Ela dança, Eu danço

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Travis

—Pelos céus! — Levi gritou fazendo todo o grupo parar no mesmo instante — Vocês são um bando de lombrigas.

Já era a terceira vez que ele fazia todo grupo parar com seus gritos histéricos.É sim minha paciência estava indo para o ralo com essa agitação inteira. Faltava sete dias para o aniversário de Kira e aqui estava eu tentando criar ou melhor seguir a coreografia embora não fosse o melhor dançarino do Bolshoi Ballet Academy mas me saia melhor que Max, talvez por está mais empenhado em reconquistar a mãe dos meus filhos. Depois daquela conversa com os rapazes no bar os convoquei para virem até o PussyCat e como um favor particular Fleur e Emília concordaram em me deixar fazer um show para ela.

— Não é assim... ai minha nossa senhora da bicicletinha vocês são lindos mas não servem para serem stripes.

— Não pedimos sua opinião Levi! — cortei já impaciente — Vamos de novo e desta vez Max segue o grupo. Só vamos parar quando todos estiverem em sincronia.

— Um caralho que vamos Travis! — resmungou Max — Estou cansado, e faminto.

Soltei uma lufada de ar apertando o osso do nariz. Realmente já estávamos nesta a mais de duas horas e podia ver a dedicação dele em tentar me ajudar, o problema era meu perfeccionismo não queria que nada saísse errado nessa apresentação o fato era que ou eu ganharia pontos com ela ou perdiam pontos com a Kira. Ainda podia ver seus olhos naquela noite e como saiu correndo depois do que aconteceu no meu consultório não estava disposto a ver aquele olhar nunca mais e muito menos ser o causador dele.

— Tudo bem... pausa de vinte minutos.

Caminhei até minha bolsa recolhendo uma toalha e uma garrafinha de água joguei um pouco sobre meu rosto e logo tomei algumas goladas me sentando em uma cadeira próxima a um espelho que ia do chão ao teto.

De fato estava exausto e precisa de uma pausa de tudo e de todos, o hospital estava indo bem e Thomas também, afinal ele está em uma idade a qual pode se cuidar sozinho. Puxei meu telefone do bolso lendo algumas mensagens.

— Travis — Fleur chamou minha atenção — Podemos falar por um minuto?

— Claro — me levantei seguindo até ela.

Conheci Fleur quando fui passar uma temporada em Paris com Vanessa, elas eram muito amigas e desde a aquela época ela quis montar uma casa noturna onde algumas das pessoas mais importante do mundo pudesse se divertir sem ter o breve encontro de paparazzi ou surpresas indesejadas. Tudo era do mais sigiloso, todas as dançarinas tiveram que passar por testes e até mesmo busca por antecedentes criminais as quais minha Kira passou com louvor.

Fleur fechou a porta do seu escritório e caminhou até um sofá de veludo preto, todo lugar era do mais sofisticado as paredes de tonalidade creme com uma mesa de carvalho ao centro e uma cadeira de couro a qual ela trabalhava. Me sentei ao seu lado deixando meus braços descansar sobre minhas coxas enquanto encarava seus olhos.

— Algum problema?

— Vejo que vocês e os rapazes estão se empenhando bastante.

— Se você diz que dança igual velhos que tem reumatismo e se empenhar, então sim.

— Não se cobre tanto...— ela sorriu e tocou meu braço — estão se saindo bem.

— Não foi só para me elogiar que você me chamou aqui...

— Não... não foi — disse, é podia ver em seus olhos que ela estava em um conflito — conversei com a Kira ontem, ela me contou sobre o que aconteceu entre vocês no hospital. Você está fazendo isso como um pedido de desculpas?

— Não. Estou fazendo isso porque eu a amo.

— Isso é importante.

— É só isso?

— Noah quer processar você — contou Fleur — Ele quer colocar toda a cidade de Londres contra você.

— Como?

Não sabia se socava a parede ou quebrava o telefone que estava em minhas mãos. Então preferir sobre o mais sensato. Aquele bastardo estava querendo acabar com as minha vida, não bastava está dormindo com a minha ex esposa mas queria me manter fora da jogada afinal ele queria me manter fora de tudo. Antes de retomar meu trabalho no hospital, tive que passar por uma série de processos e provar que estava vivo, justificar os motivos aos quais tive que fingir de morto e ter todas as provas mais concretas em minhas mãos.

Com a morte de Crystel respondi sobre crime doloso ao qual agir em legítima defesa quando a vida da minha família estava em perigo é em todos os julgamentos Noah Foster estava presente com seu olhar crítico e anotado todo. O fato era porque agora? por que depois depois de tanto tempo ele resolva querer que eu vá a julgamento novamente.

— Como soube disso? — perguntei.

— Tenho uma amiga que trabalha em seu gabinete.O curioso é o porquê só agora ele decidiu fazer isso.

— Obrigado Fleur.

Forcei um sorriso me levantando imediatamente e sai da sua sala, precisava de ar é precisava com urgência socar alguma coisa para aliviar a tensão que estava se concentrando em meu peito. Noah queria me tirar tudo, a esposa, o filho e agora a liberdade.

Lembro-me do seu olhar nos tribunais e como ele me acusava sem a mínima ideia do que passei nos últimos anos. Minha cabeça começou a dor se concentrando na nuca e uma lembrança do aniversário de Trenton a qual ele fingiu que não me conhecia, já que Kira não esteve em nenhum dos processos. Seu depoimento não era de fato necessário, mas com nosso filho muito novo ela preferiu ficar fora de qualquer situação que a fizesse recordar de tudo o que houve. Agora não era só Kira que precisava recuperar, mas sim, a minha vida que aquele homem estava disposto a arruinar. 

Encontrei em você - Continuação de Faça-me sua.Onde histórias criam vida. Descubra agora