Capítulo 9

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Sofia

Assim que a porta se abriu foi como se tudo tivesse desabado em cima de mim, enquanto andava ao lado de papai em direção ao altar onde estava meu infeliz futuro marido. Mesmo de longe sentia seu olhar queimar sobre mim, meu corpo estava suando frio.

Pessoas que eu nem conhecia estavam aqui presentes, assim como alguns "amigos". Todos me olhavam admirados, uns até com pena. E foi como se algo tivesse atravessado meus olhos quando encrontei os dele.

Seu olhar era parecido com chamas que queimava meu corpo e ao mesmo tempo minhas mãos soavam frio, meu coração batia forte e me pergunto se alguém podia ouvir.

Chegando ao altar papai soltou meu braço e olhou nos meus olhos com um olhar de tristeza.

__ Chegou a hora minha princesa.

E foi como se suas palavras tivessem perfurado minha alma, eu não estou pronta para o que está por vim.

__ Não..._sussurrei, mas Heitor não me deixou terminar a frase.

__ Anda logo menina._ puxando meu braço ele falou, não me deixou ao menos abraçar meu pai, esse homem é um babaca.

Certeza que as pessoas viram e eu estou morrendo de vergonha, todos olham para nós, claro.

__ Olhe pra frente.

Que homem mais idiota, está me tratando como se eu fosse uma criança e ele o pai tentando colocar ordem na filha.

O padre deu início à cerimónia, as palavras entravam pelo ouvido e saíam pelo outro. O nervosismo estava me consumindo e me tirando do sério, mas quando as malditas palavras foram ditas eu não tive escolha.

__ Sofia Adams aceita Heitor Navarra como seu legítimo esposo?_ o padre perguntou, eu queria dizer não, e mesmo que dissesse todos iam ignorar.

Fiquei em silêncio por um bom tempo, o suficiente para o infeliz apertar meu braço para eu dar o maldito sim.

__ Aceito._ meus olhos ardiam e as lágrimas queriam sair, sei que não vou aguentar por muito tempo. Não são lágrimas de felicidade, mas sim de raiva e tristeza.

__ Heitor Navarra aceita Sofia Adams como sua legítima esposa?

__ Aceito._ ele respondeu sem rodeios.

O padre falou mais alguma coisa e nós trocamos aliança, enfiei a dele com a força do odio e o desgraçado apenas sorriu.

__ O noivo pode beijar a noiva.

Meu estômago embrulhou quando o padre falou. Não quero beijar ele, não mesmo. E o pior é que o desgraçado sabe disso.

Segurando forte na minha cintura ele me puxou e colou meu corpo no dele, encostou os lábios nos meus.

__ Me corresponda._ aquilo soou como uma ordem, na verdade foi.

E então ele me beijou, sua língua forçou fazendo eu abrir minha boca, tentei não corresponder, porém o desgraçado apertou ainda mais forte minha cintura e mordeu minha boca com força, senti o gosto do sangue e o empurrei, mas ele não me soltou.
Lutei contra o maldito beijo, mas o infeliz fez com que a minha língua se envolvesse com a dele num beijo caloroso. Ouvi as pessoas assobiarem e baterem palmas, então consegui me soltar. Minhas bochechas queimavam de vergonha.

Ele sorriu pra mim, um sorrisinho sacana, fiz questão de virar a cara. Logo senti ele envolver minha cintura com seu braço forte.

__ Finalmente minha._ ele sussurrou no meu ouvido, seu gesto fez todos os pelos do meu corpo se arrepiarem.

Nos dirigimos para fora da igreja, quando fui sair na frente ele segurou meu braço e me fez andar ao seu lado. As pessoas sorriam para nós, aquilo estava me irritando bastante.

Quando chegamos no salão da festa todos vinheram nos cumprimentar, juro por Deus que se pudesse mandava todos irem pra puta que pariu. Só então tive tempo de falar com papai e abraça-lo.

__ Vai dar tudo certo meu amor.

Nem as palavras do meu pai eram capaz de tirar a angústia que estava no meu peito. Eu sabia que nada daria certo pra mim.

__ Só queria voltar pra casa, nossa casa. Deitar na minha cama e dormir a noite enteira pra quando acordasse amanhã tudo não passasse de um pesado.

__ Pena que é a sua realidade agora, princesa.

Levei um susto ao ouvir a voz dele atrás de mim, sentia seu corpo quase colado ao meu.

__ Me deixa conversar com meu pai à sós._ me virei e o encarei.

__ Não, você é agora é minha esposa e deve ficar ao meu lado.

Sua feição estava diferente, não conseguia imaginar no que ele pensava.

__ Infelizmente eu sei, mas agora eu quero falar com meu pai e não quero você por perto seu arrogante.

Minhas mãos tremiam de raiva e ele me encarava com ódio.

__ Fale comigo direito menina, sou seu marido e você me deve respeito.

__ Vai pro inferno sa...._ antes que eu pudesse terminar a frase e terminar de virar as costas para ele sua mão agarrou meu cabelo e o puxou com brutalidade até que minhas costas batesse em seu peito duro.

__ Quer que eu te ensine a me respeitar aqui mesmo?

Sua respiração estava pesada, ele estava com raiva.

__ Solta minha filha.

Papai pediu furioso e ameaçou avançar, mas Pietro puxou ainda mais meu cabelo.

__ Não se meta seu velho, agora quem manda nela sou eu._ ele descontava sua fúria puxando meu cabelo, aquilo estava doendo muito.

__ Vai pensando que vai mandar em mim.

Falei com raiva e escutei sua risada, ele finalmente soltou meu cabelo.

__ Você tá doido?_ gritei quando me recompus.

__ Fale baixo comigo.

Ele gritou de volta, as pessoas olhavam para nós assustadas, meu rosto queimou de vergonha. Ele virou as costas e saiu pisando fundo e esbarrando nas pessoas.

Abracei papai e chorei em seu ombro. Meu Deus, tenha misericórdia de mim.

Meu Perigoso Mafioso Onde histórias criam vida. Descubra agora