Prólogo

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Ele não disse nada, apenas ficou me olhando. Vi as lágrimas escorrerem dos seus olhos. O empurrei e saí de cabeça baixa sem olhar para ele. Dei poucos passos quando senti as lágrimas se formando em meus olhos, levantei o rosto olhando para frente fazendo com que eu a avista-se próxima à porta que dava acesso aos fundos da casa. Ela não fazia questão nenhuma em esconder a sua felicidade em ter feito o que fez.

— Boa noite, André — falou surrando assim que passei por ela.

No mesmo momento corpo ficou teso fazendo com que eu parasse. Virei em sua direção e vi o sorriso vitorioso no canto da sua boca.

— Eu tenho pena de você! — falei entre os dentes — Você é podre! Tem a pior alma que eu já conheci alguém ter!

A expressão facial dela mudou revelando seu espanto.

— Pode ter achado que ganhou à noite, mas na verdade ela só serviu pra mostrar a pessoa imunda que existe ai dentro! Eu tenho pena de pessoas assim como você, que buscam a felicidade, o prazer com a dor que causa aos outros! — minha voz começa a ficar trêmula — Pode ter certeza que a tua felicidade vai ser imensa essa noite, porque a dor que eu vou sair sentindo daqui nenhuma outra pessoa vai ser capaz de produzir.

Desabafei tudo o que eu sentia naquele momento. Puder ver uma lágrima caindo dos olhos dela antes de eu me virar e caminhar para a saída. Assim que coloquei meus pés na parte da frente da casa meus olhos foram certos na foto que eu havia tirando deles. A segurei com a mão e puxei, olhei para ela enquanto caminhava, a rasguei em seguida em pedaços pequenos onde os joguei ao chão.

A voz dela com tudo que havia me dito não saia da minha cabeça. Dobrei os joelhos e coloquei minhas mãos sobre minhas coxas e fiquei olhando para baixo onde as primeiras lágrimas caíram dos meus olhos tocando o chão.

— André, me espera, por favor? — pude ouvi-lo me chamar.

Com a mão tremula tentei colocar a chave na porta do meu carro, mas não conseguia. As lágrimas começavam a caí com mais intensidade, até que consegui abri e entrei. O silêncio dentro dele fez com que a voz dela aumenta-se ainda mais dentro mim. Segurei o volante com força e gritei. A sensação era a mesma do hospital quando o médico nos deu a notícia da morte dele. Outra vez ele havia morrido para mim, mas dessa vez eu sabia quem tinha sido o responsável por isso e tudo de ruim que eu passei naquele período. Encostei minha cabeça no volante fazendo com que a buzina fizesse barulho e chorei. O som do meu nome abafado do lado de fora não me importava, as batidas no vidro muito mesmo, eu sabia muito bem de quem era. Tirei a cabeça da posição fazendo com que o barulho estridente parasse. Peguei a chave e tentava coloca-la na ignição do carro, depois da terceira tentativa consegui.

Olhei para o rosto dele que implorava pra eu não fazer aquilo. Liguei o carro e saí cantando pneus. Dirigia sem rumo algum, meu corpo estava no automático. Não prestava atenção nos sinais, apenas dirigia. Parei o carro de qualquer modo e saí de dentro dele desnorteado.

O porteiro que já me conhecia não dificultou minha entrada, porém assim que passei por ele pude ouvi-lo dizer algo que eu não entendi. Chamei o elevador que não demorou muito a chega, entrei nele e apertei no décimo quarto andar. Fechei os olhos e apertei os mesmo com as mãos, encostei meu corpo na parede do fundo e assim fiquei. Sentia o elevador subindo enquanto cenas do que havia acontecido surgiam em minha mente, o barulho da porta abrindo-se fez com que eu abrisse os olhos. Assim que virei para a esquerda no corredor eu o vi me olhando encostado na entrada do seu apartamento. Ver ele fez com que meus olhos voltassem a se encher de lagrimas. Caminhando em minha direção ele veio onde me abraçou e beijou meu rosto fazendo com que eu chorasse ainda mais com em seus braços. Me sentia mal por ter sido enganado daquela forma por todo aquele tempo.

— Então você já sabe? — sua voz saiu calma.

— Porque você não me falou? — me afastei dele.

— André, tem pouco tempo que eu sei... — sua mão tocou meu rosto — Fiquei do mesmo jeito que você tá agora. Me sentir enganado, traído, foi quando eu resolvi me afastar de tudo para por as ideias no lugar e decidi o que eu faria.

Então o afastamento repentino dele agora fazia todo o sentido. A maneira que ele passou a nos ignorar, tudo se explicava.

— Então decidiu me deixa no barco fundando sozinho?

— Não! Jamais eu faria isso com você, é que... — ele respirou fundo — Eu sei que você gosta dele, André — tocou outra vez meu rosto — Eu e a Fernanda, nós acompanhamos toda essa história que vocês construíram, eu sei que não foi de uma hora pra outro que você se apaixonou por ele...

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Oi... Não aguentei ficar muito tempo longe e resolvi voltar rsrs.

Bem, mais uma estória pra vocês. Dessa vez uma estória do André ( não sei pq gosto desse nome rsrs ) É um "dramance" que nele eu pretendo contar como à vida pode ser surpreendente imprevisível. Onde não existe um vilão e sim pessoas humanas, com acertos e erros... Não posso dizer mais nada se não tem spoiler kkkkk.

Enfim, talvez fique no mesmo esquema do 701 eu poste dois cap. Por semana, mas eu só vou começar a postar valendo mesmo lá pelo dia 20 de janeiro. Tenho que terminar o minha dissertação da pós rsrs.

Eu realmente espero que vocês gostem. Tá sendo feita com muito carinho. E vão desculpando os erros de ortografia. E se tu poder deixar o "like" o joinha kkkkk a gente agradece...

Ah.... já ia esquecendo de algo kkkk. Fiz um facebook kkkkk, mas calma, não tem fotos minhas ( desculpem), mas eu fiz pra divulgar tudo o que eu tô escrevendo e tal, quem quiser me add tá ai o link. https://www.facebook.com/vinicius.autor.5?ref=bookmarks

Até dia 20 galera. Abraços a todos.

E pra quem não me conhece eu me chamo Vinícius e como eu costumo dizer: Eu não sou um escritor, à vida me fez um escritor.

Dois Corpos, Um CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora