♪Sonata Ao Acordar

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"Como não ser arrebatado pelos seus gestos, pela graça de seus movimentos e de suas atitudes."

— Tchaikovsky.


  ♪♪♪  


Acordei e não encontrei Edward em nenhum canto do quarto. Por um momento pensei que voltara para casa, mas o aroma de café provara-me o contrário.

Levantei da cama e fui até a cozinha. Como imaginei, Edward estava lá.

— Bom dia — falei entre um bocejo. — Faz muito tempo que acordou?

— Uma hora e meia, mais ou menos. — Deu de ombros.

— Você acorda cedo — pontuei.

Edward concordou e voltou a prestar atenção para o fogão. Observei suas costas por um tempo, até que outra coisa atraiu minha atenção.

— Você fez compras? — perguntei um pouco incrédula ao ver algumas sacolas de supermercado em cima da mesa.

— Claro! — exclamou. — Quando cheguei à cozinha para preparar algo para o café não encontrei nada! Fui obrigado a ir ao mercado! — Suspirou. — Não deve ser tão descuidada quanto a isso, Lyra.

— Desculpe, mamãe.

— Lyra! — Edward me encarou irritado, mas só conseguia enxergar uma criança que fica brava por causa de um apelido.

Sorri e me aproximei de Edward para beijar-lhe a bochecha.

— Você é adorável — falei.

Edward sorriu e continuou a preparar o que descobri serem panquecas.

— O café demorará um pouco parar ficar pronto, por que não toma um banho enquanto isso? — disse.

Fui para o banheiro e observei meu reflexo. Meu olhar era completamente diferente daquele de meses atrás, talvez pelo fato das provas do Conservatório terem chegado ao fim, pelo menos neste ano. Talvez por Edward estar aqui. Provavelmente era uma mistura dos dois, porém me preocupada um pouco ver que o Senhor Capriccioso tinha certo poder sobre mim, que influenciava meus humores.

Que estrago seria capaz de fazer em meu coração caso algo desse errado?

Terminei o banho e deixei o pensamento de lado. Vesti-me e voltei para a cozinha.

Edward conseguira, de alguma forma, organizar quase tudo em cima da pequena mesa.

— Estou impressionada — comentei.

Edward olhou para mim, um sorriso orgulhoso nos lábios.

— Foi trabalhoso, mas consegui — disse satisfeito. — Fico feliz que gostou. — O escritor beijou-me a testa.

— Adorável. — Toquei a ponta de seu nariz e sorri.

— Parece que está falando com um cachorro e não um ser humano — resmungou.

Dei risada.

— Quer um biscoito como recompensa? — brinquei.

Edward deu um sorriso amarelo.

— Não mostre as presas para mim! — repreendi. — Perdeu seu biscoito.

O escritor bufou.

— Você está sendo muito malvada, não vai ganhar café — disse Edward, invertendo a situação.

Mozart Terminou ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora