Capítulo 7 3/3

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    Abro meus olhos lentamente, enquanto me alongo, depois de uma longa noite nada como uma boa noite de sono.

     Sento na cama e começo a lembrar dos acontecimentos da noite passada, o fora no Lúcifer e o beijo de Satan. A única coisa que pedi foi sinceridade, e eu não obtive, além do mais eu não posso ficar esperando que eles tenham boa vontade de me explicar somente quando quiserem. Ele me colocou nessa palhaçada toda, por uma espada.
 
     Escuto a porta bater.

   —Pode entrar.

    Minha mãe abre a porta.

   —Querida se troque, seu pai quer falar com você.

   Suspiro, eu me esqueci desse detalhe.

   —Já estou descendo. -Ela sai e fecha a porta

     Certo agora são exatamente 8 da manhã significa que vamos ainda para a igreja. Só de pensar nas pessoas falando asneiras me dá vontade de me enterrar.

    Me jogo na cama.

    Eu preciso enfrentar isso, ninguém me meteu nessa situação a não ser eu mesma.

  Burra.

     Vou em direção ao banheiro tomar um banho e me arrumar, quando menos eu enrolar mais rápido saio dessa situação.

     Desço as escadas já arrumada para o culto, e que Deus me perdoe mas eu estou desanimada, parece que estou indo a um enterro.

      Entro na cozinha, meus pais estão tomando café como sempre.

     —Bom dia. -me sento na mesa me servindo um pouco de suco.

     O clima se torna desconfortável, eu por estar magoada e eles por estarem extremamente bravos comigo.

     —Você compreende suas atitudes Skylar? Entende que somos um exemplo? - meu pai pergunta sério para mim.

      —Compreendo meu pai. - digo calma.

      —Então me explica, como você pode agir de uma maneira tão promíscua na frente da nossa comunidade inteira. - bate na mesa.

       —Diga-me meu pai, onde ou melhor, em qual momento fui promíscua? - Arqueio a sobrancelha.

        —Deus! - esbraveja. —Está cada vez mais petulante. Você realmente não era assim. - aponta para mim.

    Suspiro cansada por toda essa situação, eu esperava uma conversa civilizada como sempre tivemos. Surpreendentemente não conhecia esse lado de meu pai, talvez as coisas sejam assim quando você não segue o roteiro.

        —Meu pai, com todo respeito. - respiro fundo. —O senhor me acusa com palavras, e sinceramente o que fiz de mal? Acompanhei dois amigos, que são novos na cidade, e como exemplo que somos na comunidade não cometeria tal atrocidade se achasse que seria um efeito negativo para nós. As pessoas deveriam não julgar, e compreender, talvez o senhor use como exemplo isso.

      Bebo mais um gole do meu suco. 

       Minha mãe suspira cansada, as vezes ela se retrai e deixa meu pai resolver tudo. Eu nunca pensei que diria, mas eu acho que em certos momentos ela deveria tomar mais atitude.

        —Olhando por esse lado, você pode estar certa. -ele sorri, e contenho minha vontade de virar os olhos. —Usarei esse argumento, e perdoe meu cristalzinho, não tive intenção jamais em ofender você, somente preservar sua imagem.

     Lanço um sorriso amarelo em sua direção, talvez ele falasse a verdade, mas aí ele poderia ao menos perguntar antes de acusar não é? Talvez eu esteja questionando demais.

    —Vamos rápido com esse café da manhã, pois não devemos nos atrasar para o culto. -minha mãe finalmente se pronuncia.

     Tomamos o nosso em silêncio, mas minha mente era tão barulhenta como uma feira. Estava questionando, querendo tantas respostas. E ao mesmo tempo sentia um vazio em meu coração, além claro da raiva por ser enganada.

     A um bom tempo eu me pergunto o que eu realmente quero, talvez me casar e ter filhos ou simplesmente viajar sem rumo. Serei como minha mãe? Atenciosa e obediente, uma esposa ideal e uma serva temente a Deus? Se estivesse com Joshua ele seria como meu pai? Um pai querido, um homem de Deus e trabalhador? Seria tantas questões a serem levantadas, mas nenhuma delas acalmava meu coração. Não era isso que eu gostaria, não parecia certo para mim, como a umas semanas ainda era.

      Estávamos sentados na cadeiras da frente da nossa igreja, depois de cumprimentar meus queridos irmãos, e resolver sobre o nosso teatro, também ajudar em outras questões. Procurava me encontrar com Deus ali, orava somente eu e ele.
 
     A palavra começou a ser dita, e sendo sincera, não prestei atenção na maior parte dela. Estava desligada, com os questionamentos ainda lá aquecendo minha cabeça, e até me deixando com enxaqueca.

      Parecia que estava em modo automático.

     Joshua olha em minha direção e junta as sobrancelhas, em uma clara pergunta de "está tudo bem?". Balanço a cabeça em afirmação, ele simplesmente dá um sorriso fino.

      Tento me concentrar, não olhar para os detalhes do chão de carpete marrom, ou sobre a luz que emanava da janela superior ao púlpito. No fundo estava cansada, sem humor e também com sono.

    Encarei meus pés naquele salto, mexendo de um lado para o outro num estado claro de ansiedade, eu só queria minha cama.

      E quando finalmente o culto chegou ao fim, minha família resolveu ir embora mais cedo.

    No carro conversavam sobre como foi tremendo a palavra de Deus nesse culto, e eu somente concordava sem nem ao menos prestar atenção de fato.

      Quando estávamos na rua de minha casa, Satan estava parado com a moto e encarava nosso carro estacionando na frente.

   Bufei cansada.

   
    Saímos do carro, meus pais acenaram para ele e entraram dentro de casa sem dessa vez o convidar. Parece que papai não é mais tão fã dele assim, e mamãe faz o que ele quer.

     —O que você está fazendo aqui? - sou breve.

     —Sabe que precisamos conversar, coelhinha. - sua voz parece cansada.

     —Vai me contar a verdade? - cruzo os braços.

      —Você sabe que não depende de mim. - retira um cigarro acendendo em seguida.

       —Então não temos nada a conversar, e sinceramente não vou morrer por tabela com esse troço. - aponto pro cigarro, e me viro.

     Ele me segura.

    —O quê? Espera. -puxo meu braço com tudo, andando até a porta. —Tudo bem coelhinha, você venceu eu te conto a verdade, mas pra isso você precisa ir comigo a um lugar.

     Sorrio vitoriosa.

     —E onde seria isso? -Ele me fita com seus intensos olhos.

     —Só indo para descobrir. - me olha de cima a baixo. —E também terá que colocar uma calça para poder andar na moto.

    Cruzo meus braços.

    —Qual o problema com minha saia?

     —Você quer saber a verdade ou não? -Traga o cigarro.

      —Certo. -suspiro. —Eu já volto.

      Entro dentro de casa me encostando na porta, o que por sinal virou um hábito. Mordo meus lábios pensativa, afinal, onde será que iremos?
    
   
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Oi anjos caídos, capítulo curtinho né? Mas eu vim mesmo assim. Estou indo aos poucos tomando minha vida no lugar, finalmente.

      Eu me mato pra conseguir fazer pelo menos 2mil palavras, mas se tiver menos e conseguir postar já é algo né?

Obrigado pela paciência, votem e comentem.

As Duas Faces Do MalOnde histórias criam vida. Descubra agora