9. Trilhos.

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Duas semanas havia se passado daquele novo ano. Os dias em Santa Marta eram calmos, não existia aquela agitação da capital. Teve dias que eu e Fernanda íamos à praça mais movimentada perto de onde morávamos e passávamos os fins de tarde apreciando o movimento.

— Eu vou senti falta daqui! — falei deixando Fernanda em frente da casa dos pais.

— Também... A gente não precisa vir aqui só em datas comemorativas — me olhou.

— Tem razão, dá próxima vez que nós viermos aqui eu trago o Gui e mostro as cachoeiras para ele.

— Garanto que ele vai amar — me deu um beijo no rosto — Até mais, André.

— Tchau, Fernanda.

Esperei ela entrar em casa para depois poder ir. Estacionei o carro da minha mãe na garagem e entrei em casa. Meus pais estavam na sala.

— Boa noite — sorri para ele.

— Boa noite — ambos responderam — Estava com a Fernanda? — perguntou minha mãe.

— Sim! Nós estávamos conversando e decidindo quando iremos ir.

— Chegaram a alguma data?

— Daqui dois dias!

— Mas por que tão rápido assim? — minha mãe perguntou.

— Não é tão rápido assim — me sentei no sofá de dois lugares — Acho que já fiquei tempo demais aqui...

— Essa casa é sua, André — meu pai falou — Você pode ficar o tempo que quiser.

— Eu sei pai, mas... — olhei para o teto — Eu preciso voltar. Meu lugar não é mais em Santa Marta.

— Então o que você pretende fazer?

— Vou voltar a ter minha vida. Voltar a fazer tudo o que eu fazia antes — olhei para ele — Tenho que ver como ficou a minha especialização, faltava pouca coisa, tenho que ir atrás de um emprego novo, esse sim é o motivo principal pra eu voltar — ri.

— Você tá precisando de dinheiro, André, eu posso ajudar você.

— Não, pai — sorri — Não tô precisando! Tenho uma grana guardada que dá pra alguns meses tranquilos. Só tô precisando ocupar a cabeça, como dizia a vovó: "Cabeça vazia é oficina pro diabo".

— Entendi, mas caso você precise não exite em me procurar.

— Eu sei — levantei — Vou tomar um banho e depois eu desço.

— Nós estávamos pensando em sair para jantar, o que você acha? — minha mãe olhava para mim.

— Uma excelente ideia!

— Tudo bem — sorriu — Esperaremos você.

Me joguei na cama onde fiquei com o rosto afundado no travesseiro. Senti o celular vibrando no meu bolso, resmunguei e me virei ficando olhando para o teto. Peguei meu celular do bolso e vi que era uma mensagem do Gui, sorri e abri a conversa.

— "Esqueceu de mim, foi?"

Ri ao ler a mensagem do Guilherme.

— "Jamais... Em dois dias eu tô de volta!"

Vi que ele começou a escrever algo.

— "Oba! Te espero ansiosamente"

Respondi com um emoji piscando para ele.

Joguei o celular ao meu lado e fui para o banho, assim que voltei pro quarto e peguei meu celular tinha uma resposta dele, era uma emoji com os corações nos olhos, apenas ri. Toquei de roupa e desci em seguida.

Dois Corpos, Um CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora