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(19h31) Jimin

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(19h31) Jimin

(19h31) Jimin, me responde por favor

(19h31) Jimin hyung...

(19h32) Me deixa explicar, por favor...

(19h33) Eu juro que posso te explicar, só me dá mais uma chance por favor

(19h35) Eu... eu não sei o que fazer

(19h43) Eu não quero viver se for longe de você...

(19h45) Eu te amo

*Você foi impedido de enviar mensagens para esse número*

Atirei o celular com força contra o chão, caindo de joelhos. As lágrimas escorrendo incansavelmente turvaram minha visão, e eu puxei meus cabelos com força tentando amenizar a dor que tomava conta do meu coração, parecendo prestes a me sufocar. Eu estava me afogando em um mar denso de dor, tristeza e arrependimento, e nada parecia capaz de me arrancar desse estado. Nem ouvi quando gritei, chamando a atenção de todos no castelo; estava ocupado demais me afundando em autopiedade, todos os meus sentidos obscurecidos pela angústia. Meu corpo e minha mente pareciam ser duas entidades separadas.

Foi chorando, deitado em posição fetal entre os cacos da tela do meu celular, que Yoona me encontrou. Ela me abraçou e deixou que eu chorasse em seu ombro durante o que pareceram horas a fio. Mesmo quando as lágrimas secaram, eu continuei em um estado semi-catatônico, encarando um ponto fixo no canto do quarto, os pensamentos turvos pelo que parecia ser uma névoa negra e opressiva.

Obriguei meu cérebro a lembrar; lembrar de cada momento, de cada expressão, de cada acontecimento das últimas duas horas. Era como cravar cacos de vidro cada vez mais profundamente no meu coração, mas isso nem se comparava à dor resultante da mera ideia de perder Jimin para sempre. Lembrei da expressão assustada de Taehyung quando ele entrou no meu quarto como um furacão e me mandou ligar a televisão; lembrei daquele pequeno momento maravilhoso situado entre a visão e a percepção, antes de entender o que estava realmente acontecendo; lembrei da sensação da garganta apertada, da dor no lado do corpo, da dificuldade para respirar enquanto corria mais rápido do que nunca o caminho todo até o hotel; lembrei do desespero, da mais pura e simples agonia que senti ao ouvir o recepcionista dizer "O senhor Park fez checkout há aproximadamente trinta minutos. Ele parecia... mal." e me olhar curiosamente porque, é claro, ele sabia que a culpa era minha. Todos sabiam que a culpa era minha. Os olhares de piedade que recebi na rua comprovaram isso.

Quando finalmente voltei para casa, tudo que eu fiz foi fechar a porta do quarto, deitar na cama e chorar. Chorar muito. Taehyung e Yoongi até tentaram entrar e me tirar daquele estado deplorável, mas eu não deixei e eles entenderam que eu queria espaço. No entanto, tudo que eu queria era menos espaço. O excesso dele me fazia sentir solitário e com ainda mais saudade de Jimin. Foi aí que Yoona entrou no meu quarto junto com Jiho e eu nunca me senti tão grato pela falta de noção de espaço pessoal dela naquele momento, porque ela me deixou chorar em seus braços por bons minutos enquanto Jiho me olhava com aqueles olhos infantis que de certa forma me traziam conforto.

Contos das Ilhas Paran | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora