Pov. Zayn
Olhei para o relógio incrédulo. Liam iria me matar! Eu havia prometido ir jantar em casa, mas a reunião com alguns acionistas durou mais que o previsto e acabou que estou chegando em casa a meia noite e meia. Não era o que eu queria, mas não tive escolha, largar a reunião pela metade iria acabar com tudo o que estávamos resolvendo.
Entrei em casa vendo que o silencio que reinava ali, o que eu queria também? Nesse horário Liam jamais deixaria Enzo acordado. Eu sentia minha cabeça pesada e meu peito parecia um pouco dolorido, eu não sabia o que era isso, mas deveria ser cansaço. Caminhei pelo apartamento vendo que a mesa estava posta com apenas um lugar, olhei vendo um bilhete dobrado sobre o prato vazio.
“Obrigado pela presença”
Li as três palavras escritas com a letra corrida de Liam e suspirei resignado. Ele tinha razão em está chateado. Eu ultimamente estava ausente, muito ausente, mas não era por vontade própria, era a minha empresa que estava um caos, eu sabia que estava perdendo muita coisa com esse trabalho em excesso, mas eu precisava garantir o sustento dos dois e garantir meu trabalho. Harry percebendo isso se disponibilizou a me ajudar, mas não havia como resolver os problemas todos junto, aos poucos as coisas estavam se ajeitando. Larguei o bilhete sobre a mesa e caminhei em direção ao quarto de Enzo, abri a porta com cuidado vendo o garoto enroscado nas cobertas dormindo profundamente, o abajur ao seu lado acesso iluminado apenas parte do seu rosto adormecido. Sorri entrando com cuidado dentro do quarto.
Eu que sofri tanto para ficar com ele agora mal tinha tempo de ficar com o meu filho. Eu sabia que isso iria passar e tudo voltaria a como estava antes, mas mesmo assim senti por perder essa fase dele, crianças da idade dele aprendem tanta coisa, crescem tão rápido. Eu queria aproveitar cada segundo. Me abaixei ao lado da cama acariando a bochecha branca do garoto, ele deu um suspiro e pensei que fosse acordar. Beijei sua bochecha me afastando, não queria atrapalhar seu sono, ele teria escola logo cedo.
Me levantei sentindo minha coluna protestar. Ou eu estava ficando velho ou estava com alguma doença. Nunca senti tantas dores juntas em toda a minha vida. Depois pediria a Ian um analgésico.
Caminhei em direção ao meu quarto com Liam vendo que a luz já estava acessa ainda, suspirei sabendo que levaria uma bronca. Entrei vendo que Liam estava sentando na cama, a cabeça apoiada na cabeceira e os olhos fechados, sobre o colo o livro esquecido, eu demorei tanto que ele adormeceu. Sorri vendo ele com a expressão suave no rosto. Me aproximei pegando o livro do seu colo e o colocando ao lado na mesa de cabeceira. Me sentei ao seu lado na cama tocando seu rosto.
Eu estava a cada dia mais distante de Liam e isso era uma coisa que me preocupava demasiadamente. Eu sentia que em algum momento ele iria chegar a uma conclusão errada de que eu não queria mais tudo que temos e iria me deixar. Isso era tudo o que eu não queria. Deslizei minha mão pela sua bochecha tocando a pele áspera pela barba por fazer.
- Você não me toca a tanto tempo que já pensei que nossa casa havia sido invadida – ouvi a voz meio rouca de Liam e vi os olhos castanhos se abrirem sonolentos, sua expressão se tornou um pouco severa ao me olhar e suspirei.
- Me desculpa pelo jantar....
- A empresa estava um caos, eu sei você já me disse isso, umas cem vezes no ultimo mês – ele terminou por mim dando de ombros. Ele estralou o pescoço coçando os olhos. Senti meu coração disparar ao ver a decepção em seus olhos quando ele parou e me fitou diretamente nos olhos. Sua expressão não suavizou apenas se tornou mais severa. Além do cansaço exagerado eu me sentia cada vez mais irritado, qualquer coisa era motivo para me irritar.
- Lih você sabe que eu não faço de proposito, apenas... – eu ia terminar, mas a risada seca de Liam me interrompeu.
- Apenas esqueceu que tem coisa melhor na vida além de trabalhar? Oras Zayn o Enzo não te vê nem duas horas por dia, você acha que ele não sente sua falta? Eu não vejo você nem duas horas por dia, você acha que não sinto sua falta? – ele disse acusadoramente e me levantei impaciente.