Corredor Solitário

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O objetivo da pesquisa é divulgar e fomentar...

Pera! Não, está horrível, péssimo começo. Devo demostrar mais estabilidade em minha posição.

Á necessidade de um diálogo no âmbito de trabalho requer muita concentração social, nos questionando se seremos capacitados para resolver os problemas sociais. Os contributos para uma economia eficiente...

Merda!

Apago tudo olhando para o teclado, enfezada. Abro minha apostila mais uma vez relendo os parágrafos. Faço mais uma breve pesquisa respirando fundo criando toda a coragem que possivelmente eu tinha dentro de mim.

21h30min

Eu não consigo.

Olho para o relógio do notebook indicando que já se passara três horas deste minha ultima tentativa de escreve algo que preste para o seminário da faculdade. Mesmo não querendo admitir eu estava nervosa, iria apresentar sozinha em frente à plateia da minha classe juntamente dos professores. Não que eu não já tivesse feito isso, mas a nota agora significava tudo. Em duas semanas de aulas e trabalhos uns seguidos dos outros minha rotina tediosa passou a se tornar corriqueira.

Na maior parte do tempo Daniel fica fora de casa, trabalhando. Num espécie de garantia para que seu império não se desande o que eu duvidava bastante. Daniel Sharman não era só um rostinho bonito, era conhecido na cidade toda, sua fortuna nas alturas e a inteligência em negócios deixava bem claro que era um empresário de respeito. Algumas vezes, o peguei no telefone discutindo os melhores acordos e como sempre, tudo fica ao seu favor.

Sempre de seu modo.

Conversamos pouco, e a cada conversa me sinto numa entrevista, ao mesmo tempo em que Sharman é cordial consegue se tornar enervante de uma hora para outra. Estar em sua presença é uma espécie de enigma, você tem de adivinhar se ele quer papo ou não, mas quanto a isso já gravei seus gestos. Um olhar dele pode dizer muita coisa sem nem ter aberto a boca. Cole e Daniel juntos são cômicos, principalmente falando sobre negócios. Cole não entende muita coisa do ramo e isso me diverte muito...

É isso!

Levanto-me da cama pegando o Notebook caminhando rapidamente vou ao escritório de Sharman, mas o cômodo estava vazio, sem sinal dele. Viro-me novamente indo ao único lugar que ele estaria. Seu quarto. Não era prudente o que estava fazendo, mas eu necessitava muito de ajuda. E quem melhor para ajudar uma universitária, que um empresário de grande poder?

Travando na porta dou três batidas leves escutando um “entre” abafado por dentro. Abrindo com cuidado entro no quarto encostando a porta atrás de mim segurando o aparelho com mais força em minha mão.

— Lyra?

Meu Deus!

Seus cabelos estavam molhados, o abdômen definido com alguns pingos de agua e a toalha branca em sua cintura. Minhas bochechas estavam em fogo. Abro minha boca, mas as palavras não saíram fecho novamente sem reação.

— Está tudo bem? — Se aproximando, automaticamente dou um passo para trás batendo de costas contra a porta. — Nunca viu um homem de toalha? — Daniel caçoa sorrindo de lado. Nego rapidamente, constrangida. Que merda eu estava fazendo ainda ali?!

— Desculpe... hã... Eu não... —  Respiro fundo me martelando internamente pelo ato. — Volto depois.

— Precisa de ajuda? — Assenti lentamente o olhando, tentando não olhar para baixo. — Sente-se, vou me trocar no banheiro. — Indicando sua cama, sento na borda incerta do que fazer. Pegando um par de roupas observo o enorme closet em seu quarto, boquiaberta. Aquele com certeza era um dos cômodos mais bonitos da casa. Em alguns minutos Sharman volta vestido se sentando ao meu lado. — É para a faculdade? — Concordo mais uma vez abrindo o aparelho. — Porque sempre fica tão robusta quando estou perto?

Desejos IndomáveisOnde histórias criam vida. Descubra agora