O coração não combina com a razão

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Kira

Meu coração foi tão filha da puta comigo eu estava o odiando tanto por ter correspondido aquele beijo que não pensei direito era só Travis encostar em mim que perdia qualquer comando sob meu corpo meus sentidos eram entorpecidos por seu perfume e aquele olhar de um azul tão penetrante, que quando percebi já não era mais dona de mim me entreguei aquele beijo com tanta saudade e fome que só voltei para meu corpo quando o Bentley partiu.

Fechei a porta e me encostei na madeira fria batendo de leve a cabeça fechando os olhos toquei de leve meus lábios levemente inchados pelo beijo intenso e pude relembrar na nossa primeira noite na boate, céus eu ainda o amava tanto, mas tanto que estava difícil de respirar. Em algum lugar na sala meu telefone tocou, fui em busca dele vendo o nome de Noah brilhando na tela.

— Oi, Noah.

— Como está ? — ele me perguntou com sua devida educação, pude ouvir barulho de teclado no fundo e papel sendo amassado.

— Estou bem é você?

— Bem... — houve uma pausa até ele voltar a falar — Kira, sei que combinamos de jantar hoje mas estou com um processo enorme nas costas.

— Tudo bem...

— Mesmo?

Mesmo... realmente não me importava quando ele cancelava nossos compromissos assim em cima da hora, Noah só sabia de falar de como era o mais jovem promotor de justiça e sua coleção ridícula de tacos de golfes.

— Mesmo... — sorri me sentando no sofá — nos vemos amanhã.

— Tudo bem, até mais.

Desliguei, estava bem abalada com toda a situação com Travis, eu o desejava e o queria mais do que nunca, então algo muito maluco surgiu na minha cabeça, sei que me arrependeria mas se não tentasse seria ainda pior.. Olhei no relógio calculando a rota da cobertura até o hospital se eu conseguisse chegaria antes dele.

Rapidamente fui até o quarto e retirei uma caixa do armário a deixando em cima da cama, retirando minha roupa segui para o banheiro tomando uma ducha bem rápida hidratando meu corpo com óleo de cheiro de rosas, de robe preto segui até o quarto e abri a caixa nela continha uma lingerie preta de renda com detalhes cor de rosa e a minha máscara dourada que usava na boate em minha época de dançarina. Fiz uma maquiagem leve com batom vermelho, e deixei os cabelos soltos vesti completa calçando meus saltos altos, coloquei um casaco longo preto e a máscara dourada no bolso.

Aproveitei que Max e Lili saíram com Trenton, então tinha a noite livre.

***

Quinze minutos depois estacionava em frente ao hospital, segui pela recepção vazia e incrivelmente naquela noite a emergência não estava o caos que costuma ser, segui para o décimo andar até encontrar Celeste a enfermeira chefe e uma grande amiga naquele hospital.

— Sra.Scott!

— Oi, Celeste como está?

— Bem, e a senhora?

— Bem...Travis está aí?

— Sim, deixou o aviso só em caso de morte — ela riu baixinho.

— Perfeito...eu vou falar com ele — sorri caminhando até a porta — até mais.

— Até.

Celeste desapareceu pelo corredor me deixando sozinha em frente a porta do escritório, respiro fundo e coloco a máscara. Angel está de volta.

Abro a porta e vejo meu ex marido concentrando na tela do computador, como sempre ele não levanta a cabeça nem muito menos ergue o olhar para quem quer seja.

— Natalie, já disse não quero jantar.

— Bom... — digo em um tom de voz baixo — então devo embora.

Enfim ele me olha, meu coração está a mil, minhas mãos estão suando tanto que não sei onde deixá-las é mais uma vez minha falta de ar só aumenta. Em seu olhar pude ver o reflexo do desejo e uma chama de excitação que só aumentava, Travis de fato era meu mundo, minha base para não desmoronar em situações difíceis na vida.

Naquele momento, não queria ser Kira nem muito menos a mãe de seus filhos. Naquele instante voltei a ser Angel a dançarina que conquistou o médico.

Passei a chave na porta e caminhei até ele em passos lentos, desfiz o nós do casaco revelando a lingerie, pude vê-lo engolir seco e retirar os óculos;

— Não tira...

Travis não esperou mais nenhum segundo, ele me puxou pela cintura colocando sob a mesa o casaco preto foi parar no chão junto com jaleco. Não soube quando a gravata e a blusa acabou ganhando o mesmo destino, só pude sentir o doce lábios dele sob o meu e minha calcinha sendo rasgada e sua calça ser abaixada; não houve preliminares só o mais puro e excitante sexo cru. Meu poderoso chefão me penetrou sem dó, segurando ambas as mãos em minhas coxas as colocando em volta da sua cintura deslizando de encontro a minha bunda.

Soltei um gemido abafado pelo beijo intenso mas o som das estocadas era nossa música naquele momento. Ali estava nós mais uma vez, depois desconhecidos fazendo sexo em um local público. Sentia falta disso, dessa nossa falta de pudor não existia essa de que sexo no trabalho era proibido, a gente fazia sim e fazemos onde queríamos.

— Olhe pra mim — disse com a voz rouca e ofegante.

Travis mirou aquelas piscinas azul celeste agora escurecidos pela excitação e estocou com mais força arrancando um gemido alto, mordi meu lábio sentindo meu orgasmo se formando em meu ventre e uma necessidade crescente de gritar seu nome, Travis me abraçou com força penetrando fundo então me puxou para seu abismo de prazer enfim pude me entregar aquela luxúria que era está em seus braços abafando meus gemidos com seus lábios ele diminuiu as estocadas até então parar e permanecer dentro de mim por alguns instantes.

Nos encaramos por alguns minutos até a razão vir a tona. Ele se afastou levantando a calça junto da cueca a fechando, puxou um lenço do paletó e o molhou com água limpando entre as minhas pernas, só então eu percebi o quão ridícula estava naquela roupa.

Me sentia envergonhada, eu precisava sair dali e não voltar nunca mais, puxei meu casaco e arranquei a máscara do rosto, joguei ela no lixo próximo e em silêncio Travis me deixou partir. Mais uma vez.

Encontrei em você - Continuação de Faça-me sua.Onde histórias criam vida. Descubra agora