Angel [Harry Styles Fanfic]

Capítulo 4

O perfume das flores das macieiras chegava a todos os can­tos do Château de Vrigonde. Harry chegou a conclusão de que, no futuro, toda vez que pensasse na Normandia se lembraria daquela fragrância refrescante e agradável.

O salão de recepções estava lotado. Grupos de dois ou três conversavam a respeito da primeira sessão de negociações. Harry refletiu que Mascaron devia ser um homem de recursos notáveis e, inclusive, parecia que muitos dos tesouros de Versalhes haviam encontrado refúgio naquele recinto abastado.

Porém, o tesouro que Mascaron mais prezava não estava na sala. Aquele ambiente era refinado demais para a jovem. Pelo que lhe pareceu ela combinava mais com os servos. Chegou a dar razão para Rodier: Mascaron não arriscaria sua posição para salvar a neta. Mas na noite anterior, quando fez menção ao nome de Gabrielle, teve certeza do contrário pelas palavras altamen­te elogiosas do avô: Mascaron amava Gabrielle!

Viu quando o gigante Goliath levou a jovem atrevida e sem modos para os fundos da casa, porque sem dúvida ela não saberia se comportar.

___Creio que já nos encontramos antes, não acha?___Mascaron afir­ma mais do que pergunta, estudando Harry com atenção e o tirando de seus pensamentos.

___Pode ser!___Harry disfarça, fingindo não se abalar___embora eu não tenha lembrança do fato___diz e beberica seu copo de conhaque, sorrindo em seguida e fitando seu maior desafeto.

Nesse momento, alguém pede a atenção de Mascaron e o constrangimento se desfaz.

___Com licença, Alteza!___Mascaron diz, gentil, antes de se afastar.

Harry não sabia o que esperar daquele homem que foi um dos influenciadores dos massacres de prisioneiros. Imune aquela casca de gentileza, que Mascaron demonstrava agora, sabia que ele escondia algo mais sinistro sob a superfície. Ele viu do que Mascaron era capaz e não se deixaria enganar!

Olhando pra ele agora, era como se Mascaron não houvesse sido afetado pelos acontecimentos anteriores e posteriores aos massacres. Apesar dos cabelos brancos, aparentava menos do que os sessenta anos que deveria ter. Esbelto, tinha olhar inteligente e inspirava con­fiança. Harry achava aquele refinamento nojento.

Talleyrand, líder da delegação francesa, aproximou-se de Harry.

___O bom gosto de nosso anfitrião é extraordinário!___o homem disse, olhando tudo a sua volta.

___O senhor conhece Mascaron há tempos?___Harry perguntou, mas sabia que os dois eram conhecidos desde o começo da Revolução.

___Sim! Enveredamos por caminhos diversos, mas agora estamos na mesma estrada. Milorde viu o Ticiano?___Talleyrand pergunta e sai mancando, convidando Harry a segui-lo.

Ele acompanhou os passos lentos do Ministro de Rela­ções Exteriores da França até o outro salão e admirou a jovem pintada na tela magnífica.