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Se tem algo na minha vida que eu já deveria ter aprendido (mas como vocês já devem ter notado, ainda não aprendi), é que você nunca, em hipótese alguma, deve falar que "não tem como ficar pior"

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Se tem algo na minha vida que eu já deveria ter aprendido (mas como vocês já devem ter notado, ainda não aprendi), é que você nunca, em hipótese alguma, deve falar que "não tem como ficar pior". Acredite, sempre tem e de alguma maneira mágica, vai piorar.

É por isso que agora eu estou vestindo um terno apertado horroroso, uma gravata que eu preferia usar pra me enforcar e uns sapatos pretos que apertam meus dedinhos, prestes a enfrentar mais um dos maravilhosos jantares de família dos Jeon às vésperas do dia em que eu vou conhecer pessoalmente o amor da minha vida, também chamado de Park Jimin.

Vocês acham que já está ruim o suficiente? Bem, deixem eu contar uma novidade: SEMPRE tem como piorar, apesar de eu achar que jantares de família eram o auge da decadência. E não é como se eu odiasse os meus parentes, é só que esses jantares costumam ser tão tediosos que me fazem olhar para os garfos na mesa e pensar "Ok, seria muito dramático eu me matar agora usando isso?".

Eu acho que uma das poucas vantagens em ter que participar desse tipo de coisa é poder ver a Yoona, que por sinal já deve ter chegado, e o tio Jihae, irmão mais novo do papai, que tinha acabado de voltar de mais um dos seus trabalhos voluntários em Busan. Além deles dois, nós teríamos a presença da tia JeongJi e seus dois filhos, Namjoon e Taewoo. Eu nunca tive muito contato com o Namjoon, pra falar a verdade; tudo que sei é que ele é modelo e mora em Seul e que, bem, namora o irmão do Jimin. Eu falo disso com tanta naturalidade porque nunca tive muito contato com o Seokjin-hyung também, então digamos que eu não me importo muito com isso, no melhor dos sentidos. Já Taewoo é um caso complicado. Sabem aquela experiência meio constrangedora que todos nós tivemos no nosso primeiro beijo? Então, a minha foi com o Taewoo. Eu sei, eu sei, vocês devem estar chocados pensando "Ele é seu primo!", mas que atire a primeira pedra quem nunca pegou um primo antes. Se você nunca pegou, você é o pegado. Acho que isso não fez muito sentido, né? Desculpem, eu estou com sono.

Enfim, como príncipe herdeiro eu sou obrigado a comparecer a todos os jantares e fazer tudo que eu odeio, desde vestir roupas engomadinhas (eca, gravata) até comer a comida ruim. Acho que meus dias seriam muito mais felizes se pizza fosse o novo gourmet, mas nããão, as pessoas acham chique comer scargot. Sinceramente, eu não entendo gente rica. Dava pra comprar a pizzaria inteira só com o preço desse chandon ruim que eles servem em todos os jantares.

Enfim, vocês já devem ter percebido que reclamar é tipo respirar pra mim. Se eu não estiver reclamando, tem algo muito errado comigo. Existe uma hierarquia de problemas na minha vida: se eu estou reclamando deles, é porque eles são ruins; mas se eu não estou reclamando deles, meus amigos... é porque eles são os megazords dos problemas.

Então, cá estou eu, cheirosinho, com o cabelo penteado, a roupa bem alinhada e parecendo um cosplay do Riquinho, o personagem daquele filme antigo muito ruim que passa na TV o tempo todo, cumprimentando vários parentes que eu provavelmente veria apenas no natal, se minha família fosse normal.

Contos das Ilhas Paran | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora