《 Número oito 》

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- Como assim partir? - tirou a mão da dele.

- Eu, não tenho mais o que fazer aqui! - falou certo. - Eu só vim para o casamento e como não sou mais padrinho, eu vou embora!

Victória levantou novamente e andou na sala assimilando aquelas palavras dele e o olhou dentro da cara e com toda a arrogância que tinha pela aquela noticia disse:

- Você não vai embora! - sentenciou e ele apenas a olhou.

Como assim ele não iria embora? Se perguntou a encarando e Victória ali em sua frente parecia tão decidida em Não deixá-lo ir que ele suspirou ficando de pé e ela foi a ele quase colando seu corpo ao dele sem perceber e o tocou no peito o olhando nos olhos.

- Você não pode ir! - falou com os olhos grudados no dele. - Eu preciso de você! - parecia desesperada pela presença dele que a segurou pela cintura.

Tudo entre os dois fluía de uma forma que nem eles percebiam que estava acontecendo e ele a trouxe mais para ele e ficaram tão perto que se alguém os visse daquele modo entenderia o que não era ou era? As respirações ficaram mais intensas e ela não perdia os olhos dele e nem ele os dela.

- Por que não posso ir? - o cheiro dela era o mais gostoso que tinha sentido.

Ela sentiu seu corpo responder àquela voz e sua pele se arrepiou por completa e ela disse com calma.

- Eu preciso da minha árvore! - e os dois começaram a rir juntos e ela o abraçou forte e ele a segurou em seus braços sentindo o calor e o cheiro de seu corpo no dele. - Eu preciso de você!

Heriberto acariciou as costas dela e um beijo foi sentido em seu ombro que foi dado por ele, ele não conseguia se controlar e estar perto dela já era algo que ele não conseguia entender e a afastou tocando em seu rosto como se a gravasse em sua memória e quando ele ia falar ouviram a voz de Osvaldo vinda do lado de fora e ele a soltou de imediato com ela se afastando mais.

Osvaldo entrou como um furacão na sala e em seu momento de loucura foi para cima de Heriberto que esquivou o fazendo cair no sofá, não iria permitir que ele o socasse de nojo e Victória gritou.

- Pare com isso, Osvaldo! - o empurrou novamente fazendo com que ele caísse sentado. - Você está maluco? O que está acontecendo com você?

Osvaldo passou as mãos no rosto e respirou pesado vendo os dois ali juntos e se perguntou o que estavam fazendo sozinhos todo aquele tempo, mas tinha que manter a calma ou perderia Victória para sempre.

- Eu vou embora, Victória! - Heriberto falou encarando Osvaldo, não queria mais problemas.

Victória o olhou e segurou em sua mão sem cerimônia alguma e Osvaldo gelou respirando quase sem conseguir.

- Pensa no que te falei! - ela falou calma e ele apertou a mão dela sorrindo e um beijo foi dado em sua bochecha antes dele ir.

Quando a porta bateu, ela virou em seus saltos e olhou para Osvaldo bem dentro dos olhos e esperou que ele falasse, mas ele não falou nada e ficou apenas a encarar Victória que não gostou do modo como ele a olhava e pior ainda estava agindo e ela foi logo dizendo.

- Que te passa? Por acaso, eu sou uma vagabunda de beira de estrada? O que você tem na cabeça de atacar Heriberto? - fez várias perguntas com a veia do pescoço saltada e os olhos pegando fogo.

Ele ficou de pé e foi a ela a segurando pela cintura e sua mente vagou automaticamente em Heriberto a segurando, eram tão diferentes que ela só voltou a si com a voz dele.

- Me perdoe... Eu não sei o que deu em mim, mas você não me responde me deixou maluco! - Se aproximou para beijar a boca dela que virou. - Eu te amo!

- Me ama, mas não tem o direito de me tratar assim ou a Heriberto! - falou logo e ele a soltou.

- Está preocupada demais com ele, Victória! - passou as mãos no cabelo bagunçando ainda mais.

- Ele é o nosso padrinho... Era o nosso padrinho!

- A gente arruma outro! - falou com raiva.

- Não sei nem se vai ter mais casamento! - foi certeira em suas palavras o desarmando por completo.

- Você, não pode me deixar! - voltou a segurá-la em seus braços. - Eu te amo me perdoa! - dessa vez conseguiu beijá-la na boca.

Victória demorou mais o correspondeu, era seu noivo o seu amor e mesmo que estivesse furiosa o amava e desejava que estivesse tudo bem entre eles. Se devoraram com loucura e ela o empurrou fazendo que caísse sentado no sofá.

- Tudo isso por causa de uma "pombinha"? - se mostrou a ele que sorriu.

- É minha e eu sou louco nela!

Ela sorriu em provocação e se mostrou a ele com uma linda calcinha rendada e foi sentando em seu colo, segurou em seu rosto e disse:

- Não merecia nada de mim, mas eu quero e só por isso vamos fazer! - e nada mais precisou ser dito e ela abriu as calças dele tendo o que queria...

(...)

E O TEMPO SE FOI...

Victória e Osvaldo se acertaram e ela o obrigou a pedir perdão a Heriberto que aceitou, mas não quis mais ser o padrinho de casamento por longas semanas, mas estava sempre com Victória e as crianças ensaiando para ser a bendita árvore o que causava muitos risos nela e nas crianças também já que era todo duro e sem coordenação nenhuma para a dança.

Estavam cada dia mais próximos e percebiam o quanto eram iguais em sua forma de ser e ver a vida, se pegavam olhando um para o outro em determinados momentos e sorriam pela forma que se comportavam. Era o desejo oculto que fazia com que eles ficassem mais tempo juntos, mas tudo sem Osvaldo saber ou estragaria algo tão bom entre eles.

Os dias que se passaram foram todos corridos entre trabalho e ensaio os três seguiam sua rotina e o dia sempre ficava mais colorido quando eles chegavam para ensaiar com as crianças, mas naquela tarde quando terminaram o ensaio e os dois riam ainda brincando com as meninas uma senhora adentrou a sala e ficou olhando para eles que riam sem pensar em mais nada.

Ali estava a sua menina com sorriso largo o que ela sempre desejou e pedia sempre a Deus que cuidasse de sua menina e que ela fosse feliz sempre. Sorriu e ficou ali admirando por mais alguns minutos até que Victória a viu e seu coração disparou com tanta força que ela ficou branca e Heriberto só teve tempo de se aproximar e ela desmaiou em seus braços...

DESEJO OCULTO - TDAOnde histórias criam vida. Descubra agora