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Não entendi muito bem o que tinha me acordado

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Não entendi muito bem o que tinha me acordado.

Quando olhei para o lado, ainda grogue de sono e com os olhos semicerrados, notei que o quarto estava mergulhado na penumbra da madrugada. O relógio na minha mesa de cabeceira dizia que pouco havia passado das três da manhã, então a escuridão fazia sentido. Mas ainda não explicava por que diabos eu tinha acordado naquele horário.

De repente, uma batida baixinha na porta me fez dar um salto. Me encolhi na beirada da cama, enrolado em meus cobertores, prendendo a respiração enquanto esperava aquele som se repetir ou se provar como parte da minha imaginação.

Uma mini fresta da porta foi aberta, e um único olho muito redondo e brilhante espiou por ela. Soltei o ar devagar, rindo meio nervosamente. Eu conhecia aqueles olhos melhor do que os meus próprios.

— Pode entrar. — Murmurei, deixando os cobertores caírem à minha volta. Ri baixinho ao notar que ele se assustou com o som da minha voz, antes de se recompor e fechar a porta atrás de si.

— Desculpa por ter te acordado. — Jungkook sussurrou de volta, sorrindo meio envergonhado enquanto caminhava na minha direção. Ele se empoleirou na beirada da cama e imediatamente buscou uma de minhas mãos esquecidas sobre a coberta, acariciando-a com a sua própria de forma suave.

— Imagina... — Respondi, sem conseguir controlar o sorriso amplo que insistia em dominar minhas feições todas as vezes que ele estava por perto. — Mas... O que você está fazendo aqui? Não estou reclamando, é óbvio, mas são três da manhã e você deve estar exausto. — Disse, reparando nas feições cansadas de Jungkook, dominadas por grandes olheiras arroxeadas que coloriam a região abaixo dos seus olhos, nas roupas meio amarrotadas e nos cabelos levemente despenteados e sentindo a preocupação me dominar quase instantaneamente.

— Quis vir ver você antes de tudo. — Ele disse olhando diretamente em meus olhos e sorrindo pequeno. Suas palavras me derreteram instantaneamente, e eu me arrastei pela cama até estar perto o suficiente para abraçá-lo com força pela cintura. Ele hesitou um pouco antes de me envolver em seus braços e descansar o rosto sobre o meu cabelo, inspirando calmamente.

Permanecemos assim pelo que pareceram horas. Eu nem tinha notado até então o quão profundamente sentia falta de Jungkook, apesar de termos passado poucos dias separados. Era como se de repente toda a saudade que eu devia ter sentido nos cinco anos que passamos longe um do outro tivesse se condensado em um único e singular momento, forte demais para ser ignorada por mais tempo.

— Eu senti tanto a sua falta. — Disse com a voz abafada pelo tecido da camisa que ele vestia. Jungkook tinha um cheiro muito específico, que eu não parecia ser de perfume algum; era como água salgada e flores silvestres, muito embora eu não fizesse ideia de onde tinha tirado isso.

— Não houve um único dia em que eu não tenha sentido vontade de pegar o primeiro voo de volta para você. — Ele respondeu, me apertando um pouco mais em seus braços antes de nos afastar um pouco, rindo quando eu resmunguei em protesto. — Trouxe um presente para você. — Explicou, enquanto buscava com as mãos uma pequena sacola azul esquecida ao pé da cama. — Não é nada demais. — Alertou, as bochechas assumindo um tom de rosa adorável enquanto me estendia timidamente a sacola.

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