casa

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Eu estava o ajundando muito?
Talvez eu devesse reler os pontos. Onde e em que momento eu o ajudei? Eu deveria perguntar?

— Natsu esta bem, eu fico tão feliz… —Hinata caminhava lentamente pelas ruas enquanto olhava para seus pés. — E obrigado, Kageyama. —parou e olhou para mim com um sorriso minucioso composto em seus lábios.

— P-por nada… —desviei meu olhar, ainda confuso, mas ainda sim, Hinata me irritava com esses gestos repentinos.

— Eu queria saber como eu poderia retribuir —contiuou a andar à minha frente, mas parou subitamente quando ouviu minha respiração pesada.

— Apenas seja você e dê aquele sorriso que sempre me irrita. —caminhei alguns passos a frente temendo minha frase, mas parei quando senti as mãos do ruivo tocarem minha espinha, trazendo um choque elétrico pelo meu corpo que eu apenas sentia quando eu estava em quadra; uma sensação única e sem explicação.

— Obrigado, Kageyama… —Hinata falou meio abafado, com sua boca em minhas costas. Apertou aquele abraço, o que o fez dar um leve gemidinho.

Talvez eu não devesse reler os pontos, Hinata acabará de fazer isso por mim. Acho que pelo simples tapão que eu te dei, pelo fato de eu ter ligado para sua mãe, pelo fato de eu estar com ele; é de bom tamanho para ser grato à alguem, nah?
Ou talvez não. Talvez eu apenas estivesse confuso. Colocando preto no branco. Fazendo releituras em lugares errados, eu estou caminhando no escuro; Hinata é minha ajuda?

— Ka-ge-ya-ma… —a voz repetitiva de Hinata soletrando meu nome soou em meus ouvidos, me trazendo à uma orbita diferente na qual eu estava

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— Ka-ge-ya-ma… —a voz repetitiva de Hinata soletrando meu nome soou em meus ouvidos, me trazendo à uma orbita diferente na qual eu estava. Abri meus olhos, rodopiei o local com meu olhar e então soltei um gemidinho de dor, pela pontada forte que eu havia sentido nas minhas costas pelo mal jeito que eu havia acordado. — Você desmaiou quando chegamos em casa. Eu fiquei preocupado… —sua voz era melosa.

— Onde eu estou? —minha primeira frase saiu num sobro rouco e com um pouco de dificuldade.

— Na minha cama, no meu quarto, na minha casa, baka. —Hinata soou irônico e mostrou a língua, alongando o ‘xingamento’.

—  Ugh… —fiz um barulho estranho assim que me levantei por completo.

— Não! Não se mexa muito! —Hinata gritou assim que fiz meu ato, o encarei um pouco perplexo e o mesmo soltou uma risadinha alta. — Você caiu de mal jeito no chão, tem que descansar. —falou num tom autoritário e me empurrou, fazendo-me cair em cima da cama. — Amanhã é domingo, mas temos treino de tarde, não podemos faltar, lembra? —colocou as mãos na cintura e andou até a mesinha próxima à sua cama. — Daichii me ligou, achou que eu não iria descobrir?-

— Não era segredo. —falei emburrado, cortando um pouco da sua frase. — De qualquer jeito… apaga a luz quando sair? —murmurei num tom cabisbaixo e me virei de costas para Hinata, ficando em posição fetal.

— Kageyama…? —escutei Hinata me chamar, mas logo em seguida a luz desaparece, soando num pequeno ‘clic’ do interruptor e um ranger de porta de fechando loga em seguida.

Eu só precisava pensar afinal. OK. Esse era o momento.
Perguntas sem respostas, listas incompletas, ok, o que falta? O que é que falta para eu ter minha pergunta atendida? Não é desse jeito que eu vou conseguir me equeilibrar em só um ponto. Preciso de um equilíbrio, um suporte, um lar. Abra seus olhos, Kageyama, seu lar é Hinata. Mas que diabos? Por que eu estou pensando assim? Não. Mais perguntas complexas, não. Apenas respire, você precisa ficar instável, não enlouqueça antes do imprevisível… sobreviva. Conte até 10, tua mente instável. Ah, o que é isso? O que são essas borboletas ao lembrar de teu sorriso, aquele sorriso lindo e irritante. Talvez eu devesse parar e deixar meus sentimentos ganharem dessa vez, mas se eu deixar eu posso acabar me sufocando. Eu só preciso responder eu mesmo. Quem você acha que é seu lar? Quem te irrita mais quando todo mundo de faz perguntas? Quem te chama mais atenção enquanto todos estão preocupados com o amanhã? Quem é que te faz se irritar com um sorriso?

Shoyo Hinata.

Teu nome brilha em minha mente toda vez, talvez eu devesse realmente ouvir essa tua voz irritante e esquecer outras mil perguntas. Você é meu lar? Você é realmente meu lar? Shoyo, o que você chamaria de lar?

Você pensa igual à mim?

Mas talvez esses pensamentos sejam apenas pensamentos, nada a mais que isso. Mas talvez também eu possa estar começando a me entender e começar a entender meus sentimentos. Mas desde quando eu sou tão quebrado assim? Shoyo, você esta me matando…

— Kageyama? —ouvi a voz de Hirata entrar no ambiente. — Já se passaram mais de três horas, já são nove horas, esta tudo bem? —seu tom era preocupado.

— Hinata, posso te fazer uma pergunta. —minha voz saiu rouca e seca. 

— Pode… —respondeu meio receoso e se aproximou de mim, se sentando na beirada da cama.

— O que é um lar para você? —perfuntei de uma vez, sem recentimetos.

Hinata ficou alguns segundos em silêncio, parecia pensar em sua resposta, como se fosse uma coisa delicada de se responder.

— Bem… —começou. — Para mim lar é aquele lugar que você se sente que você pertence à ele. Quando seu dia foi péssimo e suas forças parecem ter ido embora seu lar esta te esperando para te fazer sorrir de novo para o amanhã. Lar é aquele que te abraça e fala “bem vindo novamente”. Mas por quê da pergunta?

Abaixei minha cabeça e esperei alguns segundos para fazer minha proxima pergunta; se você é mesmo meu lar, minha ajuda ou o meu garoto, me dê essa resposta.

— Hinata. —o chamei outra vez, mas dessa vez olhando diretamente para suas íris castanhas. — Quem é seu lar? —perguntei de uma vez, mas ainda temendo minha ousadia.

Fechei meus olhos rapidamente e apertei os lençóis com força, mas ainda minuciosamente.

— Bem… —Hinata começou.

Eu já havia me arrependido de ter feito essa pergunta, queria bater em alguém até seus ossos se desintegrarem nas minhas mãos, mas ao mesmo tempo a vontade de chorar feiro um bebê me corria pelas veias. Eu estava doente?

— Você também é aquele que eu chamaria de lar. Até por que eu me sinto bem quando eu te abraço, traz uma sensação muito boa e única… —sorriu e olhou em meus olhos. — Acho que você é meu lar, Kageyama.

Talvez, agora, todas as questões estavam resolvidas. Shoyo é meu lar.

Eu & Você |KageHina| [completed]Onde histórias criam vida. Descubra agora