25. Bussúla.

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Tinha acabado de chegar a minha sala na empresa depois de ter passado a amanhã toda com o Cristhian, cliente que me fez ficar em Vancouver. Vi que tinha um papel em cima da mesa ao lado do computador o peguei e sorri. Era um recado do Johan agradecendo o dia e a noite que tivemos. Quando saí de casa ele ainda dormia, peguei o celular e quando pensei em mandar uma mensagem para ele apareceu uma solicitação de vídeo chamada do Hernani.

— Oi, Hernani...

— Quero lhe parabenizar!

— Pelo o que?

— Cristhian, não poupo elogios sobre você!

— Fico feliz em saber disso.

— Mas não liguei para isso, quero falar sobre outra coisa.

— Pode dizer...

— Eu preciso que você fique mais tempo por ai!

— Como? Mais tempo?

— Sim, André... Por quê? Você não pode ficar?

— Não é isso...

— Ótimo! — fique em silencio — Então eu posso contar com você na presidência?

— Pode... Claro que pode!

— Sabia que você não me decepcionaria. Agora tenho que desligar. Entro em contato com você em breve. Bom trabalho.

— Pra você também!

Ele encerrou a vídeo chamada e eu fiquei olhando para a tela do celular. Levantei e saí da sala.

— Você precisa de algo? – Lucy perguntou.

— Preciso de café...

— Tudo bem... Eu vou buscar.

— Não! Eu mesmo faço isso. Preciso pensar. Aqui em frente que vende, não é?

— Isso...

— Brigado.

Cheguei à cafeteria e me sentei em na mesa que ficava próxima a vidraça para rua. Pedi um café para moça que me atendeu e um pedaço de bolo também. Apoiei as costas no estofado da cadeira e fechei os olhos. Levei minhas mãos aos meus olhos onde fiquei fazendo movimentos leves e circulares envolta deles.

— André?

— Johan? O que você faz... Lucy.

— Aconteceu algo? — sentou na minha frente.

— Não sei... Recebi uma noticia que era pra ter me deixado feliz, mas não foi o que aconteceu — respirei fundo — Johan, eu preciso contar algo a você.

— Tudo bem...

Então comecei a contar a ele sobre o Henrique e tudo que vivemos até sua morte. Falei sobre o Daniel e tudo que tinha ocorrido entre nós. Johan me ouviu pacientemente enquanto desabafei.

— André, você passou por tantas coisas que talvez muitas pessoas não aguentariam.

— A vida sempre pôs em teste o quanto eu poderia ser forte.

Ele segurou minha mão.

— Eu já admirava você sem conhecer esse seu lado, agora eu admiro muito mais por saber quem você é.

— Brigado — apertei seus dedos — Mas agora devemos voltar — ri.

Assim que me levantei ele me abraçou.

— Você sempre pode contar comigo.

— Eu sei, Johan...

O resto do dia transcorreu normalmente.

Dois Corpos, Um CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora