Acordei com o meu nome sendo chamado. Sentei na cama rapidamente, minha respiração estava acelerada assim como o coração. Não havia ninguém no quarto a não se eu. Era uma pouco mais das seis horas da manhã, relaxei o corpo outro vez sobre o colchão voltando à posição na qual eu estava antes. Havia deixando a porta da sacada aberta fazendo com que a luz natural do dia iluminasse o cômodo. O silêncio do horário fazia com que o barulho do mar entrasse de forma calma, verei de lado onde abracei o travesseiro ficando olhando a foto do Henrique, repirei fundo sendo invadido pela saudade que chegou de forma inesperada. Estiquei o braço e ao lado da foto peguei meu celular, tinha poucas mensagens. Tirei o lençol de cima de mim e saí da cama. Fui para a sala onde parei e respirei fundo, desbloqueei meu celular e fui caminhando para a sacada.
— "Daniel, aconteceu um imprevisto e não vou poder ir. Desculpe! Fica para uma próxima oportunidade".
Enviei a mensagem para ele. Coloquei o celular no bolso do moletom, onde em seguida apoiei os braços no batente de metal inclinando meu corpo para frente.
O dia começava a ficar mais vivo! As cores no céu se intensificavam de acordo com que o sol ocupava espaço. O mar parecia um grande espelho que refletia o brilho do astro rei. Senti meu celular vibrar, o peguei e vi que era a resposta do Daniel.
— "Entendo... É algo sério?".
Vi que ele continuava a escrever.
— "Você quer que eu vá ai?".
— "Não precisa se preocupar! Não é nada de tão importante, mas só não vou poder ir... Mas agradeço a preocupação".
Não esperei a resposta, desliguei meu celular e voltei para sala onde me joguei no sofá. Fiquei mais de uma hora naquela posição, parado, apenas olhando para o nada. Só me movi quando ouvir o barulho da porta sendo destrancada.
— Guilherme? — perguntei ao me levantar do sofá — O que você faz aqui?
— Você é o motivo do qual eu estou aqui — falou olhando para mim — O que você tem?
Apenas me aproximei dele e o abracei.
— Você não deveria ficar só aqui nesse apartamento.
Falou enquanto acariciava meus cabelos.
— Eu gosto daqui. Tudo me faz lembrar ele — afastei meu rosto do ombro dele — Tenho a sensação que a qualquer momento ele vai entrar por essa porta.
— Eu já não gosto daqui por esse motivo — passou a mão pelo meu rosto — Tudo aqui me faz lembrar dele.
Apenas sorri.
— Daniel que me falou sobre você.
— Daniel? — perguntei surpreso — O que ele falou?
— Me falou que vocês tinham combinado algo, mas hoje cedo você desmarcou dizendo que tinha acontecido algo. Então ele me mandou mensagem perguntando se eu sabia o motivo. Logo em seguida em liguei pra você, mas seu celular só dava desligado então achei melhor vir aqui e ver o que tinha acontecido.
— Não foi nada... Apenas acordei indisposto. Não seria uma boa companhia.
— André, André... — Vi que ele respirou fundo — Você já tomou café?
— Não...
— Ótimo! Vá colocar uma camisa que nós vamos sair pra comer algo.
— Tudo bem...
Fui até o quarto e peguei uma camisa. Fomos à padaria que ficava a duas ruas do apartamento. Guilherme me convidou para que eu almoçasse com ele naquele mesmo dia, eu recusei dizendo que estava com dor de cabeça por ter dormido mal. No fim do dia mandei uma mensagem para o Daniel dizendo que estava tudo bem e agradecendo a preocupação. No domingo Fernanda apareceu por lá reclamando por eu ter a deixado só no nosso apartamento. Passamos o dia vendo filme e comendo besteira, ela acabou dormindo lá já que não conseguiu me convencer a voltar com ela.
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Dois Corpos, Um Coração
RomanceAndré passará pelo momento mais difícil de sua vida, perde alguém que se ama. Em meio à dor, um acontecimento poderá mudar toda sua perspectiva. Em meio ao sofrimento um novo sentimento irá surgir que será capaz de transforma-lo. O destino pode ser...