Capítulo 7

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Sofia

Você é minha!
As palavras martelavam na minha mente, minhas mãos tremiam de acordo com as batidas do meu coração. O olhar dele me dava medo, suas palavras foram ditas tão friamente que eu pude senti-las. Sua expressão era indecifrável, as palavras parecem ter sumido da minha boca.

__ Sofia, acho melhor você se sentar._papai tentava me arrancar de onde estava, e por um momento eu pude sair do transe em que me encontrava.

__ Eu não quero me sentar, quero apenas que me explique o que está acontecendo aqui, papai.

Minha voz tremia, senti minhas mãos suarem frio. Eu não sou idiota para não saber o que esse monstro quis dizer com suas palavras, mas poxa eu preciso de uma explicação, preciso entender porquê eu.

__ Filha eu sinto muito, mas você terá que se casar com Pietro.

As palavras foram jogas sobre mim como um balde de água fria, papai me olhava com pena.

__ Eu não vou me casar com ele. Você é louco, pai? Quer mesmo entregar a sua filha para um bandido como ele? Me diga se é isso que você realmente quer.

Calma, Sofia. Respira, não pira.

O infeliz parecia divertir-se com meu surto. Meu pai pegou minha mão, mas a puxei de seu alcance, eu estava com muita raiva, não era pra menos.

__ Não tente fugir do seu destino, garota. Você foi criada no meio disso tudo e sabe muito bem como as coisas funcionam. Você é o pagamento por o merda do seu pai ter me roubado.

Pietro me encarava enquanto tomava seu uísque, eu sabia que de bonzinho ele não tinha nada. Ele é capaz de intimidar qualquer um, seu porte de chefe e seu olhar sombrio deixa qualquer pessoa aos seus pés, por isso é tão poderoso, já ouvi tantas histórias sobre ele que só de lembrar meu corpo treme.

__ Por quê fez isso comigo, pai?_as lágrimas desciam sem minha permição.

__ Me perdoe filha, eu não tive escolha, você sabe das regras._no fundo eu sabia que ele estava se sentindo mal, apesar de ser um bandido papai é um homem de bom coração, principalmente quando se trata de mim. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde iria ter que me casar, mas não esperava que fosse dessa maneira e ainda mais por estupidez do meu pai.

Minha vida não seria a mesma, ainda mais sendo esposa de Pietro Greco, um homem tão frio e cruel.

__ Vamos deixar o papo de pai e filha para depois, saia Marcus, preciso esclarecer algumas coisas para minha futura esposa.

Estremeci com a palavra esposa, papai saiu e Pietro começou a se aproximar de mim, minhas pernas falharam. Calma Sofia, respire fundo.

__ Relaxe, princesa. _sua mão pousou na minha bochecha quando ele se aproximou o suficiente. __ Eu não vou te morder.

A mão que estava na bochecha desceu lentamente, minha pele se arrepiava. Eu estava sentindo uma sensação estranha. E quando sua mão repousou no meu seio direito eu me afastei rapidamente. Quem ele pensa que é.

__ Não se afaste._ sua voz soou autoritária, ele parece ter ficado irritado com minha reação, não é para menos, não é porque estou sendo obrigada a aceitar essa estupidez que vou deixar ele me tocar assim.

__ Me afasto quando eu quiser._ e antes que pudesse completar a frase ele apertou minha mandíbula com tanta força que por um momento cheguei a pensar que estava quebrando o osso.

__ Cuidado com a língua, princesa._seus dedos pareciam que iam me esmagar, eu nem conseguia falar.__ Sabe, acho que vou adorar ensiná-la como deve falar comigo, não pense que vou tolerar que fale comigo como bem entender.

Sua mão me soltou, ficou dolorido. Suas palavras foram como uma promessa e eu sei que ele às cumprirá.

__ Vamos descer e você irá se comportar bem direitinho, ficará do meu lado até quando eu quiser.

Sua forte mão agarrou meu braço. Esse homem só sabe resolver as coisas machucando? Seu aperto estava me ferindo, certeza que ficará marcado.

__ Será que você pode me soltar? Está me machucando. _pedi quase chorando, estava doendo de verdade.

__ Cale a boca._ sem me soltar ele abriu a porta e saiu me puxando, ele me arrastou até a sala daquele jeito.

As pessoas olhavam para nós, alguns olhares de pena eram direcionados à mim, ele não largava meu braço por nada.

__ Se comporte._ quando ele sussurrou essas palavras no meu ouvido eu senti todos os pelos do meu corpo de arrepiarem, acho que ele percebeu, pois deu um sorrisinho cafajeste para mim, idiota.

Dalí pra frente eu já sabia o que iria acontecer, o porquê de todas essas pessoas estarem aqui. A festa, a decoração, os convidados, tudo fazia parte. Eu só conseguia pensar na minha vida, no meu amigo, minha casa, eu sabia que tudo isso iria mudar.

Um pouco à nossa frente estava meu pai que me olhava com pena e arrependimento, por mais que eu quisesse não conseguia sentir raiva dele. Por mais que ele mereça eu não consigo, sei que tudo isso é por ele ter roubado Heitor, que resolveu atingir meu pai onde mais dói, no seu ponto fraco. Tudo seria diferente se papai não tivesse feito o que fez, mas faz parte de quem ele é e por isso até eu terei que pagar por seus erros.

Um homem chamou à atenção de todos, era a hora. Heitor pegou minha mão. Ele colocou no meu dedo o anel de noivado, era lindo.

__ Apresento à vocês minha noiva e futura esposa.

Todos começaram a bater palmas e nos cumprimentar. Eu não pude fazer nada ao não ser cumprimenta-los de volta. Nem a cara de triste eu consegui esconder, era nítido que eu não estava feliz, qualquer um notava.
Meu luto eterno começou, minha vida acabou.

Não pense que é drama, pois só quem conhece a verdadeira máfia sabe o peso que carrega.



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