II. Deixes sangrar

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Recebi a cruz, me vejo Jesus, mas não devo ousar comparar.
Seria justo este coração tão puro, um fardo tão grande carregar?
Não. Não pode ser. Por que ó Deus? Por que ó Universo? Sinto aperto em meu peito.
E indago novamente: é justo?
Mas enquanto reflito sobre minhas mazelas sentimentais, -
tão pequenas se comparadas ás daquele no leito da morte desejando mais um dia de vida; dàquele cuja capacidades simples do dia-à-dia lhes foram roubadas de si sem quê, nem por quê.
Enquanto reflito, o vento beija minha face,
o beijo da Vida.
Sorrias, meu amor - sei que é o que me dissestes.
Nem tudo nesta vida é alento,
expilas do teu coração os pedaços de vidro que dele ainda restaram.
Apesar do vidro depois de quebrado nunca mais ser como era antes, tal como este coração tão fadigado e sangrento.
o que realmente importa é que não te firas mais ainda com pedaços que de nada mais te servem.
Eu sei. Ah, como sei. Mas a angústia e o pesar ainda me perseguem.

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