Uma hora durante a madrugada irei acordar e perceber que a bebida acabou,
Notarei também a falta dos teus braços entrelaçando meu corpo,
E da tua respiração profunda e lenta em meu pescoço.
Nesse momento darei de conta que tudo isso nunca existiu,
E que com o fim da bebida, houve, também, o fim do que sempre achei que fôssemos.
Quando o copo novamente se secar de um gole, será tarde demais;
Já terei chorado todas as dores da farsa que fomos e somos durante os períodos sórdidos da embriaguez;
No peito já existirá a ferida provocada pela realidade afiada e cínica.
Quando finalmente o álcool me apagar,
A real verdade já terá cumprido seu papel.
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DEVANEIOS
PoetryA releitura do mundo de ponta cabeça. Talvez até a leitura de um mundo diferente habitado em uma humana perdida.