Rotineiro. Essa é a palavra qual eu defino minha vida. Desde que me conheço por gente eu tenho uma rotina, onde divido meu tempo em ser uma boa garota, e cristã.
Meus pais são pastores de uma igreja, que relativamente é sempre cheia. Bondosos e tementes a nosso Deus, eles ajudam e orientam as pessoas do nosso bairro. E tem eu, que sou uma garota onde tem pais amorosos, e se dedica seu tempo para coisas que tem valores na vida.
Eu todas as sextas, antes mesmo de completar 11 anos, o grupo de jovens já existia e eu fazia parte. Somos irmãos que se apoiam, orientam e dedicam sua juventude a Deus. Quando completei 14 anos, meus pais acharam que já estava grande o suficiente para participar das vigílias, claro desde que voltasse antes das 22hrs, cumpria esse horário, menos naquele dia, o dia em que minha vida mudou.
Eu acabei voltando as 23hrs, o caminho qual eu percorria durante a ida e a volta sempre achei seguro. Andava em passos rápidos a procura de chegar o mais rápido possível em casa, pensando se meus pais ficariam ainda chateados se eu explicasse o motivo pelo qual me atrasei.
Briana, ou Sabrina para os outros teve uma crise de pânico. Ela tinha pavor de chuva e naquele dia a tarde foi banhada por água. Eu tentei acalmar ela, tive sucesso graças ao bom Deus, mas os pais dela só poderiam buscar, depois do expediente de trabalho que terminava as 22:30. Claro que eu não ia abandonar ela, sabendo que a mesma confiou em mim.
Estava frio pra ser sincera, tinha feito uma tarde bonita até, mas o tempo se fechou e veio o temporal. Agarrada a meu cardigã preto de bolinhas brancas, tentava ficar quentinha. Estava frio aquela noite.
A rua não estava tão movimentada, tinha um pequeno movimento de carros que passavam rápido a seu destino. Cidade pequena é assim, deu 22hrs a cidade praticamente dorme.
Sabe quando você tem a sensação de que algo está pra acontecer e você não faz ideia do que? Foi como eu me senti minutos antes de tudo mudar.
Faltava apenas dois quarteirões para chegar a minha casa, quando eu vi um cheiro de fumaça e uma luz no fundo do quintal da casa, uma vizinha conhecida minha. Se não me engano é Dona Marrie, ela sempre faz bolos para levar as crianças na escola dominical.
Curiosa para saber o que dona Marrie fazia aquela hora com velas, quando me surpreendi vendo um grupo de pessoas com capas pretas, andando em círculos falando língua estranha. Reparei que no chão tinha símbolos que nunca vi, eu deduzi que a líder seja a Summer, neta da dona Marrie.
Meu coração faltava sair pela boca e antes que eu pudesse raciocinar alguma reação, ouve um momento, onde a luz da rua piscou e a fumaça ficou densa, não poderia ser possível somente com fogo de luz de velas. Um ser, alto e com chifres, sim chifres, apareceu no meio da roda deles, ele tinha um cheiro forte, irritava meu nariz, eu não conseguia ver além da sua silhueta e seu brilhante sorriso.
Então uma voz grave ecoou no lugar.
- Estou aqui, podem parar de tentar me contatar todos as sextas, eu tenho compromisso sabia.- senti vontade de rir na hora, mas segurei e continuei espiando.
- O meu senhor, peço misercórdia a ti pai, tentamos te contatar por um motivo maior. - a voz de Summer, eu reconheci pois ela cantava comigo no coral. Mal podia acreditar que aquela doce menina, passava suas noites pecando de tal maneira.
- Pode sair do seu esconderijo pequena coelhinha, sinto seu cheiro puro de longe. - paralisada estava quando escutei ele dizer isso, então ele percebeu minha presença.
- Senhor acho que esteja enganado, não existe mais ninguém aqui além das pessoas desse círculo.- Summer diz rapidamente em tom de voz baixo e respeitoso.
- Apareça ou será pior para esses tolos, pequena coelhinha. - gritou levantando e enforcando todos com uma mão levantada.Eu engoli a saliva, respirei uma. Duas. Três vezes e sai.
- Olha se for uma brincadeira de mal gosto peço que parem, isso não agrada Deus. - disse com a voz trêmula ainda não acreditando no que estava vendo.
- Isso não é um espetáculo coelhinha, engraçado - ele riu - uma garota como você, a essa hora na rua, seus queridos pais devem estar preocupados.
- O senhor tem razão, mas, por favor soltem eles, mal sabem o que fazem. - pedi suplicante vendo o ar faltar naquele grupo de jovens que ainda permanecia em pé.
- E porquê exatamente eu deveria os soltar? Insolentes jovens, os quais acham que rituais são brincadeiras e que podem invocar qualquer coisa sem ao menos saber a gravidade. - pressionou mais as mãos e os jovens soltaram gemidos pela falta de ar.
-Olha eu te suplico, solte eles e eu faço o que o senhor quiser - grito em pleno choro.Mal sabia eu que aquilo iria custar caro para mim.
- Eu adoro uma boa barganha, diga-me seu nome e fecharemos um pacto. - Com um sorriso brilhante ele disse.
- Meu nome é Skylar Holfild, e eu fecho um pacto em troca da Liberdade desses jovens. - fecho meus olhos com força.
- Assim será feito coelhinha. - ele soltou os jovens que caíram no chão tossindo e fazendo massagem no pescoço - Você está livre para ir agora, mas saiba que ainda irei de cobrar o preço do pacto.
- Obrigada senhor. - disse limpando as lágrimas.
-Agora vá para casa coelhinha, não tocarei mais em seus amigos, em breve nos encontraremos.E eu não sabia que o próprio Satan compria sua palavra.
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Só pra vocês entenderem o rumo que a história vai tomar, o nosso querido Lúcifer vai aparecer nos próximos capítulos. Essa história vai ter muito demônios, vai aparecer anjos, e desde já não quero influenciar a ninguém sobre qual religião é a certa. Satanismo é real, tem fundamentos e não é esse BIXO de sete cabeças.
A história vai abordar um tema polêmico, pretendo postar todos os dias novos capítulos, quem me conhece sabe que tenho surtos de criatividade.
Respeito acima de tudo.
Comentem, votem.
Divulga prós amiguinhos.
Beijundas
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As Duas Faces Do Mal
Teen FictionSkylar estava no momento errado e na hora errada, intrigante a forma em que o destino pode ser tão mirabolante. Uma garota cuja seu maior pecado foi mentir para seu pai, e aqui deixo claro que foi somente uma única vez, se ver presa numa situação tã...