♪Acordes Em Sol

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"A música é capaz de reproduzir, em sua forma real, a dor que dilacera a alma e o sorriso que inebria." 
— Beethoven. 

♪♪♪

— Que sorriso diferente este que está em seu rosto — disse Edward quando terminou de tocar.

O encarei um pouco confusa.

— Como ele é?

— Ele tem seu próprio charme, difícil de explicar... — Guardou o violino. — Eu diria que parece que a senhorita desvendou um mistério, mas não contará a ninguém o que descobriu.

— Talvez você esteja certo e eu realmente encontrei algo. — Sorri e ele retribuiu.

— E não irá me contar?

— Prefiro guardar segredo. — Coloquei o dedo indicador próximo a minha boca. — Perderia a graça se eu contasse. E eu também não sou uma fofoqueira.

Ele sorriu, provavelmente achou engraçado o que disse.

— Edwen! — James gritava, um pouco alterado pelo álcool, enquanto corria pelo corredor até finalmente entrar na sala de música. — Onde você guardou os chocolates? — Ele estava ofegante de ter corrido aquela escada e tudo por causa de chocolate.

— Estão no armário da cozinha, Edgar os escondeu para que você não comesse então não sei exatamente onde estão. — Edward deu de ombros enquanto meu irmão saia correndo mais uma vez.

Dei risada.

— Por que ele gosta tanto desses chocolates? São apenas chocolates.

Apenas chocolates?! — James voltou do nada. — Esse doce é uma invenção dos deuses e eles foram misericordiosos em permitir que nós, meros mortais, o comessem!

Gargalhei de novo, meu irmão quando está bêbado solta cada pérola...

— Agora onde estão esses chocolates...? — Ficou pensativo. — Edgar! — Ele deu um berro. — Onde você os escondeu?!

— James, pare de gritar. Vai acordar os vizinhos!

— Besteira, Lyra! Esses velhos não escutam nada! Agora eu vou procurar o merda que escondeu meus doces!

— Mais respeito, médico de quinta. — Edgar apareceu e deu um tapa na nuca de James.

— Que tipo de droga você fez meu irmão ingerir, Edgar?

— Droga nenhuma, ele só se animou e tomou essa garrafa inteira. — Mostrou uma garrafa de vinho vazia em sua mão. — Era meu vinho favorito e ele não deixou sequer um gole para mim.

— Estava muito bom, se estiver interessado em saber o gosto do vinho, minha boca está com esse sabor.

Comecei a rir e Edward me acompanhou, na verdade o escritor estava passando mal de tanto que gargalhava.

— James voltou mais assanhado ou é impressão minha? — Edward comentou entre suas crises de riso.

— Ele só está bêbado — disse Edgar. — Por que eu fui arrombar aquela porta...? — Murmurou suspirando.

— Espera, você fez o quê?! — James ficou sério de repente.

— Nada, por que não vamos lá na cozinha comer alguns chocolates? Eu acabei de me lembrar onde os guardei.

— Edgar, você deixará meu irmão gordo se continuar assim.

— Mas serei um gordo feliz! Vamos, Edgar.

Mozart Terminou ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora