Semideusa : A Filha de Hel e Hades

Capítulo 24

(...)

   Minha energia não estava em seu melhor estado, fazer um ritual tão poderoso consumiu quase todas minhas energias, me deixando fraca.
Era notório que Thor também estava muito preocupado. Fomos há algumas cavernas, mas não achamos o Loki, faltava apenas mais duas, e se não o encontrarmos, a probabilidade dele estar morto é grande.
Ao entrarmos na caverna podemos identificar que houve uma luta, pois havia sangue em alguns pontos da caverna e uns pedaços de roupas.

-Lembra a roupa que ele estava?-Pergunta, Thor.

-Ele estava de calça preta e blusa verde escuro.-Digo. Me aproximo do tecido que se assemelhava a cor da camisa, o sentindo molhado, pelo cheiro era sangue.
Me sento no chão e fecho os olhos, me concentrando na energia do tecido, no sangue de Loki, sinto sua energia passar por minhas veias, e então meus olhos se abrem, me possibilitando de olhar o Loki, que estava deitado em baixo de uma árvore, com o ombro sangrando e a espada de Sigurd na mão.

-E-le está...em uma floresta.-Respiro fundo, sentindo que há qualquer momento vou desmaiar. Thor vem ao meu lado, me carregando no colo.

-Aguente um pouco, assim que encontrarmos o Loki, cuidaremos de você, obrigada pelo que está fazendo por meu irmão.-Diz, Thor.

Ele sai da caverna, descendo para a parte mais plana, onde é possível ver mais ao fundo uma pequena floresta, o que nos faz pensar que é lá onde Loki de encontra, respiro fundo e vejo um resto de energia verde nós guiando até Loki, estava fraco mas nós ajudaria.

-Eu consigo ver sua energia. Eu guio você.-Digo, e Thor assente.

    Começo guiando ele, adentramos bem a floresta, virando em várias árvores, a energia estava fraca e eu sentia que iria desmaiar a qualquer momento.

-Thor...-Digo, meus olhos se fecham e eu apago.

(...)

    Escuto barulhos, e gemidos de dor, consigo ouvir uma voz que não para de soltar piadas sarcásticas.
  Abro os olhos e me deparo com Loki sendo tratado por um médico, enquanto Thor estava encostado na parede e Tony Stark falava sem parar.

-Céus.-Digo, fazendo a atenção vir para mim.

-Obrigada por toda a sua ajuda, devido a ela consegui encontrar meu irmão a tempo, creio que esteja descansada depois de três dias dormindo.-Diz, Thor. Ele diz algo para Stark que sai da sala.

-Três dias?-Pergunto surpreendida, parece que fiquei apagada só por alguns minutos. Olho para Loki que está todo machucado, ele me olha, mas desvia o olhar.

-Continue tomando os remédios.-Diz, o doutor.

   O doutor sai conversando com Thor, e Stark entra novamente na sala com uma bandeja com comida, estranhei muito o ocorrido, porém agradeci e ele sai da sala novamente.

-Como você está?-Pergunto, e começo a comer.

-Melhorando, obrigada pela ajuda.-Diz. Ele estava estranho, como se algo o incomodasse.

-Sabe eu fiquei realmente muito magoada por você ter me deixado na floresta e ainda por cima cega, mas valeu a pena, eu encontrei uma aldeia indígena e eles me ajudaram a evoluir e controlar meus poderes, o que foi incrivelmente ótimo e o que ajudou a salvar você, e eu também descobri coisas sobre você que queria confirmar se é verdade.-Digo. Sua expressão era surpresa, e arrependida.

-Eu não abandonei você, eu fui sequestrado, pelos anões de Surt.-Ele diz.

-No momento em que fugiu, deveria ter ido me procurar, eu poderia estar morta.-Digo, com rancor.

-Você é minha responsabilidade, mas eu tenho o meu objetivo e ele vem em primeiro lugar.-Diz. As palavras de Loki me magoaram muito, mas também me fizeram perceber que ele não sabe amar, que eu nunca serei prioridade em sua vida e que não adianta insistir.
  
   Não o respondo, como o que Stark me trouxe, e depois apenas saio da sala, chamo por Thor, e pergunto por minhas coisas, ele tinha voltado na aldeia e pegado as mesmas, determinada pedi que me levasse pra casa.

(...)
 
   Foi extremamente difícil conseguir passar pela bifrost, mas felizmente conseguimos, eu achei que tudo estaria destruído, porém não estava, estava tudo igual, tanto eu quando Thor estranhamos muito, entretanto eu resolvi ir pra casa, enquanto Thor ia para o castelo falar com seu pai.
    E eu voltei para Hellheim, estava tudo muito quieto, muito estranho, passei por Fenrir, ele parecia cansado  e estava ferido, havia um curativo na sua pata, corri para dentro de casa e fui até o escritório de Hell.

-Mãe?-A chamo.

-Zara?-Ela questiona. Então vem até mim e me abraça, ao sentir seus braços ao redor de mim, comecei a chorar.

-Eu senti tanto a sua falta, mãe, mas tanto mesmo.-Digo, soluçando.

-Eu fiquei tão preocupada, minha filha.-Ela diz e me olha, depois respira fundo e diz.-Vai para o seu quarto, tome um banho e eu vou fazer algo para comermos enquanto eu conto o que houve.-Ela diz.

   Apenas movimento a cabeça em afirmação, levo minhas coisas para o meu quarto, está tudo igual, suspiro e vou até o banheiro para um banho, após o banho me troco e organizo as coisas que trouxe de volta para os seus lugares. Hell estava diferente, estava mais quieta, e aquilo estava me preocupando.
   Vou até a cozinha e a ajudo a levar as coisas para a mesa, nós sentamos e Hell iniciou a conversa.

-Bom, assim que você saiu vários anões de fogo entraram em Hellheim, tolos, foram todos mortos, porém um deles machucou Fenrir, que já está se recuperando. O ataque em Hellheim e em Asgard foram apenas um pretexto para você e o Loki irem para a terra, onde estariam mais vulneráveis e sozinhos.

-Então foi tudo uma armadilha?-Digo, incrédula.

-Sim. Quando os soldados de Hades chegaram aqui no reino, imaginei que você tenha descoberto que ele é seu pai.-Diz, ela parecia incomodada.

-Sim, eu tive que ir ao submundo, havia encontrado uma garota, ela estava machucada, se chamava Dália, era filha de Hades e Perséfone.

-Não lhe contei, porque acho que ele não queria ter uma ligação com você, e muito menos comigo, você não precisa de um pai, Zara.-Ela diz.

-Eu sei, mãe, eu sei...-Digo.

   Ela tinha razão, eu não precisava de um pai, eu aprendi a viver sem um e ter um agora não seria bom, e eu estou bem assim.

   Agora estou preocupada, Loki continua na terra, machucado e nem ao menos sabe que eu fui embora, pois não me despedi, acho que essa missão acabou pra mim, vou voltar às minha tarefas e continuar a viver como sempre.

(...)