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O cão infernal nos leva até um enorme portão negro com várias caveiras como decoração, enquanto me perco observando o portão, ele se abre fazendo um barulho estridente, logo um assobio toma conta de meus ouvidos fazendo o cão correr para dentro das portas que agora estão abertas.
-Vamos entrar.-Digo, tentando demostrar confiança, suspiro lentamente enquanto passo pelas grandes portas que antes eram um único portão selado.
Todos nós avançamos, Dália não parecia ter medo do que via, sendo quase que totalmente o oposto de qualquer outra criança da sua idade. Seguimos os latidos de euforia do cão e chegamos a um grande salão, onde havia dois tronos e três cadeiras menores, um dos tronos estava envolto de cipós, flores e algumas romãs, julgando pela aparência e pela moça sentada nele, posso dizer que esse é o trono de Perséfone, a mulher que estava sentada tinha longos cabelos dourados e olhos azuis esverdeados, trajava um vestido branco que se encaixava lindamente em seu corpo, uma rosa negra estava em seus cabelos mas nem aquilo conseguia deixar aquela bela deusa sombria, ao seu lado em um trono negro decorado com esqueletos assim como o portão, estava Hades, seus cabelos negros caiam pelo seu rosto e seus olhos negros semicerrados contrastavam com a sua pele clara, ao contrário do que eu imaginava ele não era magro, poderia dizer que ele tinha um corpo atlético, jovial.
As outras três cadeiras não estavam ocupadas, mas pelo que me lembro os juízes Éaco, Radamanto e Minos, eram os ocupantes daquelas cadeiras, os juízes que julgavam para onde os mortos passariam o resto da sua eternidade, até finalmente reencarnarem em uma nova vida.Dália assim que nota sua mãe sentada em seu trono corre até ela, pulando em seu colo, sendo recebida pela deusa feliz e com um sorriso exuberante no rosto, Hades oscilava entre olhar a mim, sua esposa e sua filha.
-Por que me trouxeram Dália?-Pergunta, Perséfone, sua voz era suave e gentil, o cheiro de rosas era nitidamente sentido a poucos quilômetros de distância, só agora percebi como ela cheirava bem, estava tão concentrada em Hades e os gritos de dor que ecoavam pelo submundo que não prestei atenção em outra coisa.
-Bom, não quero dizer isso na frente dela, poderia levar ela pra outro lugar?-Pergunto, incerta, tentando não demostrar minha preocupação e inquietação.
Ela dá um sorriso gentil e pede para que Dália vá brincar com Cerberus, ela assente alegre e sai correndo.
Hades até agora não se pronunciou, o que deixou sua aparência ainda mais sombria, minha marca em meu pulso estava queimando de uma forma que estava me deixando nervosa, de relance pude perceber Hades me observando coçar o pulso de forma frenética.-Diga, querida.-Diz, Perséfone, me incentivando a contar o que aconteceu no parque.
-Eu estava no parque, em New York, ela correu até mim, estava assustada, ofegante, ela disse que tinha sido violada.-Fiz, uma pausa ao vez a postura de Hades se endireitar na cadeira e seu punho se fechar lentamente.-E... eu a levei pra casa, e Loki apagou suas memórias para ela não ter traumas futuros.-Digo. Hades olha pra Loki que o encarava com um sorriso irônico, eles estavam se confrontando em silêncio, o que era muito estranho.
-Foi muito gentil se prestando a vir até aqui e deixando ela em segurança, o que não entendo é como ela estava sozinha no parque sendo que deveria estar sobre os cuidados de minha mãe, Deméter.-Diz, a Deusa, confusa.
-Eu também estranhei esse fato, até perguntei pra Dália mas não tive uma resposta significativa.-Digo, olho pra Loki e ele intercalava seu olhar entre mim, Hades e Perséfone com um sorriso sarcástico, parece que ele estava esperando uma bomba estourar.
-De qualquer modo, eu agradeço imensamente pelo que fez. A propósito, como se chama?-Diz, Perséfone, o sorriso de Loki aumentou, como se ele estivesse vendo um filme hilariante de comédia
-Zara, sou filha de Hell, venho de Hellheim.-Digo, como tradição, faço uma reverência. Perséfone olha pra Hades, e ele finalmente nos permite ouvir a sua voz..
-Por que estais longe dos domínios de Hella?-Diz, Hades tinha uma voz grossa e desconcertante.
-Hellheim e Asgard foram atacadas, um poderoso artefato nórdico foi roubado, estamos aqui para recuperá-lo.-Digo, decidida.
-Marbos!-Diz, Hades, sua voz está tão firme e cortante que me causa calafrios. Pouco tempo depois aparece um guerreiro, trajando uma armadura grega com um elmo avermelhado.-Mande guerreiros para Hellheim e Asgard.-Diz.
O guerreiro assente e sai correndo, mais distante é possível ouvir sua voz dando ordens, para que presumo seja outros guerreiros. Retiro minha pulseira, estranhando a reação de Perséfone, pois a mesma me encara surpresa, Hades apenas desvia o olhar e Loki dá uma gargalhada divertida, sua gargalhada cessou assim que seus olhos foram postos em uma mulher brancas com cabelos incrivelmente negros e rosto angelical, Macária, a deusa da boa morte, filha de Hades e Perséfone, atrás de si estava um mulher de aparência anciã, com os olhos cansados, ela segurava a barra da sua blusa enquanto sorria, parecia feliz, a minha frente os juízes estavam a postos, os três em suas respectivas cadeiras, parecia que um julgamento estava prestes a começar, Macária olhou para mim e sorriu, estranhei a similaridade que nós duas possuíamos, mas poderia ser apenas características de deuses do submundo, a pele alva, os olhos e os cabelos negros, não significa nada, exceto a marca na parte exterior de sua mão que era idêntica a minha, aquilo com toda certeza significava alguma coisa.
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Semideusa : A Filha de Hel e Hades
Fantasy" Essa é a jornada de Zara, uma filha de Hell e Hades, ou seja, uma deusa menor. Hell pede a Zara para levar um objeto precioso ao Deus Loki, mas invasores invadem Asgard e Hellheim a procura do mesmo, para se protegerem e proteger o objeto, a es...