Brutalidade das ondas

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Uma tarde enevoada
Escutava os barulhos que faziam no lado público da minha mente
Barulhos causados por ti. Levantei os portões e deixei exposto para que você entrasse.
Receio para com vulnerabilidades não existiam
Ó vida. Esse é o preço que se paga pelo aprendizado.

Colapso.
Caos.
Desde pequena aprendi que quando você
desorganiza, você quem deve ajeitar a bagunça que causou.
Desliguei o som alto que tu deixaste.
Mas a zona que é o que atormenta,
és grande. Não sou capaz de ajeitar e sentir alívio em não ver mais os resquícios da sujeira de terceiros.
Não de uma vez, já que estou sozinha nessa.
É pesado para mim.
Cansativo. E leva tempo.

Onde reside a responsabilidade por fim?
Enquanto desconheço, a crise fechou as portas.
O risco requer consequências.
Deveria ter amadurecido a ideia antes de me ver submergida nelas.
A tarde enevoada? Estou enterrada nela.
Eu sei que não se associa à crise. Mas é dela cada molécula de ar que eu tenho inspirado.
E expirado. Dela o ar que tem me mantido em pé. Contextualizada do que passava por dentro. Sinônimo de desespero e angústia em meio ao que mal se enxerga do que estar por fim.
Tempos sombrios.

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