yama e conselhos

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Bati de leve pela quarta vez na maquina de refrescos para ela soltar o meu iogurte que não caia de jeito nenhum. Meu dia havia começado péssimo, havia acordado atrasado, cheguei na escola atrasado, levei bronca do professor, estava com dor de cabeça e eu só queria tomar meu iogurtinho pra ver se a porra melhorava, mas parecia que aquela maquina idiota não iria fazer algum favor para mim hoje.

— Kage-kun? —ouvi a voz calma e sóbria de Yamaguchi chamar-me pelo apelido carinhoso que o mesmo havia adotado fazia alguns meses para mim. — Está tudo bem? Parece irritado...

— Oe, Yamaguchi... —suspirei leve enquanto me virava para encarar a figura de estátua mediana e de cabelos negros espetadinho. — Está. —conclui meio forçado no tom de voz, e percebi, em seguida, o cenho alheio franzir e pelo momento eu queria ser um bom ator.

— O que houve Kage-kun? —ele perguntou num tom de voz preocupadinho enquanto colocava uma de suas mãos na cintura fina e trocava o peso de perna. Levantou o braço livre num movimento brusco e o colocou a sua frente, abaixando três dedos e ficando apenas com o indicador e o do meio levantados. — Você não é um bom ator, diga a verdade ou você não vai ganhar uma balinha! —inflou as bochechas e me encarou com o cenho franzido. Com todo o respeito Yamaguchi era a pessoa mais fofinha da sala 4 e com certeza tirava alguns leves suspiros de Tsukishima, por quê não é mesmo?

— Hum... —murmurei enquanto sentia uma pequena semente de nervosismo se trancafiar dentro de mim. Yamaguchi abaixou sua mão assim que ouviu meu murmuro. — Eu só estou tendo um péssimo dia...

— E quem não está tendo? —Yamaguchi retrucou no mesmo segundo e deu um suspiro fraco seguido de um levantar de olhos secos e sem vida. Semicerrou os olhos e num movimento calmo levou sua mão livre até seu pescoço, onde o massageou bem calminho. — Hum... Kage-kun —me chamou de volta enquanto levantava seu olhar âmbar escuro diretamente aos meus, azul cobalto. — Eu sei que eu sou muito suspeito para falar, mas tente não se sobrecarregar demais por hoje e por sempre, não é muito bom... —desviou seu olhar um tanto quanto envergonhado. Caminhou alguns passos para frente, ficando um pouco mais perto de mim, colocou a palma de sua mão na maquina de refrescos atrás de mim e levantou mais uma vez a cabeça para mim e me encarou. — Às vezes precisamos de ajuda, mas você sabe que eu não sou essa, uhn? —falou calmo e apenas deu um pequeno toque na maquina de refrescos e saiu andando se adentrado no meio da multidão, até se desaparecer por completo no meio de todos.

Senti minha cabeça começar a girar e levemente a arder, mas enfim ouvi o barulho de um pequeno baque vindo da maquina, e de reflexo me virei e vi ali o pequeno frasco de iogurte que eu havia escolhido.

Quando foi que...

Levantei minha cabeça tentando procurar Yamaguchi com os olhos no meio das pessoas, mas parecia que quanto mais eu olhava, mais pessoas apareciam. Respirei fundo e desisti, peguei meu iogurte e sai para um canto menos movimentado.


— Hinata! Olha o carro! —Suga gritou, enquanto puxava Hinata para a calçada, que estava no meio da rua. — Quer morrer atropelado com pouco tempo de vida, garoto? —parecia estar bravo, mas conhecendo Sugawara como era, duvidava de ser uma bronca séria. Hinata apenas deu um sorriso meio nervoso e se desculpou minuciosamente.

— Eu 'to achando vocês distraídos demais hoje... —Tanaka se pronunciou, enquanto trocava a predominância de seu olhar entre eu e Hinata.

— Eu acho que eles estão normais. —Yamaguchi apareceu com uma sacolinha cheia, aparentemente de doces. Nishinoya, Tisukishima e Daichi apareceram logo em seguida atrás do espetadinho.

— Vocês se preocupam de mais com todos, credo. —enfatizou Tsukishima com um olhar chato e entediado.

— É claro, Tsukki, temos que nos preocupar com o nosso lar, nah? —Yamaguchi se protestou com um sorriso simpático e fofo em seu semblante, arrancando um "tck" e um par de bochechas levemente ruborizadas da parte do loiro. Yamaguchi riu gostosinho enquanto seguia Tsukishima para uma rua oposta.

— Bem, nos também temos que ir embora, nah? —Sugawara se virou para Daichi e Nishinoya, que davam uma leve disputada do saquinho de biscoitinhos salgados recheados com creamcheese. — E parem de brigar, parecem duas criancinhas! —colocou as mãos na cintura e deu um sorriso largo malicioso com suas sobrancelhas curvadas. Daichi e Nishinoya aceitaram e rosnaram um para o outro, Suga nem deu mais bola e seguiu seu rumo à frente, ignorado a infantilidade dos dois.

— Kage-kun! —ouvi a voz de Yamaguchi me gritar de longe, me virei e vi o mesmo andando de pressa até mim com alguma coisa em mãos. — Quase me esqueci... —falou um pouco ofegante e colocou um sorrisinho simpático em seu semblante. Esticou o braço com a mão fechada para mim e pegou minha mão com seu outro braço e estendeu minha mão, deixou cair o conteúdo que estava em sua mão e se virou novamente para Tsukishima, que o esperava com um semblante curioso. Olhei em minha mão e encarei a balinha de caramelo bicolor vermelha e branca com ondinhas. Levantei meu olhar a Yamaguchi que andava em conjunto a Tsukishima todo animadinho e risonho.

— Yamaguchi... —sussurrei em meio a um pequeno sobro do vento que soou ao redor.

Yamaguchi era uns dos melhores amigos de Hinata e isso me deixava um pouco intrigado, talvez eu estivesse apenas paranoico, mas... Hinata havia contado alguma coisa para Yamaguchi que eu não sabia?

— Tobio? —ouvi a voz melosa de Hinata me chamar. — Tudo bem se eu for com você até aquela lojinha? —pediu envergonhado com o seu par de bochechas bem vermelhinhas. —Eu... não queria ir sozinho.

— Você sempre vem com essas historinhas... —fechei os olhos e apertei meu punho livre e logo senti a balinha, travei e olhei para Hinata. — Tudo bem, tudo bem. —desviei meu olhar e levantei meu braço, indicando Hinata a vir, e o mesmo veio pulando e com um sorriso fofo estampado em seu semblante.

— Você vai gostar da minha companhia, Tobio! —disse, enquanto agarrava meu braço e me abraçava de lado. Travei e senti minhas bochechas ganharem um novo tom avermelhado fraco.

— Boke... —murmurei entre meus lábios e desviei meu olhar para qualquer outro canto. Hinata me olhou confuso, porém optou por deixar de canto.

Andar lado á lado com aquela laranja podre poderia ser ruim, com ele grudado na minha alma e sorrindo para todos os cantos; mas dessas coisas irritantes, fazia do "podre" ser bom. Hinata era um garoto realmente irritante, mas... ele era o meu garoto irritante.















~| enfim estamos chegando numa possível reta final ;-; eu to amando escrever esse livro aaaa é uma pena acabar 7-7

mone love all, thx for 2k
🍒

Eu & Você |KageHina| [completed]Onde histórias criam vida. Descubra agora