Semideusa : A Filha de Hel e Hades

Capítulo 17

(...)

-Irmã, que surpreendente sua visita, além do mais depois de morta.-Diz, Macária. Irmã? Morta? Estou viva pelo que me lembro.

-Irmã?-Pergunto, confusa. Loki me olha satisfeito.

-Oh, ela não sabe?-Diz, olhando para Hades, que revira os olhos e a olha impaciente.-Desculpe.

Os juízes se entreolharam e um deles suspirou pesadamente, fazendo a senhora olhar para eles, até então ela encarava seus pés enquanto arrastava as mãos em sua camiseta.

-O Julgamento Macária.-Diz, Hades com sua voz dura.

Algo me diz que ele não estava satisfeito com o que ela disse, por mais que eu quisesse perguntar sobre o que ela estava falando, eu apenas esperei o julgamento ser feito, cujo esse demoraria algum tempo, então Loki e eu fomos para um jardim, feito especialmente para Perséfone onde ao fundo podíamos ver Dália brincando com o Cão, diferente do salão e de algumas partes que vi do submundo, o jardim era muito bem iluminado, e era quase possível sentir o sol levemente esquentando a minha pele.
Estamos sentados em um banco, eu estava pensando, estava especulando e formando teorias sobre o que aquela deusa estava falando, respiro fundo e encosto a cabeça no ombro de Loki, por mais que eu estava irritada com ele e ele tampouco queria falar comigo, mas era ali que eu encontrava o mínimo de conforto, Loki não se afastou como eu esperava, ele apenas passou seu braço sobre meu pescoço e me permitiu o mínimo de contato que já era o suficiente pra amenizar os múltiplos pensamentos que passavam por minha mente.

-Do que ela estava falando?-Pergunto, de olhos fechados.

-Nunca se perguntou onde está seu pai?-Pergunta.

-Obviamente já perguntei, mas Hell me disse que quando eu nasci ele simplesmente sumiu, e que seria melhor ele não me encontrar novamente, eu percebia que esse assunto a deixava incomodada, então apenas deixei esse assunto de lado.-Disse, apertei meus olhos na tentativa fútil de fazer algumas lágrimas não rolarem pelo meu rosto, falar do abandono paterno realmente era como tocar em uma ferida profunda.

-Houve uma vez, que os grandes deuses de cada povo se reuniram, os gregos, os nórdicos, os romanos, os egípcios, os bruxos e os elementais, todos eles estavam entrando em consenso, eles queriam criar seis garotas, poderosas, que além de proteger o mundo, formariam uma aliança de paz entre os povos. A primeira, a mais velha se chama Maia, uma poderosa feiticeira, filha de Hécate e o alquimista Nicolau Flamel, ela tem 24 anos, a segunda se chama Nyxie, filha de Poseidon e Anfitrite, ela tem 22 anos, a terceira, se chama Victoria, ela é filha de Morrigan e Ares, ela tem 20 anos, a quarta que é você, a quinta se chama Aurora, ela é filha de Flora e Cernunnos, tem 16 anos, e a última é a filha de Cleópatra, Selene, ela tem 14 anos.

-Vocês não acham que nós temos o direito de saber quem são nossos pais e o propósito de nós existirmos?-Digo, levantando do seu ombro e o olhando indignada.

-Inicialmente, eu era apenas um mero curioso que acabei descobrindo tudo, depois de muitas coisas terem acontecidos, eu fiquei encarregado de não fazer vocês se cruzarem, obviamente após a Maia, Nix e Vitória terem criado um laço.

-Quero conhecer elas, todas elas.-Digo, determinada.

-Nem todas sabem que são deusas, Aurora mora com sua tia, sem pai ou mãe, e Selene mora no Egito, sendo assim essas duas no momento você não poderá ter contato.-Diz, Loki estava tão calmo, como se tivesse ensaiado isso na frente do espelho.

-As outras, eu me contento conhecendo elas, um momento, elas sabem disso?-Pergunto.

-Não.-Diz, me olhando, seus olhos verdes são capazes de me hipnotizar e me deixar vulnerável, me fazendo esquecer do que estava falando.

-Mas, você disse que uma garota que se chamava Nyxie era filha de Poseidon e Anfitrite, como isso pode formar uma aliança de paz sendo que os dois são do mesmo povo?-Pergunto, intrigada.

-Ela é poderosa, vocês são um exército, que tem a missão de salvar a terra e as pessoas que habitam nela, não só esse planeta, como os outros também.-Diz, Loki.

-São as mulheres da minha visão, mas elas pareciam mais velhas, e tinha quatro crianças...-Digo, isso está me confundindo.

-As crianças dos olhos que mudam de cor se chama Celeste e Caleb, são filhos da Maia e do Nico, seu irmão, eles são poderosos, são nosso plano B, contém as bençãos dos Deuses, e as outras crianças Ethan e Aidan, são nosso plano C, a garota Celeste deve procriar com um dos irmãos, filhos de Percy Jackson e Annabeth Chase, dando a luz a uma criança com poderes desconhecidos com habilidades incríveis, sendo guiada da maneira correta estabelecerá paz longa e duradoura por todo os reinos.-Diz, de maneira enfática.

-E essa marca?-Pergunto, estico meu pulso para Loki, que a olha como se já a conhecesse, e de fato conhecia.

-É a lua negra, como você tem duas partes de deuses negros e com domínios do submundo, você nasceu com essa marca, a Macária tem essa marca por ser a deusa da boa morte, não só por ser filha de Hades e Perséfone, a marca dela tinha um tom vermelho, mas se tornou negra ao começar a exercer sua função, a marca de Dália é uma pequena lua rosa avermelhada na sola do pé direito.-Diz.

Ele balança a cabeça me fazendo olhar para Dália que rolava no chão, sendo possível ver seus pés, e em um deles havia uma manchinha vermelha, que eu não tinha percebido quando dei banho nela, o que me deixa com a dúvida se banhei ela direito, espero que sim.

Dessa vez deito no colo de Loki, ele não esperava por isso e ficou um pouquinho surpreso, mas obviamente não deixou isso transparecer, apenas deixou que eu me deitasse e refletisse sobre tudo que eu acabei de ouvir.
Por mais abusivo que isso seja, premeditando nosso destino, eles tinham um motivo muito plausível para ter feito tudo isso, o bem de várias pessoas, sinceramente me preocupa o que vem pela frente, pelo que sinto as coisas não serão boas, entretanto não serão completamente ruins, e ter descoberto o meu propósito, o meu pai, me deu um sentido a mais na vida, o sentimento de inutilidade que ainda existia bem lá no fundo da minha alma, acaba de se esvair por completo, eu vou fazer o meu melhor pra cumprir o que me foi imposto.

(...)