— Por favor, André.
A chuva passou a cair mais forte.
— Vamos entrar! — falei olhando para ele.
Ao entrarmos no Depois da Chuva pude perceber o quão diferente estava! O local havia se transformado em um pub deixando de lado o conceito de doceria que possuía antes. Sorri sendo invadido pelas lembranças que o local me trouxe.
— André?
Olhei para o meu lado e sorri.
— Diego? Quanto tempo!
Me aproximei e abracei o dono do local.
—Caralho, mano, cê tá diferente! Tá parecendo um deus nórdico com essa barba e cabelo.
— Não viaja, Diego — ri — Pow, ficou show o novo ambiente.
— Que bom que gostou! A gente tem que diversificar, as coisas por aqui não está fácil.
— Posso imaginar.
— Mas fica a vontade — sorriu — Foi muito bom rever você.
— Digo o mesmo!
Daniel estava sentado na mesa próxima á parede que ficava ao lado da vidraça. Lembrei-me da primeira vez que eu havia ido com ele ao local. Respirei e fui a sua direção. Sentei na sua frente. O encarei fazendo com que eu visse alguns cabelos brancos na lateral da sua cabeça.
— Você tá diferente, André, e eu não me refiro a aparência, mas sim em você. Seu olhar, sua postura, a forma que você me analisa.
— As pessoas mudam, evoluem e eu acho que aconteceu isso comigo.
— Você voltou quando?
— Isso é o que menos importa aqui — acabei sendo ríspido.
Fomos interrompidos pela moça que veio até nós e anotou nossos pedidos.
— Você tem razão... — falou sem jeito — Eu... Imaginei tanto esse momento, pensei várias formas que eu iria começar essa conversa, mas agora, aqui de frente para você eu não sei como agi.
— Daniel...
— Eu tô com medo de falar algo e você ir embora outra vez.
— Daniel... — falei novamente seu nome.
— André, você não sabe o quanto eu me arrependo de não ter contado para você no momento exato que eu te conheci naquela tarde. Tudo poderia ter sido diferente.
— Tudo poderia ter sido diferente...
Repeti a frase dele, porém me perguntando se tudo realmente poderia ter sido diferente?
— Com licença — falou a moça trazendo o que havíamos pedidos.
— Muito obrigado! — agradeci a moça.
Peguei a lata do refrigerante e despejei o líquido no copo que continha gelo.
— Quando o Guilherme me procurou pela primeira vez eu confesso que pensei em recusar qualquer aproximação, mas à Aline acabou me fazendo mudar de ideia e isso chega a ser irônico.
Bebi o refrigerante de uva sentido as bolhas fazerem cócegas no céu da boca.
— Eu nunca imaginaria que eu acabaria me envolvendo como me envolvi com você! Eu vivia um namoro feliz com a Aline, eu a amava! Porém quando eu conheci você era como se eu o já conhecesse. Se eu fechar os olhos eu posso lembrar sua triste, do seu desconforto naquela tarde — fez uma pausa na sua fala — Como isso mexeu comigo! Algo em mim pedia para que eu o abraçasse.
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Dois Corpos, Um Coração
RomanceAndré passará pelo momento mais difícil de sua vida, perde alguém que se ama. Em meio à dor, um acontecimento poderá mudar toda sua perspectiva. Em meio ao sofrimento um novo sentimento irá surgir que será capaz de transforma-lo. O destino pode ser...