Ponto de vista de Lucífer
Você sempre vai ter uma escolha, mesmo que seja diferente e contra seus princípios. Sempre.
Quando você se der conta que tudo é muito mais do que você imagina, que você conhece somente a ponta do iceberg você vai entender a revolta, a revolta no qual eu liderei.
Sentado na varanda fumando um cigarro, trago após trago, refletindo tudo que aconteceu. As ondas quebrando na areia, o cheiro da maresia, batendo as cinzas em um cinzeiro de cristal, me contentando com a paz naquele momento. Bebo um gole do meu whisky que já está quente, o gelo derreteu rapidamente, detesto whisky quente.
—Luci, você tem noticias do San?- escuto a voz de Kasyade me tirando do meu leve momento de paz. Bufo e viro em direção a porta onde vejo ela encostada.
— Kasyade, você ainda fica preocupada com aquele desmiolado? – levanto e vou em direção ao bar do meu escritório, abro a garrafa de whisky e seguro a tampa com a boca, calmamente derramo o liquido no copo, assim que termino de colocar, digo.– ele deve estar atormentando umas almas por ai, ele nunca se cansa. –coloco duas pedras de gelo e dou um gole. –sem contar com a fixação pela espada de Barachiel que ele tem. – aponto para o whisky.– aceita ?
—Você as vezes subestima seu irmão, ainda tenho consideração por ele. –ela caminha em minha direção e pega um copo, se servindo. –você sabe, tenho esperança em pegar a espada de Barachiel. –ela bebe o whisky em um gole só, arqueio a sobrancelha. Kasyade parece que nunca vai se lembrar que ele escolheu o lado deles.
—Kass, mesmo que aja possibilidade, cá entre nós. –chego mais perto dela, e sussurro em sua orelha. —ainda não encontramos alguém com coração puro suficiente para quebrar o feitiço de proteção, e sem contar que temos um dedo de culpa em instigar a maldade humana. –dou risada.
—Enfim, só quero saber onde seu irmão se enfiou, se tiver noticias dele me avise. –Ela caminha em direção a porta, abre a mesma e se vira. —sinto cheiro de encrenca Luci, fica esperto. – ela sai e fecha a porta.
Realmente quando Satan some, sempre recebemos visitinhas de Rafael, o único Angelical que ainda temos consideração em ouvir. Olho o meu copo, mexo as pedras de gelo. Esta rondando na minha cabeça o que Kasyade disse.
Canso de ficar preso, e saio andando pela casa. Consigo escutar a voz de Abaddon, brigando novamente com Azazyel. Esses dois não tem jeito, anos se passam e os dois nunca perdem a essência.
—Impressionante como vocês tem tantos assuntos a discutir. –eu dou risada.– Vem cá, vocês não tem mais obrigações não? –pergunto dando o ultimo gole do meu whisky, sento na bancada e apoio meu queixo em minha mão.
—Azazyel esta teimando que não quer comemorar o natal esse ano, eu quero dar uma festa digno de cinema. –Abaddon diz, todo sorridente. Não me contenho e dou uma gargalhada, sério comemorar aniversário de Jesus? —Às vezes você se supera em ser sem noção, Abaddon. – dou mais uma risada alta. – comemorar aniversário daquele lá? Esperava mais de você.
Sinceramente, eu ainda escuto cada coisa.
—Luci você esta de mau humor hoje? Eu hein. –ele faz cara de desgosto, continuando mexer a panela no fogo. —O que Satan fez dessa vez? –ele pergunta, passando a mão no pano de prato ele se vira pra mim. –Sabe só vai comer macarrão com queijo, quem apoiar minha ideia sobre o natal. – ele diz fazendo chantagem, ele sabe que amo macarrão com queijo. Se eu não fosse o diabo, diria que ele é.
—Sabe, Azazyel não esta batendo bem da cabeça, vamos colocar o San pra ser papai noel. –dou risada. –Agora termine de fazer isso. – digo por fim, levanto e dou dois tapas no ombro de Azazyel que só nos observa com a cara fechada. –Ou você prefere que você seja o papai noel? – pergunto fazendo graça.
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As Duas Faces Do Mal
Teen FictionSkylar estava no momento errado e na hora errada, intrigante a forma em que o destino pode ser tão mirabolante. Uma garota cuja seu maior pecado foi mentir para seu pai, e aqui deixo claro que foi somente uma única vez, se ver presa numa situação tã...