Angel [Harry Styles Fanfic]

Capítulo 12

França, Rua Richelieu, perto da St. Honoré, dois cavalheiros to­mavam clarete no pavimento superior de um dos cafés que proliferavam na área. Um deles era Joseph Fouché, antigo Ministro de Polícia de Bonaparte. O outro, Gervais Dessins, era um de seus mais novos recrutados. Discutiam os últimos acontecimentos de Londres, onde Dessins atuava. Em particu­lar, falavam do Senhor Fox.

Dessins esticou as longas pernas. Fouché admirou a elegân­cia do subordinado. Dessins era um homem atraente e não mui­to fiel com as mulheres, o que em nada o depreciava. Ele reunia com facilidade informações a respeito dos mais altos escalões da aristocracia inglesa. Poucas portas lhe eram fecha­das. Angariava confiança e simpatia com facilidade. Dessins era um ator profissional e nunca pensou alçar a posição em que Fouché o colocou. Seu único defeito era não ser dotado de muita inteligência política. O que também não importava. Os agentes de Fouché reuniam informações e a interpretação dos fatos ficava por conta exclusiva dele.

___Por acaso o senhor foi admitido no círculo de ami­zades do Senhor Fox?___Fouché pergunta, agora mais interessado do que nunca.

___Não precisamente. Mas posso dizer, sem presunção, que me incluo entre os homens em que o Senhor Fox confia___Dessins diz, se contendo pra não se vangloriar de seu feito.

___O primeiro cônsul ficará satisfeito em saber disso___Fouché serviu mais vinho ao companheiro___fez muito bem em ter conquistado a simpatia do Senhor Fox. Devo confessar que mandei dois de meus melhores agentes para a mesma missão. O senhor foi o único que conseguiu mais do que um conheci­mento fugaz com o homem. Como se deu isso?___pergunta, fingindo desinteresse, o que sabe que fará com que Dessins mostre toda sua arrogância em se provar útil.

Dessins tomou um gole de clarete e, pela sua expressão, caiu na armadilha de Fouché.

___Prestei um pequeno serviço para o Senhor Fox___disse simplesmente.

___E?___Fouché pergunta, se segurando pra não apressar Dessins a dizer o que ele quer ouvir.

___Não é segredo para ninguém que o Senhor Fox nutre uma forte antipatia pelo duque de Dyson___Dessins começa a se explicar.

___E vice versa, os dois se odeiam. Encontrei o duque durante as negociações de paz, em Vigronde. Um homem interessante, ouso dizer___Fouché diz, passando a língua pelos lábios e sentindo que terá boas informações de Dessins.

___Dyson tem uma amante, Louise Pelletier. Pelo que eu soube, ela foi para a Inglaterra não para fugir da Revolução, mas para ficar rica. Fiz amizade com mademoiselle Pelletier, ainda em Londres. Ela me contou, em sigilo, que Dyson estava trazendo uma pupila da França, chamada Gabrielle de Valcour, por isso Louise estava indo pra Cornualha. O senhor a conhece?

___O nome não me é estranho. E depois?___Fouché se irrita com a demora de Dessins em dizer logo as novidades, mas tenta se controlar.

___O Senhor Fox se mostrava esquivo. Digamos que eu não perderia nada se seguisse meu instinto, e o fiz. Levei Louise Pel­letier até a propriedade de Dyson, na Cornualha, e depois fui para Falmouth, que fica a poucas horas do castelo. Cansado de esperar, pensava em desistir e voltar para Londres, quando a fragata ligeira de Dyson apareceu. Um belo navio, diga-se de passagem. Ele seguiu com a tripulação pra Dunraeden, mas a fragata voltou e na conrou em Falmouth e...___ele vai continuar a divagar, mas Fouché o corta, ansioso em ouvir mais.

___Então o que houve?___Fouché pergunta, mal se contendo de curiosidade.

___Um golpe de sorte, assim o diria___Dessins sorriu e começou a descrever o que aconteceu na taverna de uma velha hospedaria de Falmouth.

O camareiro de Dyson falava demais. Apesar de adorar o duque, acabou con­tando que a pupila veio contra a vontade e que se machucou na luta para não ser agarrada e levada a força pra a Inglaterra.