Avalanche

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(Leia ouvindo: Avalanche – Bring Me The Horizon :D)

Cut me open and tell me what's inside

Diagnose me cause I can't keep wondering why

And no it's not a phase 'cause it happens all the time

Start over, check again, now tell me what you find


P.O.V Maia Jones:

Alguns dias passaram-se desde que eu voltei às aulas. Embora tenha dificuldade em Matemática, Ethan tem me ajudado. Em troca, eu o ajudo com Biologia. Ao ouvir o despertador, desperto de meu transe. Me levanto e caminho até o guarda-roupa e apanho uma calça jeans e um suéter ao olhar o clima nublado através da janela. Fixo meu olhar nesta e então vejo uma figura de uma sereia emergindo, como se me chamasse. Então, vejo uma coroa e logo tudo some. Chacoalho a cabeça. Apesar de eu ter visões desde criança, imaginava que fosse algo de imaginação fértil, coisa de criança. No entanto, já estou com dezessete anos e continuo tendo as mesmas visões. Ignoro e desço as escadas depois de me vestir:

– Bom dia, Maia. – Ela me sorri amigavelmente, entregando-me um pacote com meu lanche.

– Obrigada. – Lhe sorrio, pegando o pacote. 

– Bom dia, pai. – Lhe acarinho o ombro. Porém, ao tocá-lo sinto um calafrio percorrer meu corpo.

– Maia? – Meu pai indaga. – Você congelou por um instante. Viu um fantasma? – Ele ri. Sim, eu praticamente vi um fantasma no meu quarto.

– Tudo sim. – Sorrio, disfarçando minha reação perante os acontecimentos estranhos.

– Ei. Eu te deixo pegar o carro. – Diz papai, me fazendo sorrir. Imagino que ele tenha pensado que a minha reação tivesse a ver com a vergonha que tenho de lhe pedir o carro.

– Não, papai. Eu vou pegar o ônibus hoje. Muito obrigada. – Agradeço, apreensiva. Estava com medo de ter alguma visão no caminho para a escola.

Ao chegar à escola, esbarro em Sarah, que me abraça calorosamente. Depois de jogar um pouco de conversa fora, vou até minha sala:

– Bom dia. – Sorrio, sentando-me ao lado de Ethan;

– Bom dia, mocinha. – Ele me sorri, me provocando com o apelido que ele sabe que eu detesto. Lhe olho com um olhar de reprovação e ele ri.

Seu sorriso muda a atmosfera, tornando-a leve e faz meu corpo estremecer. Sorrio de volta, involuntariamente:

– Você veio de touca hoje. – Pontuo, arqueando uma sobrancelha. Ele apenas assente, não deixando de sorrir. – Deixe-me arrumar... – Digo, sentindo seus cabelos macios entre meus dedos por um instante. Instante suficiente para fazer um calafrio e uma rápida visão me atormentar.

A visão é de uma noite escura, apenas. Em uma praia. Chacoalho a cabeça, tornando a arrumar seu gorro:

– Melhor? – Ele pergunta, com sua voz grave. Eu apenas assinto. – Minha vez. – Diz ele, arrumando uma mecha do meu cabelo e posicionando-a atrás de minha orelha. Mais uma vez o calafrio percorre meu corpo e um grito agudo incomoda minha audição, como se alguém pedisse por socorro. Porém, eu me sinto bem com o toque e minhas pernas bambeiam levemente.

É impressionante o quanto nos damos bem. Jogamos muita conversa fora, nos ajudamos nas matérias que temos dificuldade, saímos... Ethan está praticamente se tornando meu melhor amigo. Assistimos a aula de Biologia e Ethan logo me pede ajuda com a matéria:

MaiaOnde histórias criam vida. Descubra agora