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O meu despertador malditamente toca, confusamente não era um tecnológico e sim, o meu natural. Há algumas semanas que estou de férias porquê continuo acordando cedo? Antes de criar coragem para levantar, movida pela fome, apenas fico girando para todos os lados da cama tentando dormir novamente. Eu não queria ficar zanzando por esta casa com tantas pessoas por ai.
Me sento na ponta cama.

- Droga, não tenho nada pra fazer. - Encaro a porta de carvalho do meu quarto - Será que minha mãe e o Bruno já sairam para o trabalho?

Caminho para a porta e espio o corredor, vazio. Podem estar dormindo mas até uma hora dessas, é impossivel. Devo conferir o quarto deles? É invasão de privacidade demais porém odiaria não saber.

Saio para fora do corredor timidamente, na pontas dos pés me aproximo do quarto da minha mãe. Abro uma pequena greta da porta, a cama está vazia. Acabo dando dois pulinhos de alegria em comemoração.
Estava sozinha finalmente.
Desço as escadas rápido com resmungos felizes.

O clima de desconforto na mesa de jantar ontem à noite foi o bastante. Com o Dylan e o Bruno aqui, com certeza irei preferir estar sozinha. Ademais, agora sozinha, tenho a sensação de que o problema não é apenas eles mas a casa também. Este lugar não é onde cresci.

Entro na sala de estar, arejada pela quantidade de janelas. É a primeira vez que me sento aqui, há algumas caixas lacradas perto da estante, não me lembro de vê-las aqui. Observo aos arredores checando se não tem realmente ninguém e encaro o movel acolchoado .

- Querido sofá, vamos criar laços amorosos, tudo bem? - Digo suspirando alto enquanto jogo o meu corpo preguiçoso no movel alcochoado.

Por um instante examino a televisão desligada e a mesinha de centro. Onde está o controle remoto. Retiro as almofadas do sofá mas não encontro. A minha paciência se esgotou após mais uma caçada falha por debaixo do sofá então decido liga-la a moda antiga. Logo em seguida os meus tímpanos quase explodem com o volume alto e pior, estava em um canal de futebol.

- Quem foi o maldito que deixou isso no máximo!?

Corro de volta para a tevê e aperto o botão de desligar em uma quase pancada. O barulho da televisão cessa mas de repente ouço o chuveiro sendo ligando.

- Está repreendido! - Vocifero com a mão no peito, minha respiração continua superficial com susto.

Automaticamenmte me lembro da conversa estranha que ouvi de Bruno.
Sinto um arrepio na minha espinha.
Meu coração permanece achando que a minha mente inventou tudo aquilo.
Eu deveria subir para conferir o banheiro.

Amedrontada o bastante me sento no sofá.
Pensativa, considero hípotese de não subir até que o barulho do chuveiro cessa por conta própria. Um silêncio súbito ecoa pela casa, me dá mais medo ainda porém me encoraja mais também.

Subo as escadas vagarosamente e vou até o banheiro. Movo minha mão até porta, trêmula como uma mesa empenada. Meus olhos pulam em suspense quando a maçaneta gira sozinha e a porta se abre sozinha. Dylan aparece, seus olhos castanhos se arregalam e ele grita ao me ver, como ele eu também grito e dou um pulo para trás.

- Que porra você ta fazendo!? - Grita apertando a toalha ao redor da cintura.

- Meu Deus, você me deu um susto! -Descanso minhas costas na parede do corredor com a mão no peito. Eu estava
arfando como se eu fosse ter um ataque cardíaco.

- Você é algum tipo de pervetida? - Questionou cerrando os olhos para mim como se tentasse me ler. - Merda. Não me force a contar para sua mãe.

- Não, não! - Balanço minhas mãos no ar para negar. - Eu... - arfo - apenas esqueci de você. Não sou acostumada a morar com outras pessoas.

Dylan balança o rosto de um lado para o outro.

Meu meio irmão! [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora