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Camila se sentia atordoada, viu Lauren correr e nem se quer lhe dar uma explicação, ela parecia em pânico e isso a preocupava muito. tentou alcança-la mas foi em vão. seus olhos arderam querendo lacrimejar. Entrou na sala de seu pai e fechou a porta com força, só podia ser ele o culpado.

— o que você fez?

— o que me pediu, e cheguei a conclusão de que aquela garota não está saudável, ela deve ser denunciada, é um risco para a sociedade, mata pessoas, pode te matar!

— não pai! não a conhece, não sabe o quão doce ela é comigo, ela não estava mais fazendo mal a ninguém, ela me ouve

— é incapaz de amar, assim como não sente remorso por suas vítimas, ela nem sente falta da mãe

— claro que sente! ela mentiu quanto a isso, de alguma forma ela se sente culpada pela morte de Clara e pela da irmã também

— e ela foi culpada, mesmo que não intencionalmente

— falou isso a ela?

Ele passou a mão nos cabelos grisalhos e ela elevou a voz.

— você disse isso pra ela? fala!

— disse, fiz o que foi necessário pra sua segurança, não a quero com aquela garota, ela é uma psicopata perigosa, vai te machucar, não tem nenhuma poção boa vindo dela para te oferecer, eu sou médico psiquiatra, sei do que estou falando

— eu a amo! e nem tudo a Medicina resolve, posso cura-la com amor

— a vida não é contos de fadas Camila! você é apenas uma adolescente provando da primeira paixão platônica, nunca será amor, você não sabe que sentimento é esse ainda, amor é o que sinto por sua mãe, construímos uma família juntos, tivemos você. Mal conhece aquela menina

Camila riu com sarcasmo.

— você a ama e trepa com a empregada? é esse o tipo de amor que tem por ela? o tipo de amor que quer usar como exemplo? por que desconheço esse tipo ai, o que Lauren me faz sentir é amor sim, ela preenche o vazio que sinto todos os dias e que vocês nem notam, ela me aceita mesmo sendo diferente enquanto vocês apenas me julgam. Era minha mãe querendo me internar, fazer uma avaliação pra ver o que tem de errado comigo e ia concordar com isso

— só estamos preocupados com o seu bem estar

— mentiroso! agora você acabou com tudo que eu tinha de bom

— aquela psicopata louca?

— não fale assim dela! Lauren me trata com carinho, ela cuida de mim, viu em mim mais do que vocês conseguiram enxergar e isso foi essencial

Sinuhe entrou na sala.

— só faltava mesmo a senhora pra apreciar o showzinho. Eu nunca deveria ter trazido Lauren aqui, achei que realmente queria ajuda-la

— encontrei essa menina, parecia uma louca correndo na rua, quase me derrubou

— onde ela está? preciso saber como ela está se sentindo, Lauren é sensível, vocês não a conhecem bem como eu

— não faço ideia, mas espero que bem longe, ela tem que entender que precisa ficar longe de você, perto ela só te trará danos e problemas, quer ir para a cadeia?

— vocês encheram a cabeça dela! ela deve estar apavorada, sem rumo, e se algo acontecer eu culparei vocês

— minha filha não vai se envolver com uma psicopata daquela, está proibida Camila!

— não pode me proibir , eu saio dessa maldita casa se for preciso, vou para as ruas

— está falando besteiras! e vai viver de que? na rua fugindo como aquela garota? a policia está procurando por ela, e quando encontrarem, ela vai morfar atrás das grades

— você é cruel! você e esse adúltero! sabe que ele fode a empregada da casa em sua ausência?

Sinuhe abriu a boca admirada e Aleandro sentiu o chão cair.

— o que?

— isso mesmo, acho que ele se satisfaz mais com as mais jovens. É esse exemplo de família perfeita que querem me dar? me polpem do teatro, não vale o meu tempo. Vou pegar uma mochila e vou atrás da Lauren

Alejandro pegou na gaveta uma injeção tranquilizante. Sinu segurou a filha.

— me larga! eu vou atrás dela, preciso dela, assim como ela precisa de mim

— é apenas uma adolescente passando por uma fase querida, terá outras paixões

— eu a amo de verdade! não entendem

Alejandro se aproximou por trás e aplicou a injeção no braço dela.

— o que você está fazendo? que merda é essa?

— é pra garantir a sua segurança, vai se sentir melhor, precisa se acalmar

— eu... vocês.. não tem esse direito

Sentiu as pernas ficarem sem força e a vista começar a escurecer.

— Lauren... eu... quero ir atrás da La...

— vai acordar mais calma, logo vai esquecer dessa garota e nos agradecer por te livrar de um inferno que seria a sua vida ao lado dela

Ela não conseguiu falar mais nada, logo desfaleceu nos braços de Alejandro.

— o que deu pra ela?

— apenas um tranquilizante que uso para pacientes que ficam descontrolados, ela vai dormir por algumas horas mas logo acordará mais calma, tenho certeza de que vai enxergar que estamos fazendo isso para o bem dela

— ótimo! e não pense que vou esquecer o que ela mencionou, desde quando me trai?

— amor esse assunto é para uma outra hora, preciso levar ela para o quarto

Sinuhe suspirou e deu espaço pra ele passar, levou Camila desacordada em seus braços, dopada contra a sua vontade. Enquanto isso Lauren machucava suas mãos dando murros no tronco de uma árvore, onde havia tido uma conversa normal com Camila pela primeira vez. Tentava descarregar sua raiva pra não quebrar a promessa e machucar alguém. Sua cabeça estava uma bagunça, a culpa, Taylor e Clara, e agora Camila, não queria provocar dor em quem amava, ela amou a irmã e a mãe com todo o seu coração e elas acabaram mortas, não podia deixar que acontecesse o mesmo com Camila, se estar perto dela significasse destruí-la, morreria por dentro, mas a deixaria livre, para que pudesse ser feliz. Mas estava convicta de que nunca seria feliz sem ela.

Dangerous love - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora