♪Suspiros Melancólicos

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"Ela nunca aprenderá o mais necessário, o mais difícil e o mais importante na música, que é o tempo. Porque na sua infância, ela designadamente cultivou o hábito de ignorar o ritmo."
— Mozart.


♪♪♪



— Senhora Siwen? — perguntei, mas Edward me ignorou e levou os pratos que faltavam para a sala de jantar.

Sentei-me no lugar de antes, ao lado de Abelardo, e o escritor sentou a minha frente e ao lado de Richard.

— Podemos começar? — disse Edgar impaciente.

— Podemos apressadinho — respondeu Elisa, parecia que falava com uma criança e isso fez o pianista se irritar ainda mais.

O jantar ocorreu tranquilamente, e não me surpreendeu toda a comida estar sensacional. Isso me fez invejar, mais uma vez, as habilidades de Edward na cozinha.

— Você deveria nos visitar mais, Ed — disse Richard. — Faz tempo que não precisamos nos preocupar em queimar o arroz.

Tive vontade de rir, mas, diferente de Edward, segurei o riso.

— Se serei o chefe, espero pelo menos receber um bom salário pelo serviço. — Brincou.

— Que folgado... — Richard revirou os olhos. — Vai ficar na minha casa e ainda pede para que paguemos por isso...

— Não foi assim que te criamos, Edward — continuou Abelardo.

Desta vez acabei rindo.

— Mudando de assunto — disse Richard. — Estou surpreso que conseguiu uma namorada, Ed.

— Até os seus pais estão surpresos? — exclamei.

Eles riram.

— Nem meus pais acreditam que consegui arranjar alguém. — Edward fingiu indignação.

— Mas é claro! A última namorada que você teve foi... — Richard parecia fazer as contas. — Uma década atrás...?

— Mentira! — falei surpresa.

— Pode acreditar, Lyra. — Abelardo se divertia com o constrangimento do filho.

— Podemos falar sobre outra coisa, por favor? — pediu Edward, constrangido.

— O senhor quer falar sobre o que, então? — Arqueei a sobrancelha. — Sobre a neve que cai lá fora? — Brinquei.

— Qualquer coisa, menos aquilo.

— Que graçinha, ele ficou envergonhado. — Richard apertou a bochecha do escritor.

Vater!

Todos na mesa começaram a rir e o clima festivo continuou até o fim do jantar.

— Esta noite foi um dos melhores momentos do ano. — Elisa sorriu. — Mas agora está na hora de voltar, infelizmente...

— A virada de ano está chegando — disse Edward.

— Até lá te sequestramos de novo. — Brincou Edgar.

— Conto com vocês — respondeu Elisa.

— Querida, precisamos ir — disse a mãe da ruiva, que já estava no carro de Edgar, esperando para levar Elisa de volta para o hospital.

— Foi ótimo revê-los. — A ruiva se despediu dos pais de Edward e depois se virou para mim. — E eu adorei te ver de novo, Lyra. — Sorriu. — Precisamos marcar um café, só nós duas.

Mozart Terminou ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora