XI - Caos mental

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Escuto o tintilar do relógio.
Tick tack, tick tack.
Resfolego fundo e forte.
Bater de palmas lá no fundo do meu cérebro.
Lembrando que você ainda ali ocupa.
Olho pro meu pulso e observo o elástico.
Um puxão. Dois puxões.
Te puno, cérebro. Não consegues entender?
Escuto mais um só barulho de palmas.
Alto. Atormentador.
Mais um puxão do elástico que no meu pulso agora reside.
Mensagens para ti. Para que não pense nele.
Olho para meu pulso de veias aparentes com marcas rosadas e arroxeadas.
Veja. Olhe melhor. Será que não aprendes? -
Relembre agora da dor fina enquanto as observa.
Pense melhor sobre as marcas que causou aquele pensamento.
Vale a pena? Você sabe que é errado.
Sabe que é melhor não insistir nas palmas. Aqui aquele ser não é mais bem-vindo.
Deixe-o ir embora. Não dê abertura.
Finja que não o escuta.
Trate como um elemento estranho perigoso,
querendo adentrar o interior da sua pequena casinha preenchida de amor.
Terapia dolorosa em prol do esquecimento.

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