— Vamos embora.
— Por quê?
— Lyra? — Notando minha presença no saguão me viro em direção contrária rapidamente. — Lyra! — Segurando meu braço sou bruscamente parada batendo contra Sharman que me olha confuso.
— O que houve?
— Daniel, por favor...
— Filha. — Se virando contra o homem parado atrás de nós meu pai encara Daniel, mas logo sua atenção é voltada novamente para mim. — Namorado?
— Agora está interessado na minha vida? — Finalmente decido o encarar vendo seu rosto de espanto diante as palavras.
— Eu sempre estive. — Ele diz com receio dando um passo, me afasto para trás percebendo olhares curiosos em torno de nós.
— É melhor voltar pra sua família. Sei que Margaret gosta de chamar atenção. — Olho para trás perto da mesa ao canto, minha madrasta se levantando e faço um sinal pra ela se afastar. — Mas eu não.
— Eu só quero conversar.
— Poderia ter feito isso há 9 anos, mas preferiu fugir. — Soltando meu braço, me viro em direção a saída ouvindo Cole chamar Sharman ao canto. O olho agradecida caminhando em direção a saída caminhando pela calçada as pressas.
— Eu não mereço toda esta raiva que ainda guarda de mim! — Meu pai grita me seguindo e imediatamente paro Sorrindo negando tampando a boca. Respiro fundo o encarando e volta.
— Não merece? Tá de brincadeira com a minha cara? — Minha fúria sobe juntamente com a frustração — Eu Que tive que aguentar a mamãe bêbada todos os dias jogando na minha cara que eu tinha estragado o sonho dela quando nasci! Os remédios, as consultas e as crises fui eu que tive que aguentar sozinha! — Me aproximo enraivecida parando em sua frente. — Você sabia que ela tinha depressão! E em vez de ficar do lado dela preferiu outra vagabunda ao invés da sua família! — De repente ouço um estralo seguido da ardência em meu rosto e as lágrimas presas descem inundando minha visão.
— M... Me... Desculpe... — Ele me olha pasmo.
— Eu não o culpo de ter saído de nossas vidas sem me dar ao menos uma explicação. Covardes nunca tem a coragem de encarar a realidade de frente, não é mesmo?
— Filha eu...
— Você já fez sua escolha ao ter passado pela porta. Não se aproxime de mim novamente, ou chamarei a policia. — Começo a caminhar de novo não escutando mais seus passos me seguindo, suspiro em alivio continuando meu trajeto mais rápido. Durante uns 15 minutos andei sem rumo apenas para esfriar a cabeça, e a alguns metros de distancia vejo um parque ao ar livre e me sento em um dos bancos ouvindo as crianças brincarem nos balanços. Fecho os olhos sentindo o vento batendo contra o rosto e contenho o choro levantando a cabeça.
Flashback On
7 anos atrás
— Mamãe? — Procurando pela casa ouço seu choro debaixo da mesa, andando devagar em passos mínimos olho para o relógio na parede indicando 02h54min da madrugada. — Mãe, está tudo bem?
— Me desculpe, me desculpe, me desculpe. — Agachando vejo sangue pingado no chão e rapidamente tiro o pano. — Você não me merece como mãe, eu não sou uma boa mãe... — Ela diz me olhando com pesar soluçando de tanto chorar. — Filha...
— Posso dormir com você? — Pergunto calma vendo a garrafa de vodka ao seu lado quebrada. — Vamos? — Assentindo pego sua mão guiando pelas escadas reparando sua sonolência, deitando na cama a encubro com minha coberta deixando seu braço de fora limpo as marcas de cortes espalhadas por ele segurando o choro preso na garganta. — Eu te amo. — Digo saindo do quarto fechando a porta.
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Desejos Indomáveis
FanfictionO intuito do BDSM é o prazer sexual através de sua posse de poder erótica de dominação.Você pode até ter receio dessa prática, mas se for convidada, duvido que seu corpo não responderá imediatamente a sensação desse prazer. Esta não é a historia de...