(Leia ouvindo: How Many Walls? – Rise Against) :)
How many walls can you put up?
How many guns 'til you feel safe?
How many times can we watch this story
Over and over and over again?
And how many years have we wasted
Counting the lies that we've been fed?
For something to change we have waited
Over and over and over again
Passaram-se dezessete anos desde que Snowglobe voltara para o Mar e via sua filha crescer de longe. Dezessete anos desde que Maia ganhara outra mãe. Dezessete anos desde que a identidade de Maia fora omitida:
– Bom dia, papai. – Diz Maia, sentando-se à mesa para tomar café da manhã.
Maia está com dezessete anos completos e no seu último ano escolar. Suas longas ondas douradas chegam no comprimento um pouco abaixo dos seios e os olhos são acinzentados e levemente agateados, assim como os da mãe. Duan a olha por uns instantes, refletindo o quanto sua filha crescera:
– Bom dia, meu amor. Sente-se. – Mariana lhe sorri, apontando o lugar vazio da mesa.
– Quem diria, só mais esse ano e você está livre da escola! – Ri Duan, observando a filha esticar os braços para pegar o creme de avelã. – Ai que horror, você e esse negócio gosmento. Credo. – Duan desvia o olhar, enojado.
– É maravilhoso. Tão maravilhoso quanto a ideia de ano que vem eu nunca mais precisar ver Matemática na minha vida. – Diz Maia, abrindo o pote de creme de avelã.
– Você sabe que pode contar comigo. Eu sou professora. – Diz a mãe, sorrindo.
– Mãe, você leciona história. – Maia arqueia uma sobrancelha, levantando-se, e a mãe revira os olhos.
– O temperamento dela é igual ao da sua mulher. – Sussurra Mariana para Duan, que ri ao se lembrar do temperamento de Snowglobe.
– Pai? – Maia apanha a mochila escolar. – Posso pegar o carro? – Implora, lhe olhando com olhos pidões.
– Ah, Maia... – Duan coloca os dedos sob as têmporas, preocupado e apreensivo.
– Por favor, hoje é o primeiro dia! – Arrisca, esperando uma resposta positiva do pai.
– Pegue, então. Dirija com cuidado. – Adverte, observando a menina saltitar até a saída da casa.
Maia dá partida no Polo e logo coloca uma música alta, dirigindo contente em direção à escola. Logo entra no estacionamento, manobrando cautelosamente. Uma figura de cabelos coloridos bate no vidro:
– Você está de carro! Que chique. – Diz Sarah, provocando a amiga, que sai do carro, trancando-o posteriormente. – Nem é do seu pai, não. – Ironiza, fazendo Maia revirar os olhos.
Sarah tinha cabelos curtos, coloridos como o arco-íris e olhos castanhos, que contrastavam com sua pele alva. Logo sorri para a amiga, revelando suas covinhas:
– Bom, pelo menos ele me deixa pegar o carro dele. – Maia provoca de volta, fazendo a amiga bufar. – E aí, preparada para o último ano que você vai me ver todos os dias?
– É esquisito ainda. Espero que a gente continue juntas na turma de Biologia. – Sarah sorri, lhe dando o braço. Maia aceita, enlaçando seu braço ao da amiga.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Maia
FantasyCom personalidade forte como a mãe, Maia é fruto de um milagre: de um relacionamento entre um humano e uma sereia. Filha da rainha do oceano Atlântico, Snowglobe White, Maia vive uma vida postiça que lhe impede de enxergar seu verdadeiro legado. Ent...