mesmo com os pais a vida fora difícil.

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⏰ Última atualização: Dec 02, 2018 ⏰

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