Prólogo

472 17 6
                                    


Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Paris, 2 setembro 1792...

Os massacres na prisão Abbaye!

Pela pequena janela da torre era possível observar a carni­ficina que ocorria no pátio da prisão. O último lote de pri­sioneiros foi arrastado das celas e jogado diante dos juízes. E que juízes...

Eram o populacho de Paris: açougueiros, de gorro vermelho e aventais de couro, com os braços cobertos de sangue; os sans-culottes, a massa inculta da sociedade; os féderés, cidadãos das províncias que se intitulavam de soldados. Um bando in­disciplinado de criminosos que poderiam assassinar um ho­mem só de olhar para ele.

As execuções se arrastavam havia horas. A barbárie come­çou à tarde, quando bandos de homens armados atacaram vá­rios coches de sacerdotes que tinham sido detidos por se recu­sarem a prestar o juramento constitucional. Deste esse momento a multidão se encaminhou para a prisão de Carmes e matara todos os pri­sioneiros. Em seguida cerca de duzentos justiceiros se encaminharam para Abbaye, onde as mortes violentas prosse­guiram indiscriminadas.

Enjoado e com o coração batendo forte, Harry fechou os olhos. O espetáculo intolerável se tornou ainda mais odioso pela presença das poissardes, esposas de peixeiros e outros mercadores que serviam conhaque misturado com pólvora para fortalecer os executores na interminável tarefa.

Harry espantou-se pela impassibilidade daquelas mulheres diante daquele espetáculo dantesco, com montes de corpos mutilados e o sofrimento intenso dos que ainda não haviam morrido, mas que iam morrer em breve, agonizando no chão de terra do pátio da prisão de Abbaye.

Harry sabia que sua hora estava se aproximando. Era voz corrente que ninguém seria poupado, exceto as mulheres e as crianças. Sua madrasta e sua meia irmã de doze anos estavam em outro local. Esperava que os canalhas não resolvessem eliminar também aqueles inocentes.

Outro homem empurrou-o e tomou seu lugar na janela. Harry sentou-se em um dos catres imundos cruzando os braços sobre as pernas. Quanta ironia!

Há quinze dias alegrou-se de terem sido mandados para Abbaye em vez de outra prisão onde sua meia irmã poderia ficar encarcerada junto com mulheres da rua.

Estava há três meses na França, dois dos quais em um esconderijo, para acabar daquela maneira! Foi uma ingenuidade não dar cré­dito, ainda na Inglaterra, aos primeiros relatórios da Revolu­ção. Pelas lições de sua própria história deveriam ter apren­dido que não havia moderação depois de derramamento de sangue.

A percepção tardia não lhe permitiu prever do que seria capaz uma plebe enfurecida.

Tampou os ouvidos. Os gritos lancinantes se sucediam no pátio. Estirou-se no catre e procurou afastar o pensamento do destino que o aguardava.

Angel [Harry Styles Fanfic]Onde histórias criam vida. Descubra agora