Adeus, verão

18 4 1
                                    

(Dica: Leia ouvindo: Royals – Lorde. :D)


And we'll never be royals

(Royals)

It don't run in our blood

That kind of lux just ain't for us

We crave a different kind of buzz


– Não acredito que ele quer ver você na festa hoje! – Diz Sarah, quase surtando.

– Deus, ainda bem que meus pais vão ficar fora o dia todo. Você grita feito uma gralha. – Pontua Maia, atirando uma almofada no rosto da amiga, que ri.

– O que você queria me contar? – O semblante de Sarah logo muda, tornando-se sério.

– Eu... – Começa Maia, tamborilando os dedos em suas coxas, nervosa. – Há muito tempo, eu tenho umas visões. E toda vez que eu toco o Ethan, eu vejo algo e eu sinto um calafrio.

– Está querendo dizer que você é meio médium? – Pergunta Sarah, abismada.

– Não sei. Não sei nada do legado da família. – Diz Maia, suspirando.

– Você disse que seus pais vão ficar fora o dia todo, né? – Pergunta Sarah. Maia apenas assente. – Vamos até o sótão! – Maia sorri, tentada.

As meninas vão até o corredor, pegam a escada e logo alcançam o alçapão no teto. Logo acendem as luzes do sótão:

– Como você nunca subiu no sótão da própria casa?! – Indaga Sarah, observando a quantidade de coisas entulhadas.

– Meu pai dizia que o bicho papão morava aqui. Eu tinha medo. – Confessa Maia, sentindo as bochechas enrubescerem. Sarah logo desata a rir. – Quieta. – Diz, fuçando as caixas.

Logo encontra dois cordões: um com um peridoto e outro com uma conchinha:

– Ei, Sarah. – Chama e a menina logo se senta ao seu lado. – Isso deve ser da minha avó, mas é tão lindo. Queria para mim. – Maia resmunga.

– Deixe isso aí. Seu pai não pode desconfiar. Mas os colares são lindos mesmo. – Diz Sarah, apanhando os colares e os colocando novamente na caixa. – Ei, olha isso! São grimórios! – Diz a menina, entusiasmada.

– Grimórios não são livros com feitiços? – Pergunta Maia, confusa, e Sarah logo assente, abrindo o livro.

– Isso deve ser dos seus antepassados. Foram magos e bruxas, pelo visto. – Diz Sarah, averiguando as escritas dos grimórios.

– Devo questionar meu pai? – Pergunta Maia, relutante.

– Não. O tempo vai chegar. – Esclarece Sarah. – E ele vai parar de te deixar sozinha se descobrir que você vem xeretando as coisas no sótão. – Adverte. – Afinal, por algum motivo ele desvia o assunto das visões, dos calafrios... Um passado de bruxaria você tem, pelo visto.

– E você acredita nessas coisas? – Pergunta Maia, apoiando os cotovelos no chão do sótão e pousando sua cabeça nas palmas das mãos.

– Você acredita? – Rebate Sarah, caminhando em direção ao alçapão. – Vamos nos arrumar. Eu acredito que o Ethan quer te ver. – Provoca, fazendo Maia revirar os olhos e soltar uma risada anasalada.

MaiaOnde histórias criam vida. Descubra agora